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A música conecta

Alataj entrevista DMX Krew

Por Alan Medeiros em Entrevistas 24.06.2018

DMX Krew é um dos alter egos da mente criativa de Edward Upton. Além deste, Upton também produz música sob a alcunha de nomes como 101 Force, Asylum Seekers, Bass Potato, Chester Louis II, Computor Rockers, EDMX, entre outros. Seu trabalho passou a ter maior reconhecimento após uma sequência de lançamentos na Rephlex Records, selo dirigido por Aphex Twin.

https://www.youtube.com/watch?v=mEWrdcOgkW8

Tais trabalhos somados ao seu desempenho junto ao Breakin’ Records, seu próprio label, renderam a Edward uma boa reputação frente ao cenário internacional. Entretanto, o que realmente fez a sua carreira foi a construção de um perfil sonoro realmente diferente do que se está acostumado a encontrar nas cenas house/techno. Tal perfil fica explícito em releases como Come To Me e Spiritual Encounter, dois de seus maiores sucessos.

Misturando 4×4, electro-pop, breakbeat e ítalo disco que Edward aterriza no Brasil neste próximo fim de semana para incendiar a Supernova, pista destinada ao techno e a sonoridades mais obscuras na Gop Tun. A nosso convite, DMX Krew abriu o jogo com o Alataj sobre alguns dos pontos mais importantes de sua carreira nesse bate-papo exclusivo. Confira:

Alataj: Olá, Edward! Tudo bem? Você é um cara que desenvolveu sua carreira frente a diferentes aliases. Por quê exatamente essa diferenciação e como é pra você organizar tudo isso?

Eu comecei a criar alguns nomes diferentes quando comecei minha gravadora Breakin ‘Records, pois não queria que parecesse que havia somente eu.

Aphex Twin certamente é um dos grandes apoiadores de seu trabalho, principalmente através da Rephlex Records. O que você pode nos contar sobre seu relacionamento com ele? Quão decisivo foi a presença dele para o desenvolvimento de seu perfil sonoro?

Gosto muito da sua música e tive muita sorte de assinar com a sua gravadora, consegui meus discos nas lojas e pude fazer shows com ele e outras pessoas da Rephlex em todo o mundo. Tenho certeza que me beneficiei de sua fama. Nosso relacionamento pessoal é limitado ao e-mail ocasional sobre sintetizadores e outras coisas.

Come To Me é uma espécie de hino atemporal nas pistas ao redor do globo. Você se lembra do processo criativo dessa faixa? Há alguma outra produção que você considera muito importante ou especial em sua jornada?

É? Apenas produzi em meu quarto como todas as outras. As pessoas me disseram que parecia uma antiga faixa de ítalo disco, mas eu nunca tinha ouvido falar desse estilo. Estava vibrando depois que fiz Street Boys. Acho que recebo maior atenção quando faço pop/funk.

Se apresentar no formato live exige um esforço ainda maior do artista durante as turnês. Como você faz pra manter tudo em ordem? Quais são os cuidados básicos que você tem com o seu setup em uma gig?

Entro no avião e espero o melhor. Eu levo equipamento mínimo que sei que vai funcionar e me preparo muito. Não faço turnês, apenas faço shows únicos e volto para casa, então não é muito cansativo.

Strange Directions, seu último full lenght, traz uma atmosfera ousada e inegavelmente bastante própria. Quais foram as principais fontes que você bebeu para concepção desse trabalho?

A vida. Eu não faço álbuns, apenas faço faixas uma após a outra e geralmente deixo outra pessoa escolher quais devem ser lançadas. É uma coleção de faixas de 15 anos ou mais. Gosto de pensar sobre ciência e ficção científica e outros mundos misteriosos, xamãs, círculo de pedras e natureza. Todo tipo de coisa. O tempo pode ser importante.

Finalmente, Brasil, Gop Tun. Qual foi o primeiro pensamento que veio a sua cabeça quando seu agente informou sobre essa gig? O que você tem ouvido a respeito da cena de festas do nosso país?

 “Consigo encaixar isso com todo o resto e é justo deixar minha esposa em casa com as crianças enquanto vou embora?”. Eu não sei nada sobre o Brasil além de Airto, Flora Purim, etc. Não sou uma pessoa de festa. Só quero fazer música. Sou muito grato por algumas pessoas ainda quererem ouvir.

Por último, mas não menos importante. Como podemos fazer um mundo melhor através da música?

Eu não sei. Seria bom se as crianças fossem ensinadas a apreciar mais a criatividade e arte, porque é uma das poucas coisas que você pode fazer com a sua vida que não faz mal a ninguém e talvez faça algumas pessoas felizes.

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