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A música conecta

Comunidade trans e a Dance Music: um apagamento histórico?

Por Arthur Cobat em Editorial 17.08.2020

Já parou para pensar em como o mundo gira em torno de políticas dominantemente conservadoras, onde a liberdade vira praticamente uma realidade difícil de alcançar? Quando você, amante de música eletrônica, fecha os olhos e tenta imaginar um lugar onde pode desfrutar por algumas horas a liberdade que é sua por direito, onde a sua mente te leva? Talvez para muitos – ou todos – a pista de dança seja a resposta imediata que se obtém para essa pergunta. 

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O fato é que este local sempre foi um espaço de refúgio, liberdade e aceitação. Bill Bernstein, fotógrafo americano que registrou a cena Disco dos anos 70, sabe bem disso. Em seu livro Disco o fotógrafo trouxe imagens inéditas da efervescente cena nova-iorquina, em um período pós-Stonewall, onde nomes como o Larry Levan dominavam as pistas de clubs como o Paradise Garage. No prefácio do seu livro, Bernstein comenta que esses clubs “eram um espaço seguro onde você podia ser quem quisesse. Foi essa sensação de liberdade de expressão que me levou a documentar estes locais. Eu não entendia na época, mas agora acredito que este período foi uma prévia de um mundo de inclusão do qual estávamos apenas começando a testemunhar”. 

Acervo Bill Bernstein, livro Disco – Paradise Garage (1978)

Um dos principais clubs desse período era o GG Kickerbocker Barnum Room, que funcionou de 1977 a 1980. Era um local onde a pista de dança era composta majoritariamente por transexuais americanas e latinas, além de alguns homens gays. O club chegou a receber celebridades como Andy Warhol, Grace Jones, Diana Ross e até Salvador Dalí. Holly Woodlawn e Jackie Curtis – atrizes, mulheres trans e musas inspiradoras de Warhol e Lou Reed – eram frequentadoras do clube e foram responsáveis por levar diversas personalidades para as noitadas na boate, que tinha como protagonismo as apresentações artísticas de transexuais. 

The GG Knickerbocker Barnum Room, com uma fachada preta e discreta
Jackie Curtis, Warhol e Holly Woodlawn

A legendária Carmen Xtravaganza, nome indispensável na cena das famosas “batalhas de vogue”, mencionou em seu blog de memórias que “na época, as celebridades se misturavam com as frequentadoras nativas do clube e não se dava tanta importância à presença delas como acontece hoje em dia”.  A trans-icon Rosalyne Blumenstein também foi outra que viveu intensamente esse período do GG’s Room, pois trabalhou no espaço como hostess até o final de 1979. Em seu livro chamado Branded T, a ativista e escritora conta que “o GG’s não era tão moderno e popular quanto o Studio 54 ou o Zenon’s, por esse motivo recebia celebridades mais reservadas e também abrigava uma maior quantidade de mulheres trans, que conseguiam fazer um dinheiro extra através de apresentações artísticas ou como funcionárias nos diversos setores da boate”.

Acervo pessoal Rosalyne Blumenstein (Livro Branded T)

Aqui no Brasil, entre 1971 a 1980, ainda no período da ditadura militar, ser LGBTQI+ era considerado “atentado ao pudor” e praticamente todo final de semana esse grupo de pessoas era perseguido pelo país dentro de clubs como o NostroMundo (São Paulo – 1971), Flower’s (Porto Alegre – 1971), New Aquarius (Brasília – 1978) ou o Misty (Recife – 1979). O filme Tatuagem (2013), do diretor Hilton Lacerda, mostra um pouco dessa repreensão que aconteceu em Recife e Olinda em meados de 1979. Neste mesmo período, surgia no Rio de Janeiro o primeiro jornal LGBTQI+ do país, o Lampião da Esquina (1978-1981). O tabloide trazia matérias, agenda de eventos, denúncias de repreensão policial e diversas colunas sobre a militância LGBTQI+ da época. O jornal foi um grande veículo de fortalecimento da cultura LGBTQI+ do país e, consequentemente, da cena noturna, que estava diretamente ligada aos movimentos e personalidades artísticas da época. 

Nomes como Condessa Mônica (dona do NostroMundo) e Andréa de Mayo (Prohibidu’s club), ambas travestis, foram fundamentais na cena paulista, onde acontecia o principal fluxo de boates nos anos 70 e 80. Celebridades frequentadoras destes clubs, como Rogéria, Claudia Celeste e Roberta Close, também ganhavam destaque nas principais emissoras do país através dos seus trabalhos como atriz e modelo, influenciando músicos e atores famosos da época a frequentarem o clube, como Bruna Lombardi, Raul Cortez, Ney Matogrosso, Edson Celulari, etc. O documentário São Paulo em Hi-fi, do diretor Lufe Steffen, faz uma ótima análise dos clubes da capital paulista entre os anos de 1960 a 1980. 

Condessa Mônica, a terceira da esquerda para a direita, em uma das noites do NostroMundo
Andreia de Mayo, proprietária do Prohibidu’s club

Diante de todo esse contexto histórico, com tantas travestis e transexuais diretamente ligadas a construção da cultura de pista de dança, por que hoje em dia temos um esvaziamento destas pessoas em eventos de Dance Music e uma apropriação massiva cisgênera, heterossexual e branca em absolutamente todos os meios de produção, artístico e financeiro de uma história que tem suas raízes fincadas na cena LGBTQI+? Já parou para pensar sobre isso quando você vai nos seus festivais e festas favoritos de música eletrônica? Você ao menos já procurou entender as contextualizações que estão na base do gênero musical que você curte?

Existem três fatos nessa cronologia que nos leva a entender o possível motivo que literalmente expulsou toda essa representatividade e diversidade do mainstream na cena eletrônica:

1-Disco Sucks (1979): encabeçado pelo radialista americano Steve Dahl, esse movimento tinha como objetivo “acabar” com a Disco Music e toda cultura que ela carregava. Cultura essa que era dominada pela cena LGBTQI+ e que o próprio Dahl considerava como “faggot music”, ou “música de viado”. Um movimento preconceituoso que nada tinha a ver com a música em si, mas com o conservadorismo e preconceito. Steve Dahl era amigo de um dos donos do time de beisebol Cleveland Indians e conseguiu fazer uma promoção para um dos jogos do time. A promoção consistia em incentivar as pessoas a levarem vinis de Disco para serem destruído no dia do jogo, então o ingresso para quem levasse o LP custaria $0,98. A promoção virou assunto nacional e pessoas do país inteiro começaram a quebrar seus LPs de Disco Music. Toda essa onda de ódio fez com que rádios parassem de tocar músicas do gênero, gravadoras trocaram seus artistas e os clubes mainstreams da época substituíram o Disco pelo Rock. DJ’s como Larry Levan e boa parte da comunidade artística LGBTQI+ do final dos anos 80 passaram a se encontrar em clubes mais alternativos, como o The Loft, do lendário David Mancuso, e também nos “duelos de vogue”. A House Music começava então a dar os seus primeiros passos

2-HIV/AIDS (1980-1990): quando a AIDS/HIV foi considerada como epidemia nesse período, a comunidade LGBTQI+ foi associada de forma preconceituosa à doença em todo o mundo pela mídia. O motivo? Pessoas LGBTQI+ eram as principais responsáveis por movimentar a vida noturna e, para a sociedade conservadora deste período, a AIDS estava ligada ao consumo de drogas e liberdade sexual, presentes nos clubs, mas não de exclusividade LGBTQI+. No Brasil, o primeiro caso registrado foi do famoso designer mineiro Markito, um talentoso estilista que fazia as roupas para grandes expoentes da Disco Music como Diana Ross, Grace Jones, Donna Summer e vários nomes que frequentavam o Studio 54. A falta de informação da população com essa nova doença, somada ao preconceito da sociedade com os LGBTQIs, fez deste período um dos mais difíceis para a vida noturna, pois muitas boates fecharam as portas devido ao enfraquecimento no movimento gerado principalmente pelo medo que se instaurou e aos óbitos de diversos nomes importantes da comunidade, como o cantor queer Sylvester James, o DJ Larry Levan, a lendária Condessa Mônica, a performer Dorian Corey, dentre milhares de clubbers.

Matéria do jornal Notícias Populares (1983)

3-Políticas anti-LGBTQI e Raves (anos 90s): após um período de muito preconceito e de perdas devido a epidemia da AIDS/HIV, grupos LGBTQI+ agora passam a se organizar em espaços cada vez mais undergrounds. É importante perceber que diversos acontecimentos em grandes centros também influenciariam o modelo do que seriam os eventos de música eletrônica nesta década. A queda do Muro de Berlim (1989), o final da era Margareth Thatcher, do Partido Conservador no Reino Unido (1990), ou até mesmo o fim da ditadura militar no Brasil (1985) são alguns destes exemplos. No período entre 1987 e 1990, a House Music de Chicago ganhava força em Ibiza, onde jovens em grande parte brancos e endinheirados, viravam noites nas praias em festas eletrônicas. Essa cena em Ibiza influenciaria vários países da Europa, principalmente o Reino Unido, onde aconteceu o Second Summer of Love, uma onda de festas ilegais com muito Acid House, LSD, roupas coloridas e o famoso smile como símbolo. Populariza então o que conhecemos hoje como “rave”. O ponto importante nesta etapa é que, paralelo ao crescimento desses encontros ilegais, diversos países europeus fortaleciam políticas anti-LGBTQI e anti-drogas, isso fez com que estes eventos começassem a adotar o dogma PLUR (Peace, Love, Unity and Respect), trazido pelo movimento hippie nos anos 60. Basicamente, era uma estratégia para tornar as raves mais “humanitárias”. Essa ideia é reforçada em diversos festivais até hoje e se aproxima do significado das hashtags “#SomosTodosIguais”. Mas não somos. Conseguem enxergar a problemática?  Se por um lado a música eletrônica voltava a retomar a um espaço de destaque, por outro, esse pensamento também trouxe um apagamento e distanciamento de lutas importantes que sempre estiveram ao lado da música eletrônica. Podemos chamar de uma gentrificação de raça, gênero e sexualidade nos principais clubes e eventos do segmento. A Dance Music voltava ao topo no final dos anos 90, mas a história e seus criadores ficava no underground.

Jovens ravers ingleses (1991). Foto Acervo allthatsinteresting

A cultura rave, sem dúvida, teve uma importância fundamental na criação de novos gêneros, artistas, clubes, bandas e personalidades da cena eletrônico. Sua contribuição na história é incontestável. Quando foi então que um movimento que tinha como protagonismo diversas minorias, principalmente pessoas transexuais e pretas, desviou-se para um caminho tão distante das suas origens? 

É muito claro enxergar nesse histórico traçado até aqui a opressão estatal e até mesmo racial sofrida pelos grupos que tornaram possível a existência da música eletrônica. Pautas importantes deixaram de ser reforçadas para dar lugar a um sentimento humanitário que, no final, não contemplava a todos e era esquecido no final de cada evento. Não se pode deixar de observar o direcionamento comercial que foi dado a Dance Music ao chegar nos países europeus. Sendo mais claro, Ibiza nunca foi um local diversificado e foi a partir do que acontecia lá que se desdobraram pela Europa diversos clubs, produtores de eventos e artistas.

Hoje em dia, o nicho de festas de música eletrônica sempre puxa um discurso muito forte sobre representatividade e diversidade, mas, como podemos ver nas pistas de dança mais populares do Brasil e do mundo, ela está longe de realmente possibilitar uma reparação histórica a comunidade LGBTQI+, principalmente para pessoas transexuais e travestis. 

Aqui no Brasil, artistas como Linn da Quebrada, Ventura Profana, Jup do Bairro e Malka Julieta vem influenciando diretamente a cena eletrônica com seus trabalhos. Também tem crescido o número de DJ’s trans e travestis, como Cherollaine, Marli, Slim Soledad, Paulete Lindacelva, Valentina Luz, Ledah Martins, Libra. Mas toda essa pulsante reviravolta ainda acontece grande parte em um âmbito underground. Os grandes festivais e clubs de música eletrônica do país continuam a reforçar modelos de line-ups que se prendem ao óbvio. Nomes fortes como Honey Dijon, Octo Octa e Eris Drew dão uma luz de resistência em uma indústria que continua ignorando uma dívida cultural, financeira e social com este grupo. E não é por faltar nada a essas artistas, elas têm tudo e além, como podemos ver no álbum Traquejos Pentecostais para Matar o Senhor, primeiro álbum da cantora travesti baiana Ventura Profana, lançado em julho deste ano de forma independente.

Joana Mendes, travesti e produtora da Festa até às 4 (RJ), ressalta que atualmente “a pista de dança está em início de reparação, incompleta e com vácuos dominantes. A estruturação cis-heteronormativa e branca tem grande dificuldade em sair do holofote de atenção e pensar estratégias pela margem da tão entusiasmada inserção de todos os corpos na cena. Um espaço que se configura enquanto entretenimento mas não só, também de encontros, expressão artística, verdade, posicionamento político e vida, que já passou do tempo de entender quem são os precursores e quais são as raízes disso tudo que chamamos de cena de música eletrônica alternativa e atribuir seu devido respeito à tal construção magnífica. E tudo isso se materializa na desvalorização monetária das artes e dos serviços, em uma hierarquização excludente de funções”.

Joana durante produção da Festa até às 4. Foto por Ana Wander Bastos

Ao comparar a pista de hoje em dia com a pista que existiu nos clubs durante a década de 70, um fato interessante é observável: antigamente existiam mais transexuais ocupando as pistas de dança! Atualmente, iniciativas como a Lista T incentivam esse público, que já foi tão presente um dia nestes locais, a reocuparem um espaço que faz parte da sua história e cultura. A crescente contratação de performers como Aretha Sadick, coletivo Talavistas, Transälien, Travestyris, Aya Ibeji, dentre outras, também tem influenciado diretamente a adesão de pessoas destes grupos aos eventos de música eletrônica. O Festival Marsha também vem sendo uma potente plataforma para artistas trans e travestis no país.

Valentina Luz, DJ e performer da Mamba Negra e Coletividade Namíbia, percebeu que nas últimas festas que ela chegou a ir em São Paulo o público está mais diversificado e que a Lista T e Drag tem ajudado nessa questão. Ela relembra que o primeiro contato com a cena clubber foi quando conheceu Euvira (performer). “Fui para uma festa que ela iria se apresentar e fiquei chocada com a performance e a valorização que a festa dava ao performer. Voltei para o Paraná sem acreditar no que tinha visto e só pensava em voltar para São Paulo e poder fazer o mesmo”.

Recuperar a essência de uma pista de dança é acentuar a diversidade nestes locais para o resgate e construção de uma cultura. Tereza S. Tessaro, mulher trans negra e historiadora na cidade de São Paulo, enxerga a pista de dança como “algo análogo à liberdade, seja cultural, artístico, social. É um momento onde você tenta mesclar de forma natural e agradável o encontro de vários grupos diferentes, que acabam se afinando na pista de dança. Então eu vejo este espaço como uma plataforma de liberdade, por mais que tenham as distinções sociais, discrepâncias e afins, que é o que sempre acontece de acordo com a linguagem do público, produção etc, acredito que mesmo sendo mínima, há uma promoção intercultural destes grupos”.

Tereza S. Tessaro. Foto por Marcelo Elídio

Em um lugar como o Brasil, o país que mais mata pessoas transexuais e travestis no mundo, os discursos de inclusão levantados pelos eventos de música eletrônica precisam ir além de uma lista trans free. Cuidar do bem mais valioso de uma pista de dança – as pessoas – é garantir espaços mais seguros dentro destes eventos, respeitando e se atentando às individualidades de cada um, principalmente com equipes de segurança e staff que saibam receber estes corpos. Jana Corrandi é engenheira química e começou a frequentar as festas undergrounds de música eletrônica em Belo Horizonte no início da sua transição: “comecei a frequentar a cena e paralelamente estava também iniciando a minha transição de gênero. Uma das coisas que mais me atraía era o fato de poder ser quem eu era nesses espaços, usar a roupa e a maquiagem que eu tinha vontade, sem sentir olhares de julgamentos à minha volta, além da segurança, é claro. Eu nunca sofri nenhum tipo de preconceito diretamente, mas às vezes, chegam algumas pessoas novas à cena, pessoas que nunca tiveram contato com outras pessoas trans e elas acabam dando uns olhares, comentando com os amigos sobre nós, surpresos. Mas não é algo que me sinta incomodada. Entre as diferentes cenas musicais, a eletrônica se encontra como uma das mais inclusivas. Inclusive são as festas onde vejo mais trans frequentando o mesmo lugar atualmente”.

Jana com o seu namorado Farley, na pista da festa 1010, onde se conheceram. Foto: acervo pessoal

O que esperar do futuro e principalmente do agora da pista de dança? Sabemos que existe uma dívida histórica de gênero e racial, um apagamento de representatividades, estruturas cada vez mais preocupadas com o lucro do que com a fomentação de culturas, meios de produções nas mãos de poucos e uma preocupação em reparação sendo jogada apenas na conta de festas undergrounds, enquanto o mainstream e todas as marcas que o apoiam se isentam dessa responsabilidade que é contínua, mas só abraçam em datas comemorativas para engajamento.

Libra, artista audiovisual pernambucana, trans não-binária, figurinista, atuante na noite e no cinema, co-fundadora do selo de música eletrônica afrolatina SCAPA e DJ residente do projeto de rua Batestaca e Nbomb, acredita que “a pista de dança ideal para mim é múltipla, afetiva, que se entrega – mas não está desatenta – que sente, que está aberta a apreciar o trabalho das pessoas e não subestima a construção que elas tiveram para entregar a experiência daquele jeito apresentado. Hoje eu tenho uma visão de pista menos romantizada, mas com a mesma paixão. Entendo que essa experiência tem outros gatilhos negativos, que afeta sua saúde mental, além de relações que só existem nesse espaço. Em um momento eu tive que entender o que realmente era pessoal-afetivo e o que era só romantização dessa própria experiência com esses corpos que tem uma relação muito pessoal com isso. Politicamente eu sinto que tem sido uma caminhada e não só sobre hackeamento, de roubar de volta o lugar, mas também de enraizamento, de criar raiz, fendas, do próprio público com novos estigmas e novas vontades de escutar. Vê esses trabalhos criando raiz, fendas, buracos, pessoas e família é muito foda para mim”.

Libra, uma das expoentes da cena eletrônica em Recife. Foto por je0an

Joana Mendes lembra uma frase dita pela cantora Linn da Quebrada em um programa da Rede Globo: “nesse sentido, eu, mas nunca sozinha, quando falo de mim, falo de todas e todos nós, travestis e pessoas trans”. Ela complementa a fala da Linn ressaltado que “essa unidade que se forma através de nós tem uma potência que, desenvolvida e aprimorada cada vez mais, é de conquistar galáxias. Eu só sou porque todas e todos e todes nós somos. O movimento é esse. Acreditar na nossa tão imensa capacidade criativa, linguística, comunicadora, funcional, exigir que nossos aliados cisgêneros, heterossexuais e brancos trabalhem sem medir esforços para passar gratuitamente todas as suas ferramentas herdadas, sejam cursos gratuitos, sejam equipamentos, sejam financiamentos de projetos, sejam indicações; e assim, chegaremos próximo a um cenário ideal. Sem esforços, sem abrir mão, sem dar um tiro no escuro, nada anda. A pista de dança segura não é nada mais do que isso, é olhar através dela e conseguir se olhar ao invés de se sentir solitária”.

Produtores de evento e de conteúdo, DJ’s, performers, investidores, donos de clubs e festivais, jornalistas e colunistas de sites, público e amante da música eletrônica: coloca saldo no cartão porque existe uma dívida cara e com juros para ser paga no débito – não será aceito mais parcelamento e nem apenas uma Lista T. Parafraseando Ventura Profana, “devolve os lajôs dela”!

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