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A música conecta

Alataj entrevista Maga

Por Isabela Junqueira em Entrevistas 01.06.2022

A música é uma poderosa ferramenta no desenvolvimento de habilidades comunicativas e de auto expressão, amplamente utilizada inclusive como terapia — e é com essa premissa que o DJ e produtor francês Maga desenvolve seu trabalho e se autointitula. Atualmente baseado em Portugal, o artista residiu em incontáveis países, incluindo os refrescos das mais diversas culturas em seu panorama musical. O resultado? Uma assinatura melódica, progressiva no ponto certo, capaz de refletir na alma os anseios musicais de um produtor nitidamente sentimental.

São mais de 10 anos transmitindo suas mensagens musicais em apresentações pelas principais venues da música eletrônica alternativa no mundo. Isso, claro, acompanhado por um extenso repertório musical que inclui alguns dos principais labels desse universo melódico: Flying Circus Recordings, Get Physical Music, Kindisch, Klassified, Sous Music e a lista estende-se. Fato é que Maga soma excelentes marcos em uma carreira frutífera e que mesmo após bons anos e resultado, dá nítido sinais de que ainda há de render muitos outros.

Ao lado de Emmanuel Satie, Sean Doron, Tim Engelhardt e Yulia Niko, o artista francês dá novos passos na indústria, agora através da Scenarios — nova gravadora e label party encabeçada pelos cinco amigos e produtores. Inaugurada no início de abril, o selo traz previsões animadoras aos adeptos às sonoridades melódicas da música eletrônica alternativa. O recente lançamento Starlight, inclui as faixas Starlight e Omana, parcerias de Maga com Sean Doron e Yulia Niko, respectivamente. Conversamos com o artista sobre o novo projeto, que além de compartilhar conosco um pouco mais sobre sua carreira, deu alguns spoilers sobre os próximos passos da label. Confira:

Olá Maga, como vai? Diante de todas as descrições, porque musicoterapeuta?

Olá 🙂 Na verdade, estou me recuperando de um infeliz acidente que aconteceu na semana passada. Eu quebrei minha coluna em dois lugares. A boa notícia é que já estou andando e os médicos estão muito otimistas com meu retorno em breve, mas obrigado por me receber no Alataj. Musicoterapeuta simplesmente porque sinto que a música está curando as pessoas de qualquer tipo de problema que possa estar acontecendo em suas vidas.

É um prazer te receber para essa conversa pós lançamento de Starlight, mas não vamos atropelar os assuntos não é mesmo? Conte-nos um pouco sobre o que te nutriu para criar uma assinatura musical delicada, mas que não abre mão de uma boa dose de autenticidade.

A maioria dos nossos lançamentos deve conter algo que possa prendê-lo. Nosso som é muito melódico e para expandir a sensação na pista de dança, o foco em nossa produção não é ficar muito escuro ou muito pesado — apenas encontrar o equilíbrio certo.

Você nasceu na França, atualmente mora em Portugal, mas já passou por diversas outras bases não é mesmo? De que forma essas diversas residências te inspiraram ao longo desses 10 anos de carreira?

Isso mesmo, estou em Portugal há mais de 2 anos e estou adorando aqui. É um ótimo lugar para se viver, pessoas muito adoráveis e agora tenho uma festa que estou organizando uma vez por mês com alguns amigos meus. Mover-me nos últimos 10 anos me fez abrir os olhos para novas formas de viver e culturas diferentes, que sinto fortemente refletirem na minha forma de trabalhar atualmente.

Agora temos a oportunidade de ver você se juntar à Emmanuel Satie, Sean Doron, Tim Engelhardt e Yulia Niko para fundar a Scenarios. Como surge essa amizade e de que forma ela ganhou ares profissionais?

Cerca de um ano atrás, meu parceiro (Sean Doron) e eu decidimos criar um coletivo, então escrevemos muitos nomes e, assim que reduzimos, procuramos pessoas para se juntarem a esse grande movimento. A ideia era criar uma simbiose entre nós 5. Felizmente, a maioria de nós se conhecia. Estamos construindo uma família, que nos fará crescer todos juntos.

E como você entende que suas personalidades artísticas se combinam?

Todos nós temos talentos diferentes e de alguma forma isso é o que estávamos procurando. Ajudamos uns aos outros a adquirir o que está faltando em nossa produção musical e aprimorar nosso plano de jogo para o futuro de nossa gravadora.

Como vocês definem a identidade do selo? É interessante que o Scenarios é um selo que nasce contemplando diversos gêneros.

Somos a nova geração jovem que tem vontade de viajar pelo mundo e tornar o impossível possível, nossa força é estarmos juntos e carregar aquele som que nos define.

No primeiro EP, Here To Stay, você inaugurou o catálogo ao lado de Tim Engelhardt e Sean Doron e agora retorna em colaborações novamente com Sean Doron e Yulia Niko. Como flui o momento em estúdio entre os membros da Scenarios? 

Na verdade, devo dizer, foi bem tranquilo e muitas pessoas já me fizeram essa mesma pergunta. Temos algumas regras no estúdio: quando alguém toca em um sintetizador, ninguém pode colidir com isso até que ele termine de escrever esse padrão. Em última análise, isso ajuda a não ter confusão e facilita o processo de criação de música e, o mais importante, ouvirmos uns aos outros.

E como têm sido a recepção em pista para os lançamentos da Scenarios?

Tem sido incrível, nosso primeiro lançamento subiu para o número 14 no top 100 de lançamento de faixas de Melodic House & Techno, estamos muito felizes pelo grande apoio que recebemos do público e de todos os artistas da cena.

E falando em pista… o verão está batendo na porta de vocês e a pergunta que fica é: quais as previsões de vocês para viabilizar festas sob a marca Scenarios?

É oficial que nosso primeiro Scenarios Showcase será em 20 de agosto em Los Angeles.

Por último, mas não menos importante, a nossa tradicional pergunta: o que a música representa para você?

A música representa praticamente tudo para mim. É minha carreira, é meu futuro, me faz sentir vivo, me traz felicidade e acima de tudo, não sinto que estou trabalhando.

A música conecta.

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