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A música conecta

A importância dos engenheiros de áudio na construção de grandes ídolos da Dance Music

Por Caio Stanccione em Editorial 19.10.2020

Que a música como um todo é um trabalho em conjunto nós sabemos, não basta ser um excelente instrumentista ou intérprete, por exemplo, e achar que isso bastará. O processo de se construir uma música depende de várias etapas, e tão importante quanto a parte de criação é a parte técnica. 

Quando digo parte técnica, estou me referindo ao momento que um artista, seja ele de qual segmento for, compila as ideias que formam uma peça e trata isso para que a qualidade do produto final seja equivalente ou melhor. É comum que na música eletrônica produtores independentes façam o trabalho de um engenheiro de áudio de dentro de seus home studios.  Obviamente não é o mais indicado, porém é o que esse tipo de artista tem disponível para usar.

Um engenheiro de áudio pode se desdobrar em uma ou múltiplas funções dentro de um estúdio, mas manteremos o foco no universo da Dance Music, onde basicamente ele ficará responsável pela mixagem e/ou masterização. Para elucidar, vou explicar de forma bem corrida qual a diferença entre os dois processos.

  • Mixagem: Etapa onde o engenheiro de áudio trabalha todos os elementos de uma música em separado. Correções são aplicadas para que tudo possa soar em harmonia.
  • Masterização: Etapa onde o engenheiro de áudio trabalha todos os elementos de uma música juntos. O foco nessa etapa é maximizar tudo que foi feito na mixagem e obrigatoriamente a masterização vem após a mixagem.

Apesar de ser uma função que tem seu foco voltado para parte técnica, não são raros os casos onde um engenheiro de áudio faz sugestões criativas e acaba por transformar uma música por completo. Afinal, é justamente na mixagem que toda a ideia de música criada pelo compositor será posta a prova e, às vezes, o que soa interessante no dia que a música foi composta pode não ser mais tão interessante assim quando o processo de lapidação se inicia. 

Os exemplos de engenheiros de áudio que revolucionaram a música eletrônica são infinitos, mas vou escolher um profissional estrangeiro e um nacional que tem em seus currículos, muitas horas de estúdio juntamente com artistas das mais diversas vertentes.

Num editorial como esse e sendo fã de House Music, não posso deixar de citar um dos caras mais brilhantes, se não o melhor profissional quando se trata de horas de estúdio. Eric Kupper é o nome por trás de basicamente todos os grandes ídolos que a House Music teve nos seus primeiros momentos. Com um portfólio de mais de 2000 discos produzidos, Eric começou sua carreira musical no meio dos anos 80 sendo multi instrumentista para as produções de DJs como David Morales e Frankie Knuckles. Conforme foi ganhando reconhecimento, Eric passou a mostrar que era capaz de cuidar da produção e pós-produção de álbuns e passou ser requisitado por praticamente todos os grandes artistas dessa vertente. Como de se esperar, Kupper também trabalhou com outros estilos como Pop, Rock, Folk e Hip Hop.

Dentro do território brasileiro não posso deixar de citar um dos nossos maiores especialistas quando o assunto é áudio. Hoje, Carlos Pinheiro é a mente por trás da Tree Mastering, estúdio especializado em masterização de música eletrônica localizado em Curitiba. Carlos, assim como a maioria de nós, se viu apaixonado pela música eletrônica e decidiu dedicar sua vida a ela. A Tree mastering já masterizou trabalhos de artistas como Guy J e Dubfire e hoje é responsável por masterizar artistas como Victor Ruiz, Thomas Schumacher e Gui Boratto. 

Quero encerrar dizendo que um músico pode e deve ser também um engenheiro de áudio, além de se ter criatividade e entender como a instrumentação de uma música funciona, é fundamental que se entenda a física por trás disso tudo, já que é através da técnica que se garante altos níveis de domínio.

A música conecta.

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