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A música conecta

Around the World | The White Hotel 

Por Laura Marcon em Around The World 06.04.2020

Berço musical dos estilos mais alternativos da música no mundo, a Inglaterra foi, e continua sendo, uma das maiores referências quando falamos em Rock, Indie, Punk e diferentes vertentes das sonoridades eletrônicas, mudando completamente a forma de se ouvir e consumir música. O nascimento e disseminação desses movimentos não se limitam apenas a sua capital, Londres, e a cidade de Manchester definitivamente fez a diferença na história, em especial da dance music.

+++ Conheça também o The Haçienda, club aberto em maio de 1982 na cidade de Manchester

+++ A história da Kaluki Musik contada na coluna Case

Quer uma prova? Foi em Manchester que nasceram duas bandas cruciais no desenvolvimento da cultura eletrônica, New Order e Joy Division, que marcaram o movimento “Madchester”, este que colocou a cidade no mapa da Dance Music no mundo e obviamente também deu vida própria ao cenário da música daquela região, que perdura até tempos presentes. É ali onde está localizado um dos clubs mais experimentais da Inglaterra: o The White Hotel.

A experiência começa mesmo fora do club. Situado em um bairro afastado da cidade para alcançar maior flexibilidade no funcionamento da casa, circular nas redondezas do The White Hotel é como estar em um cenário de um filme, já que o local é cercado por uma região de muita prostituição, um presídio masculino de segurança máxima (HM Prison Manchester) e um depósito de lixo. A estrutura não poderia ser diferente das características warehouses britânicas, uma antiga oficina de carros completamente irregular e deixada às traças. 

O nome do club também é inusitado, mas diz muito sobre o que será vivido no local. The White Hotel é uma homenagem a um romance erótico do autor DM Thomas, escrito em 1981. O club abre sua pequena porta para dois ambientes que consistem em uma pista de dança e um bar, apenas. A decoração do local vai de encontro com toda essa atmosfera um tanto quanto perturbadora e anarquista. Para se ter ideia, cada uma das salas são “observadas” por duas cabeças de manequins decapitadas sendo que no bar elas estão encarceradas por uma grade que parece de esgoto, tudo isso misturado à uma iluminação simples e indireta e quadros jogados.

O club abre suas portas vários dias na semana e se divide em diferentes festas. Seu grande propósito é dar espaço e impulsionar talentos artistas locais emergentes e labels que apresentam potencial ao cenário, mas por óbvio também recebe nomes estabelecidos da música como Daniel Avery, Midland, Helena Hauff, Francesco Del Garda, O:rla, Courtesy, para citar apenas alguns.

A ideia por trás do The White Hotel vem da mente de Ben Ward, também fundador da Sways Records, e é executada por uma equipe ultra diversificada de gêneros que, com criatividade e muito comprometimento dão o toque final para que o club tenha uma excelente reputação como um dos lugares mais interessantes, charmosos e definitivamente mais sombrios para passar uma noite.

A música conecta.

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