Skip to content
A música conecta

Papo de Estúdio | A importância de criar produções mono compatíveis

Por Alan Medeiros em Papo de Estúdio 26.02.2019

Por Gabriel Evoke

Atualmente, a maioria das músicas que ouvimos são mixadas em estéreo. O que gera espacialidade e dimensão. Enquanto esses arquivos são executados em casa e no carro via estações de rádio, streamings do Spotify, Youtube ou mídias físicas, como CD e vinil, o áudio chegará sem perda de qualidade aos ouvintes. Quando o assunto é performance ao vivo a situação é outra.

Diferente de uma banda de Rock, Jazz ou Reggae, onde os músicos têm a chance de mixarem seus instrumentos no palco antes das atuações – as famosas passagens de som – para que tudo seja percebido com clareza, definição e pressão, na música eletrônica os DJs apresentam live sets de trilhas que foram produzidas e finalizadas em estúdio por algum produtor musical e/ou engenheiro de áudio e posteriormente transferidas para seus computadores, pen drives ou CDs, e só asism tocadas. Ou seja, o artista não terá a possibilidade de saber como soarão as suas tracks para o público naquele determinado PA.

Lembrando que a maioria dos clubs e festivais trabalham com sistemas de som em mono (ou parcialmente monos), para evitarem perdas em certos pontos da sala ou pista. Assim, os produtores de dance music devem ter um cuidado especial para que suas mixagens sejam mono compatíveis.

Áudios que têm problemas de fase entre o canal esquerdo e direito podem perder algumas frequências e volume quando combinados em um único canal. Para evitar resultados indesejados recomendo que sempre trabalhe ouvindo seu projeto em A/B. Diversas interfaces de áudio já possuem esse parâmetro. Outra opção seria usar um plugin no canal master do seu projeto fazendo essa função – indico o Brainworx bx_meter da Plugin Alliance que tem também o controle de correlação – ferramenta que aponta qualquer desvio de fase.

Algumas dicas básicas para corrigir os áudios defasados incluem fechar o estéreo do elemento ou uma inversão de fase. Um trabalho com EQ nas regiões de frequências que estejam soando mais baixo também ajudaria.

Saber quais elementos usar em mono e quais em estéreo é muito importante. As frequências dos basslines, por exemplo, ocupam bastante espaço/headroom em uma mix, são sensitivos a problemas de fase e podem perder punch e definição quando em estéreo. Recomendo deixá-los em mono, assim como o kick, snare e lead vocals.

O conceito chave é o contraste. Com o bom uso do campo estéreo, você terá um centro com mais presença. Usar tracks de referência é sempre uma boa prática. Projetos de mix que soam bem em mono, normalmente, soarão bem em estéreo. Apenas cuide para que ela não fique toda no centro e tire a graça da sua criação.

Bom trabalho, aliás, boa diversão a todos!

A música conecta.

A MÚSICA CONECTA 2012 2024