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A música conecta

Alataj entrevista Eli & Fur

Por Laura Marcon em Entrevistas 20.01.2020

Se você parar para analisar as conquistas das londrinas Eliza Noble e Jennifur SkillmanEli & Fur – nem parece que elas iniciaram o projeto há apenas 6 anos. Colegas de apartamento na adolescência, a dupla passou de amantes da música para DJs, produtoras, administradoras de gravadora e sucesso nas plataformas de música, revistas especializadas, festivais renomados como Tomorrowland, Coachella e muitas outras pistas de dança.

Na opinião delas, tudo isso deve-se à liberdade criativa de ambas e ao grande amor pelo trabalho e pela música. E ainda é só o começo de muito esforço e conquistas. Enquanto a gente ainda não recebeu elas aqui no Brasil, conversamos com exclusividade com a dupla sobre todas as frentes de trabalho em que atuam e as vitórias já vividas em sua trajetória. Confira!

Alataj: Olá meninas, obrigado por nos receber! Ao que tudo indica, essa é a primeira vez que você conversam com um veículo de mídia do Brasil, então não custa perguntar: Como se deu o início do projeto?

Eli & Fur: É sim! Que ótimo conversar com vocês. O projeto começou quando nós duas morávamos juntos em Londres. Saíamos para as mesmas festas e compartilhávamos um amor pela mesma música. Isso nos levou a querer tocar e criar nossas próprias faixas. Começou por diversão e se transformou em algo realmente real pelo qual nós duas éramos apaixonadas.

Tracks nas melhores posições do Beatport, prêmios em revistas conceituadas mundialmente, parcerias com grandes nomes da música eletrônica… foram conquistas atrás de conquistas desde o começo da carreira. Vocês imaginavam que chegariam onde estão em 6 anos?

De maneira alguma, foi apenas um processo natural de união e sentimento do nosso caminho através dos sons que amamos e das festas que queríamos tocar. Não foi fácil, nunca foi uma decisão consciente chegar a um determinado lugar. Nós sentimos o nosso caminho completamente natural. Nossa música mudou e se desenvolveu ao longo dos anos e agora sentimos que estamos realmente em um ponto em que estamos felizes com nosso som e o que queremos fazer. Ainda temos muitas conquistas para alcançar e nos sentimos super empolgadas com o futuro.

A gente percebe bastante versatilidade na música de vocês, tanto na produção quanto nos sets que apresentam. Isso também se deve pelo fato de que são duas cabeças trabalhando juntas? Como é o processo de criação de vocês?

Definitivamente, tem muito a ver com duas cabeças no projeto. Nós gostamos dos mesmos gêneros musicais, mas eles diferem de certas maneiras. Isso torna as coisas realmente emocionantes e estimulantes quando tocamos sets. Pode ser um desafio construir ou criar algo especial, mas é emocionante. Nós sempre nos apoiamos uma na outra. Não discutimos muito as coisas antes de tocar porque isso mantém a naturalidade.

Em termos de estúdio isso também é semelhante. Ter duas mentes na criação da música realmente influenciou nosso som. Nós duas crescemos com influências diferentes, então temos muito o que aprender e discutir. Às vezes torna a produção de música mais lenta, mas nós duas somos perfeccionistas, por isso nunca divulgamos nada a menos que estejamos felizes por chegarmos em um resultado que amamos.

Vocês já lançaram faixas por gravadoras de grande renome no mundo da música como NYX Music e a emblemática Defected Records. Qual foi o impacto que essas parcerias trouxeram para a carreira de vocês?

Lançar música em qualquer gravadora com uma grande base de fãs é sempre bom. Dá a você a chance de se conectar com mais pessoas e ajuda outras pessoas a descobrir sua música. Também é ótimo ter uma equipe maior e poder por trás da estratégia de lançamento, desde que tenhamos controle criativo e uma visão clara de que será uma grande experiência.

Vocês fundaram sua própria gravadora, a NYX Music. O que originou a vontade de trabalhar com este outro lado do mercado?

Originalmente surgiu para o lançamento das nossas próprias músicas, só precisávamos aprimorar a sua programação e idéias criativas. Queremos continuar crescendo pois é muito gratificante organizar e criar músicas que fazem parte de sua própria base de ideias. Há muito mais coisas para se fazer na gravadora e continuaremos focadas nisso para encontrar novas músicas, seja de nós mesmas e de outros artistas que amamos.

Há alguns anos atrás vocês criaram uma tour na América do Norte inspirada no clássico Thelma & Louise com uma abordagem de mídia diferente ao público americano. Como surgiu e foi a execução dessa ideia? Como foi a receptividade do público a essa apresentação?

Adoramos ter idéias diferentes, especialmente criativas, adoramos arte, cinema e fotografia e sentimos que sempre precisa ser uma parte importante do projeto e de quem somos. Queríamos trazer as pessoas para uma história e criar um mundo que nos representasse. Esse é um dos nossos filmes favoritos e foi a nossa primeira turnê nos EUA, por isso parecia importante fazer isso. Definitivamente, vimos uma resposta positiva a mais no conteúdo criativo que caminha lado a lado com nossos lançamentos, por isso continuaremos dessa forma.

+++ Leia mais tarde o conteúdo especial que escrevemos sobre DJOKO na coluna Who?

Chegar onde vocês chegaram requereu um árduo trabalho, com altos e baixos. Se vocês pudessem dar um conselho à sua dupla no começo de suas carreiras, qual conselho seria?

Confie no seu taco! Faça apenas coisas que você realmente acredita e se sente bem no momento. Existem muitas pessoas no mercado que são boas em manipulação e têm agendas que nem sempre têm seus melhores interesses no coração. É sempre bom processar conselhos e ouvir, mas no final do dia a felicidade vem quando somos cheios de criatividade e seu público sempre pode sentir quando as coisas não são autênticas.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que é música para vocês?

É uma parte tão grande de nossas vidas, não apenas de maneiras pessoais, mas tornou-se nosso dia-a-dia constante. Temos muita sorte de trabalhar em um mercado em que vivemos para ambas. É uma terapia para nós, escrevendo sobre nossas experiências pessoais, boas e ruins, e poder compartilhar experiências e sentimentos em músicas que durarão para sempre.

A música conecta.

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