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A música conecta

Alataj entrevista Rex The Dog

Por Laura Marcon em Entrevistas 01.02.2021

Synths para todos os lados e das mais diversas roupagens. Está aí o elemento sonoro que pode definir a música de Jake Williams, mais conhecido como Rex The Dog. O projeto é fruto do amadurecimento do artista, que é veterano da discotecagem e estúdio por outros projetos, como JX, Mekka, Oblik e como um dos membros do Planet Perfecto, juntamente com Paul Oakenfold e Ian Masterson.

O amor pelos sintetizadores, principalmente os modulares, é de longa data e de forma tão profunda que hoje Jake constrói muitos de seus próprios módulos. Ele também iniciou um projeto no Twitch chamado Synth Club, onde compartilha sua música e também bate um papo com pessoas do mundo todo que, assim como ele, são aficionados pelas infinitas possibilidades que eles podem oferecer.

Em um ano com muitos altos e baixos, Rex The Dog apresentou algumas criações vindas do seu estúdio e entre elas está The Rex In You Isn’t The You You Thought Was In You, um remix para a faixa originalmente produzida por Third Son. Nós tivemos a oportunidade de conversar com ele sobre esse trabalho, outros projetos e, é claro, a paixão pelos sintetizadores. Confira!

Alataj: Olá Jake, tudo bem? Muito obrigada por falar com a gente! Não poderíamos começar essa conversa com outro assunto senão equipamentos analógicos e sintetizadores modulares. Como surgiu essa relação com esse formato de música?

Rex The Dog: Estou muito bem, obrigado! Meu sério interesse em synths analógicos começou porque eu era obcecado pelo Depeche Mode e como os discos deles eram produzidos. Em 2003, comprei um Arp 2600, que é um Sintetizador Semimodular. Isso me ensinou muito e então, muito mais tarde, quando descobri que os módulos do formato Euroack eram compatíveis com o Arp 2600, comecei a me enganchar lentamente e a montar meu próprio Sintetizador Modular.

Outro fato curioso é que os sintetizadores modulares são construídos por você. De onde surgiu essa ideia? Como é o processo de fabricação dessas máquinas? 

Eu construí alguns módulos, principalmente de kits, mas alguns de minhas próprias ideias. Não sou um super especialista em eletrônica, só gosto de montar coisas. Eu gosto muito de luzes piscando, então a principal coisa que um dos meus módulos faz é piscar luzes.

Sobre sua música: além de Rex The Dog você produziu com outros pseudônimos, incluindo Planet Perfecto, projeto com Ian Masterson e Paul Oakenfold. Por qual razão você decidiu trabalhar com diferentes aliases? No caso do Planet Perfecto, qual as vantagens e desvantagens de trabalhar com três cérebros no estúdio?

O projeto Planet Perfecto – no que diz respeito ao meu envolvimento – não está ativo, está adormecido há cerca de 20 anos. A música Bullet In The Gun volta a cada poucos anos com remixes, mas Ian e eu não estamos realmente envolvidos nisso. A equipe era boa, cada papel era muito diferente: Merle Forbes forneceu o excelente desempenho vocal, Ian é um gênio sonoro – ele fez os sons e esta produção épica -, Paul era o DJ e o homem de A&R e testou-o com seu grande público – eu escrevi a música e as letras.

Vamos falar sobre o remix que você fez para a faixa The Rex In You Isn’t The You You Thought Was In You, para o Third Son. A relação entre você e o artista já existia antes dessa parceria? Como aconteceu esse encontro para fazer o remix?

Eu conheci Joe do Third Son em um jantar quando Michael Mayer estava em Londres para fazer um show. Mais tarde, Joe e eu conversamos sobre Modular Synths e quando ele me enviou a faixa, pensei que havia alguns sons muito bons lá, e que eu poderia fazer algo diferente e divertido com ela.

Especificamente sobre o processo criativo e de produção em estúdio, como ele aconteceu? Para você existe muita diferença na hora de produzir uma faixa original e um remix?

Não há muita diferença, o principal para qualquer faixa é a ideia central, talvez seja uma melodia, ou uma parte vocal, ou um efeito interessante ou emocionante. Com um remix, quero encontrar essa ideia central no que o artista oferece; mas com um original que vem de outro lugar!

O ano de 2020 foi completamente fora do comum, não é? Como você passou por esse período? Mesmo vivendo um momento ainda incerto em nosso cenário, você acredita que sofreremos grandes mudanças quando as atividades retornarem?

Eu me senti paralisado criativamente durante os primeiros meses da pandemia, estava com medo de que este fosse o fim do mundo. Mais tarde, acalmei-me e comecei a explorar outras ideias como Live Streaming e animação. Eu não acho que posso prever onde estaremos no futuro ou como será o cenário dos clubs e apresentações ao vivo.

Na expectativa de que não vivamos mais pandemia daqui alguns meses, quais são seus planos para 2021?

Em 2020, comecei uma transmissão ao vivo no Twitch chamada ‘Synth Club’ e isso é algo que gosto e quero continuar. É parcialmente uma performance ao vivo e parcialmente conversando com os telespectadores. Significa que posso fazer música, mas também brincar com todas as outras áreas criativas que gosto, como edição de vídeo, animação e estruturas de programas de TV, então gostaria de continuar isso e ver aonde isso me leva.

Para finalizar, uma pergunta tradicional do Alataj: o que a música representa em sua vida?

Um comprimento de onda atemporal, nunca se dissipando, mas nos dando força.

A música conecta.

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