Lucas e Hugo Sanches são mais conhecidos como Chemical Surf. Os irmãos paranaenses traduzem com muita qualidade o trabalho dessa nova geração de produtores nacionais, que nos últimos ano tem desenvolvido um trabalho muito intenso nas pistas brasileiras. Em 2015, eles seguiram desbravando fronteiras, em todos os sentidos. Com gigs memoráveis em países como Alemanha e França, o Chemical Surf se tornou um dos nomes mais fortes de gravadoras como Bunny Tiger, Kitball e Suara. Para encerrar o ano de 2015 no Alaplay Podcast, convidamos os irmãos para assinar um mix exclusivo em nosso canal. De quebra, eles responderam algumas perguntas para nossa coluna On Air. A música conecta as pessoas!
1 – Olá, Lucas e Hugo. Muito obrigado por falar conosco. Nós lemos em algum lugar que a faixa “Don’t be jealous” tem uma letra pensada por vocês para os tão chatos haters. É isso mesmo? Falem um pouco mais sobre o processo criativo dessa track que impulsionou a carreira de vocês.
Depois que criamos a melodia do baixo com o synth sentimos a necessidade de um vocal para a música. A letra não foi escrita para alguma pessoa específica ou algum fato que tenha acontecido, é apenas uma mensagem para as pessoas que sentem inveja e se preocupam muito com a vida dos outros ao invés de se preocupar com os próprios problemas, e infelizmente sabemos que no nosso meio ainda existe isso.
2 – É natural que muitos dos sets de vocês sejam 100% com tracks autorais. Isso reflete muito tempo de trabalho no estúdio. Como é o relacionamento de vocês na hora da produção? Já criaram faixas de outros gêneros também?
Temos gostos musicais parecidos o que faz o trabalho fluir sem desavenças [risos]
Não nos prendemos a rótulos, o Chemical Surf sempre foi um emaranhado de estilos, estamos sempre fazendo o que estamos com vontade de fazer sem nos prender a nada, mas sem fugir da nossa essência. Numa semana podemos estar fazendo uma música mais calma e melódica, e na outra uma mais pesada e reta, totalmente diferente. Amamos isso.
3 – A agenda do Chemical Surf é uma das mais disputadas do Brasil, certamente por conta do excelente trabalho da Entourage. Como surgiu o convite para ser parte do casting da agência e como é o relacionamento de vocês com a marca?
Depois que a nossa faixa “Good Time” foi bastante tocada em 2013, nossas apresentações e produções chamaram a atenção deles. Nosso relacionamento com o time da Entourage é incrível, quem começa a trabalhar lá não entra para uma agência, entra para uma família. Além disso, é indiscutível o profissionalismo de todos, não é atoa que levaram o título pelo RMC de melhor agência do Brasil.
4 – Esse ano vocês lançaram um edit de “Walking Back”, uma das faixas mais marcantes da carreira do Chemical Surf. Como surgiu essa ideia de trabalhar novamente em cima da faixa?
Temos um carinho especial pela “Walking Back”, tanto a versão Original quanto o Rework atingiram o top10 do Beatport e renderam suportes de grandes artistas. O lançamento em vinyl foi o terceiro mais vendido em todos os gêneros no site “Deejay.de”, um dos principais sites de venda de discos na Europa, o que nos deu bastante visibilidade. Mas a idéia do ‘Rework’ não foi nada planejado, surgiu naturalmente em uma tarde de estúdio, apenas para tocarmos uma versão um pouco diferente da Original, acabamos gostando e resolvemos lançar.
5 – O Chemical Surf já lançou por labels de renome na Europa, como Defected, Suara, Kittball e Bunny Tiger. Qual a importância que essas gravadoras tiveram no amadurecimento artístico de vocês até então?
Foi indiscutível como grandes selos ajudaram a nossa música dar passos bem maiores graças a promoção que fazem para o mundo todo. Facilitam o caminho para importantes DJs internacionais tocarem nossas músicas e para atingirem boas vendas. Sabíamos que seria difícil convencer estes grandes selos a lançarem nossas faixas, mas essa era a nossa meta.
6 – É sempre repetitivo falar de influências, mas atualmente, quem são os nomes em ação que vocês mais admiram na musica eletrônica?
Admiramos todos os artistas que trabalham com honestidade e fazem música com o coração, sendo de um estilo que nos agrade ou não.
7 – O momento é sem dúvidas de valorização do artista nacional, prova disso são as turnês do Chemical Surf no velho continente. Vocês conseguem identificar as principais diferenças entre o público europeu e o brasileiro?
Foram mais de 20 apresentações pela Europa, passando por lugares que sempre sonhávamos tocar como Berlin, Londres, Amsterdam, Paris, Munique, Frankfurt, Dortmund, Málaga, Hvar entre outros. Cada país tem sua peculiaridade, não podemos dizer que a cena na Croácia é igual a cena Alemã por exemplo. Essas experiências com culturas totalmente diferentes nos amadureceram bastante. Gostamos de se adaptar para cada ocasião e criarmos uma sintonia com a pista, fizemos sets bem diferentes por lá, assim como não tocamos sempre a mesma linha de som pelo Brasil. Como Darwin já dizia quem não se adapta, some! O que nos deixa felizes é ver que o artista brasileiro esta sendo cada vez mais valorizado lá fora.
8 – 2015, foi um ano de muitas novidades na carreira de vocês? O que é possível tirar de melhor até aqui?
Além da experiência pela Europa, estrear em grandes festivais como Rock In Rio, Lollapalooza e EDC foi algo além do que estávamos almejando. Não temos palavras para agradecer tudo isso que vem acontecendo
9 – Para encerrar, vamos falar do futuro. Quais são os planos de vocês para 2016?
Continuar fazendo muita música, é isso que move o Chemical Surf. Para o começo de 2016 temos lançamentos agendados por Suara, Get Physical, Kittball e Bunny Tiger. Mas também estamos trabalhando em um documentário sobre nossa carreira, pra mostrar um pouco dentro e fora do estúdio, nossas turnês pela Europa, apresentações no Brasil, depoimentos e outras coisas bem legais. Fiquem ligados!