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A música conecta

Alataj entrevista Carlos Lobo

Por Ágatha Prado em Entrevistas 01.10.2021

Uma gravadora que nasceu na pandemia e veio ao mercado fonográfico para propagar a paixão pela música eletrônica através de sua diversidade. Fundada em agosto de 2020 por Carlos Lobo, a Mana Music se tornou um espaço criativo livre que permite conectar a arte e a inspiração de diversos artistas ao redor do Brasil.

Com 13 lançamentos até aqui, o selo concebe um projeto consistente de lançamentos, assinando trabalhos de nomes como Zero Bala Sounds, Matheus Alencar, Xico, Bruno Salles, e demais artistas que fazem uma fusão entre novas figuras e produtores da velha guarda.

E essa atmosfera plural, sem rótulos e sem delimitações é o que podemos encontrar no mais novo V.A da Mana Music, o Mana Potion, que chega agora às prateleiras digitais, trazendo 12 faixas que expressam a fluidez entre as linhas do Organic House, Minimal, Deep e Progressive.

Confira o papo que levamos com Carlos Lobo, para saber mais detalhes sobre a concepção da gravadora, bem como das produção e curadoria do Mana Potion.  

Alataj: A Mana Music ganhou vida em agosto do ano passado, assim como muitas outras gravadoras que iniciaram seus trabalhos durante a pandemia. Na sua visão, qual o grande desafio de dar start em selo fonográfico durante um período longe das pistas de dança? 

Carlos Lobo: Fala, pessoal! Obrigado pelo espaço. Acredito que o fato de não estar tendo eventos e de todos tirarem um tempo maior para pensar. A pandemia foi um divisor de águas, vi muitos desistirem e muitos nascerem… quando me peguei pensando em maneiras diferentes de me expressar com meus sons e ao mesmo tempo como eu poderia fazer mais além de mim mesmo, foi com esse sentimento que nasceu o label. A pandemia me ajudou a ter ainda mais certeza do caminho que escolhi. 

Para os que ainda não conhecem o catálogo da Mana Music, como você definiria a direção sonora proposta pelo selo?

Eu gosto de falar para os artistas que me perguntam sempre: Mas que tipo de som eu tenho que produzir pra entrar na gravadora? Eu respondo: O seu som! A ideia aqui é liberdade artística, é claro que eu tenho meus estilos preferidos, mas quando se trata de outros artistas, acredito que sempre que você limita demais, você acaba deixando a pessoa perder o verdadeiro potencial dela, estilos podem nascer de um dia pro outro, sons diferentes, vários tipos de influências e referências… música é subjetiva e infinita, nós só queremos ajuda-la a ser encontrada e também temos nossa curadoria, que sempre preza qualidade técnica e musical e também sempre nos mantemos no lado eletrônico da música.

A gravadora vem conectando os trabalhos de diversos talentos dentro do cenário nacional, principalmente de nomes que ocupam um espaço dentro da nova safra de produtores brasileiros. Como funciona o processo de curadoria da Mana Music, e o que você busca integrar como conexão em cada lançamento?

A curadoria da Mana é feita por mim e pelo Xico, que recentemente fechamos uma sociedade e agora ele é A&R da label. Geralmente eu faço curadoria dos sons que eu curto escutar e produzir – House, Tech-House, Minimal, Techno, e o Xico foca em estilos como Organic House, Psychedelic, Downtempo. Porém, não é uma regra, sempre estamos planejando os releases juntos e em busca de sons diferentes, então acaba que sempre decidimos em conjunto.

Buscamos em cada lançamento trazer algo que tenha haver com nossa identidade, a ideia de liberdade sonora, várias inspirações e referências, mais a vibe do artista, o feeling do projeto, seja single, EP, etc. Aí planejamos as artes e tudo misturando essas ideias.

O novo V.A Mana Potion vem acompanhado de 12 faixas que incluem, em grande parte, artistas estreantes no catálogo da Mana Music. Como foi o processo de produção deste disco?

Quando tá tudo pronto nem parece que foi tanto trabalho. Já faz mais de quatro meses que a ideia do V.A saiu do papel, tirando a parte criativa das tracks que pelo que sei varia entre os artistas, alguns já tinham o projeto a anos e só agora finalizamos.

Como eu sou o maior responsável desde a pela parte técnica, pelo design, business e também ajudar a estruturar as campanhas de marketing, foi um processo que levou um tempo, porém todos os artistas estão muito bem envolvidos com seus projetos e foi uma satisfação imensa investir e dividir a energia desse release, que é o nosso maior até hoje.

É interessante que o Mana Potion contempla uma gama de diferentes estéticas da música eletrônica, caminhando do Organic House até o Progressive e Minimal. Como construir uma identidade forte diante da diversidade musical?

Uma boa pergunta, sempre penso nisso. Veja bem, a Mana por si só, nasceu como um núcleo de eventos e depois ela teve a divisão para gravadora, a marca Mana Music, a poção de Mana é algo bem maior que só um estilo musical, é a mistura mágica onde todos os elementos tem sua importância. Assim como uma boa festa, existe diversidade sonora, expressão e autenticidade. Desde o warm-up até o peak time ou o after, sempre tem o som certo para a hora certa e garantimos que temos todas as cartas na manga.

Se fosse possível prever o futuro, como você gostaria de ver a Mana Music nos próximos anos?

Não é possível prever o futuro, porém estamos trabalhando, investindo, idealizando e planejando, a tendência é evolução, desde os artistas, desde nosso trabalho, com a volta dos eventos vamos nos afirmar mais na cena, festas na região e em diferentes estados, aumentar a família. A Mana Music é um projeto de vida e o futuro é brilhante.

Ainda falando sobre o futuro, como está a agenda de novidades da gravadora para o último trimestre de 2021?

Estamos com agenda cheia até março de 2022, vamos contar com releases de singles pelos artistas que participaram do V.A, como Ethnobotanic, Paola Vigorito e Romano, e muitos outros, um novo V.A que vai ter uma curadoria secreta que nao posso dar detalhes ainda, releases de boas vindas a novos artistas, podcasts e entrevistas em live onde vamos ter um bate-papo com os artistas conhecer eles melhor e o som deles também é claro, como eu estou me mudando de cidade logo estarei em um lugar mais favorável para os eventos e aí começaremos a falar disso também.

A música conecta.

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