Layton Giordani é um jovem produtor americano que tem conquistado seu espaço na cena internacional através de uma sequência de lançamentos consistente e parcerias com alguns dos selos mais interessantes do momento – Drumcode e Truesoul, ambos dirigidos por Adam Beyer estão na lista.
Nascido e crescido em Nova York, Layton bebeu desde cedo da efervescência musical que só uma das maiores metrópoles do mundo pode oferecer. A tradição da cena clubber nova-iorquina, as diversas influências internacionais que a cidade recebe diariamente e a convivência próxima com alguns de seus ídolos, como Danny Tenaglia, podem ser considerados fatores decisivos para que Layton se jogasse da cabeça no universo da produção musical e discotecagem.
Sue recente EP, Live Again, é uma espécie de premiação pela dedicação e empenho que Giordani tem colocado em suas produções. Em seu retorno a Drumcode, Layton colabora com Danny Tenaglia e, com isso, garante mais um next level em sua carreira. Buscando desvendar os caminhos seguidos pelo jovem americano até aqui, o convidamos para montar uma playlist de referências musicais em nossa série Alataj Invites. De quebra, ele também respondeu algumas perguntas:
1 – Olá, Layton! Tudo bem? Seu recente EP, Live Again, traz uma colaboração com Danny Tenaglia. O que isso representa musicalmente pra você, um jovem criado em Nova York?
Olá! Estou bem, obrigado por me convidar. Musicalmente, isso significa tudo para mim. Cresci escutando Danny e nunca pensei que iria colaborar com alguém que me inspirou tanto ao longo dos anos e inspira até hoje.
2 – Discotecagem e produção musical são coisas que costumam caminhar lado a lado na carreira de um grande artista. Pra você, como exatamente cada uma dessas habilidades se desenvolveu?
Bem, é tudo sobre progresso e desenvolvimento do seu som. Eu tenho apenas 24 anos, então me vejo em constante evolução. Realmente comecei a amadurecer como produtor e a encontrar meu próprio som. Quanto ao DJing, estou constantemente encontrando novos truques e maneiras de envolver o público.
3 – Quão importante para o seu desenvolvimento artístico foi a cena clubber de NY?
Foi demais. Eu não seria quem eu sou se não tivesse crescido em NYC. A vida noturna de Nova York é tudo para mim.
4 – Aqui no Brasil os long sets estão voltando a ser bem valorizados pelos grandes clubs. Particularmente, você gosta de tocar esse tipo de set? Como construir um long set interessante e com boa dinâmica?
Eu amo long sets! Nova York é muito conhecida por isso. É incrível levar o público a uma viagem com o seu set. Começar devagar, chegar na parte pesada e então sentir a energia e mudar entre alto e baixo. Não planejar necessariamente, mas ir com o fluxo e manter orgânico é sempre bom.
https://www.youtube.com/watch?v=tfRh6K62s3I
5 – Sobre a Drumcode: como surgiu a oportunidade de lançar no selo? O que isso representa pra você?
Eu nunca pensei que seria um dos caras a fazer isso na Drumcode, por causa da grande concorrência. Quando conheci Adam, acho que em mim, ele viu muito de si mesmo quando era jovem. A Drumcode tem uma fina linha de techno e melodia, na época eu realmente estava tentando entrar nela. Claro que o techno progrediu desde então, por isso está mudando constantemente, mas a gravadora sempre consegue ficar à frente da curva e isso é algo que eu realmente levo em consideração. É importante criar o “novo som” ao invés de repetir e emular.
6 – Como você enxerga atualmente a cena house/techno nos EUA? Você sente que os jovens estão procurando por algo mais profundo dentro da música eletrônica?
Está crescendo cada vez mais. Techno começou lentamente a chegar aos outros estados. Claro que Nova York, Detroit, Chicago e Los Angeles têm seus próprios pontos, mas agora os estados menores estão se envolvendo, o que é uma coisa boa, pois adoro voltar pra casa.
7 – Na sua visão, qual a principal “marca registrada” da sua música? Por quê?
Hmmm… não me cito exatamente nisso, mas eu gostaria de dizer que sou conhecido por um som simplista que realmente foca em como sintetizadores e bateria funcionam juntos. Também com alguns vocais que não precisam dizer nada além de criar emoção junto com a faixa. Para mim, menos é mais.
8 – Intec, Truesoul, Drumcode. Lançar por selos de renome internacional posicionou seu nome de uma forma diferente no mercado? O que você tira de melhor do aspecto humano do relacionamento com cada um deles?
Ter lançamentos com pessoas como Carl Cox e Adam Beyer, com certeza muda a perspectiva e percepção que as pessoas tem de você. Você alcança um público muito maior quando trabalha com pessoas de labels que estão na cena há muito tempo. Eu gostaria muito de trabalhar com eles por bastante tempo, são ótimas pessoas e ótimos labels.
9 – Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?
Mais uma vez, não sou nada sem a música. É tudo para mim. Desde os 14 anos, não passo um dia sem pelo menos uma ou duas horas de música. É literalmente quem eu sou e a quem dedico meu tempo, não importam as circunstâncias.
A música conecta as pessoas!