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A música conecta

Mergulhando em Lágrima Ácida, o debut álbum de Flores de Marte

“Quando dor. Quando arte. Eu sou Flores de Marte”. Apenas através deste pseudônimo, o novo projeto idealizado recentemente pelo músico e produtor Gabriel Penteado mostra uma profunda imersão nas complexidades da condição humana através de seu álbum de estreia, Lágrima Ácida, lançado na última segunda, 24, através da Sorry Daddy Rec. Com um processo criativo sem filtros, Gabriel transforma sua dor pessoal em arte, oferecendo uma experiência sonora que explora a angústia, a esperança e a superação. Cada faixa convida o ouvinte a confrontar suas próprias lutas e a encontrar força na vulnerabilidade, refletindo a jornada intensa e emocional de Flores de Marte através de uma abordagem artística rica e multifacetada. 

Mixado por Entropia e masterizado por Arthur Joly, o álbum é uma coleção crua e comovente de faixas eletrônicas, infundidas com elementos de pop e hip hop, refletindo a jornada psicológica de Gabriel e a importância de se imergir em diferentes estilos musicais. Lágrima Ácida, a faixa título, mergulha profundamente em temas melódicos de dor, recuperação e resiliência, com algumas faixas buscando representar a tensão entre o desespero e a esperança. Tears for Rent, por exemplo, foi o single de antecipação, servindo como um hino empoderador sobre superar adversidades; já Baphometrica carrega um clima mais tenso e sombrio que explora a inatividade no desespero e a busca pela luz; Foi Mal Pai é mais energética e edificante, incentivando-nos a encontrar força para continuar em frente, enquanto Funk in the Dark tem um caráter reflexivo sobre a jornada de redescobrir a verdadeira identidade.

Mais detalhes dessa construção conceitual você conhece através da nova edição da Mergulhando, onde o artista nos revela outras nuances desconhecidas do álbum:

⁠A ideia

Dentro do conceito etéreo, o álbum sempre existiu e meu trabalho foi somente conduzir as músicas pro plano físico.  Eu busco a forma primeiro através da submissão emotiva, relembrando momentos irreversíveis na tentativa de transcrever melodicamente a minha dor.  Nessa hora eu geralmente pego o synth/sequencer Model Cycles porque com ele consigo criar diferentes patterns com até seis elementos monophonicos em escalas de tempo diferentes e rapidamente imprimir a ideia.  Em seguida eu pulo pro campo racional e utilizo do catalisador da minha superação a fim de definir um contexto sonoro onde essas melodias consigam viver sua essência.

A escolha da gravadora

Eu procurei no mercado por gravadoras com quem me identificasse esteticamente e uma das que se destacou foi a Sorry Daddy Records, e após entrar em contato acabou me conquistando pela forma atenciosa do Bruno Merlin conversar, discutir um possível release e pela amizade que se formou dali.  Inicialmente eu mostrei uma seleção de músicas mais voltadas pro house e techno, o que chamou atenção do Bruno mas não representava exatamente a nova fase da gravadora.  Então, eu propus compor músicas especialmente pra Sorry Daddy e o Bruno confiou. Sorry Daddy Records tem um sentido ambíguo pra mim.  Ela é lúdica, satírica, profunda e existencial. Em um sentido literal, eu imagino um perdão por por percorrer a carreira de músico, ou por fazer uma tatuagem nova.  Em um sentido simbólico eu penso na dor compartilhada com o criador, que abre bem o horizonte para refletir. 

A grande influência

A fragilidade e preciosidade da relação temporal com a vida.  

Eu vivo com depressão praticamente a vida toda, o que significa que estou sempre me equilibrando entre mania e depressão.  Eu tento simbolizar pluralmente as pessoas e coisas que me cercam para ter uma visão mais sincera com a realidade multifacetada que vivemos. Em estado de mania, quanto mais informação, mais a ilusão de controle e mais calma mantenho, e assim eu escuto músicas complexas que representam a volatilidade emotiva que me encontro e músicas mais calmas e “maduras” durante meu estado depressivo.  Durante a fase de produção eu ouvi muito o álbum “Waking The Fallen” do Avenged Sevenfold, “White Pony” do Deftones, The Fall of Troy, Sevdaliza, Thundercat, Donny Benet, Denzel Curry.  Preciso também mencionar esses nome, pois mudaram para sempre minha forma de vivenciar a música: David Guilmore e Pink Floyd, Coco Rosie, TV On The Radio, The Mars Volta, The Beatles, Amon Tobim, Death Grips, Aphex Twin.

O significado 

Lágrima Ácida é o berço de Flores de Marte e uma expressão catártica.  Por muito tempo eu busco por uma identidade artística e renascer sob esse pseudônimo me serve para deixar pra trás questões insolúveis e buscar me expressar sinceramente.  Eu me sinto inspirado e motivado a continuar compondo e buscando parcerias para desenvolver obras além da minha imaginação.  Deixo aqui um convite para artistas que compartilham esse interesse, por favor me chamem na DM e vamos conversar. 

A pista dos sonhos

Minha pista dos sonhos é aquela com um público disposto a se conectar com a música e viajar na narrativa do DJ.  

A música conecta.

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