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A música conecta

Alataj entrevista Enrico & Carmo

Desde que o Organic House e o Progressive House retomaram sua força nas pistas brasileiras, muitos artistas vieram à tona como representantes desses estilos. Esse é o caso de Enrico & Carmo, duo de São Paulo que iniciou os trabalhos ainda durante a pandemia e foi construindo seu caminho de tal forma que set currículo performático já ostenta duas apresentações no famigerado Warung Beach Club – o mais recente deles em plena celebração de 20 anos do club, dividindo cabine com Edu Schwartz, Roy Rosenfeld e Tim Green

Há razões para que Enrico Zarzur e Carmo Yunes estejam pavimentando seu espaço no cenário de forma contundente. Ambos tiveram contato com a música muito cedo. Além disso, conseguiram circundar sua assinatura sonora através de camadas musicais que podem criar diversas emoções. Em um mesmo show, podem passear por beats groovados, belas progressões melódicas e até mesmo a qualidade orquestral e nomádica do Organic House. Além desse showcase que fizeram no Templo com o pessoal da Words Not Enough no palco Garden no último 12 de novembro, Enrico & Carmo já deixaram sua marca em pistas como D-Edge, Nine7 Club e B.C. São Paulo.

Conversamos com o duo sobre passado, presente e futuro na Dance Music.

Alataj: Oi meninos, tudo bem? Como foi esse processo de sintonização entre dois amantes da dance music até o ponto de decidirem que finalmente trabalhariam juntos? 

Enrico & Carmo: Começamos tocando separados tem uns 7 anos. Só que ao longo dos anos sempre tocamos nas mesmas festas e a gente sempre teve um gosto muito parecido, além de sermos muito amigos. Foi algo que só aconteceu e passamos a sempre tocar juntos. 

E o passado de vocês? Como foi o envolvimento de cada um na música? 

Eu (Carmo) comecei a tocar guitarra aos 12 anos, gostava muito de Rock. Ao longo dos anos fui aprendendo outros instrumentos como baixo, bateria e piano. Sempre tive muito amor pela música em geral, e aos 17 anos conheci o vinil e mixagem. A partir daí me apaixonei e só conseguia pensar nisso. Alguns anos mais tarde, juntei tudo isso e comecei a produzir. Enrico sempre teve muito amor por música, algo que não podia faltar em nenhum dia na vida dele. Começou na CDJ aos 15 anos e tocando sempre em festas de amigos. Mais tarde começou no piano e na produção musical também. 

Formar uma dupla é unir as vivências e referências de cada integrante. Quais aspectos e referências musicais individuais são perceptíveis nos sets de vocês? 

Não temos individualidade, por incrível que pareça nosso gosto é extremamente parecido e nossas influências são as mesmas. Acho que por isso dá tão certo. Nosso gosto está sempre 100% alinhado e nunca tivemos uma discussão sobre uma música ser boa ou não. Um aspecto muito importante de nossos sets é ter vocais, mesmo que sejam de músicas mais underground, mas acreditamos que a melodia de uma voz ajuda a prender o público além de um groove dançante com longos breaks para gerar bastante tensão.

Conte-nos sobre o envolvimento com o Warung: por que acreditam que foram convidados a retornar para uma pista tão disputada como o Garden? 

Acredito que eles perceberam nosso amor pelo clube e pela música. Até porque já vamos no Warung a quase 10 anos, é um lugar que amamos. 

E a apresentação que rolou no dia 12 de novembro? Como é a sensação de voltar para um dos clubs mais tradicionais do país? 

Incrível! Realmente não existe nada igual a tocar no Warung, a pista a energia, tudo é bom demais lá! 

Vocês entregaram a pista pro Edu Schwartz logo em seguida… qual track escolheram para encerrar o set?

Encerramos com a track do Valdovinos, Linda (Your Life Is Your Life). Vale a pena escutar, muito linda e ainda acaba com um vocal de arrepiar. 

E por que o Organic House fisgou vocês? Tem uma alma nômade interior aí?

Acho que a fluidez do estilo, isso torna ele muito dançante. E também por ser um estilo de som que não é “agressivo”. As melodias parecem sempre encaixar muito bem e com suavidade.

Aonde vocês pensam em chegar no futuro? Tem clubs, festivais, collabs e mais componentes do universo da música eletrônica que está no desejo de vocês se envolver? 

Queremos ser reconhecidos internacionalmente e tocar em grandes clubs e festivais. De cara podemos falar nosso amor por Ibiza e vontade de um dia tocar lá! 

Há interesse em lançar faixas autorais daqui pra frente? Já vêm preparando algo? 

Temos sim! Além de um álbum de Indie Dance que estamos fazendo com nosso amigo Pedro Latti, um projeto à parte. Temos um remix de Don’t Leave Me This Way de Thelma Houston numa pegada de Afro House.

Para finalizar, nossa pergunta clássica: o que a música representa pra vocês?

Oxigênio.

A música conecta.

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