Pode parecer um pouco obscuro e intenso, mas ao mesmo tempo é vibrante, dançante e acessível. Os alemães que compõe a dupla Township Rebellion encontraram uma forma de se expressar através da música que foi abraçada pelo público, clubs e festivais europeus, labels como Stil Vor Talent e Filth On Acid e apoiada por artistas de renome como Oliver Koletzki, Moonbootica, para citar apenas alguns.
Apesar de um 2020 conturbado, a dupla manteve uma posição forte no mundo do Techno Melódico ao longo do ano e os seus dois últimos lançamentos demonstram isso. Eles fizeram sua estreia no selo de RÜFÜS DU SOL, Rose Avenue, com seu dinâmico EP 2020, que marca um ano dual para a dupla, com momentos de tristeza e outros de muita felicidade.
Eles também lançaram o single Mosaik, pela Desert Hearts Black, que recebeu três imponentes remixes dos artistas Rinzen, Victor Pilava e dos label owners Marbs e Evan Casey. Conversamos com a dupla sobre esses trabalhos, workflow no estúdio, perspectivas para o futuro e mais.
Alataj: Olá rapazes, tudo bem? Obrigada por falar com a gente! Trabalhar em um projeto que não seja solo exige uma forte sintonia e isso acontece desde os primeiros momentos do encontro entre os personagens. Como vocês se encontraram na música?
Township Rebellion: Na verdade, já éramos amigos antes do início do projeto. Ambos temos uma formação musical da família. Vemos como um grande benefício fazer tudo isso juntos. Certas coisas são um pouco mais complicadas, mas, especialmente quanto a turnês, é realmente um presente fazer tudo isso juntos.
Ainda sobre sintonia, como funciona o workflow entre vocês dentro do estúdio? Alguém tem mais habilidade em uma determinada parte do processo ou ambos trabalham juntos do início ao fim nos projetos musicais?
Todo mundo tem seus pontos fortes e fracos. Somos muito gratos por nossa configuração como equipe. Aprendemos a nos complementar de maneira muito eficaz ao longo de todos esses anos. A coisa mais difícil que todos tiveram de aprender provavelmente foi lidar com críticas. Mas essa também é uma área em que temos muito orgulho de ter estabelecido uma boa cultura de crítica em nossa equipe.
Sobre o último lançamento de vocês, o 2020, contem-nos um pouco mais sobre como aconteceu o processo de criação, se foi no período de isolamento e o motivo pelo qual ele leva este ano tão emblemático no título do trabalho.
Este ano é difícil para todos nós. Ainda assim, marcou um ano muito especial para nós. Pouco antes do início da pandemia, estávamos nos preparando para nossa primeira grande turnê pelos Estados Unidos. E então tudo meio que foi por água abaixo … Escolhemos o título do EP para marcar este momento extraordinário, tanto no positivo quanto no negativo. Especialmente nestes tempos temos o prazer de compartilhar um pouco de nossa arte com este mundo para proporcionar uma oportunidade de escapar de tudo isso por alguns momentos através de nossa música.
2020 foi lançado pela gravadora de RÜFUS DU SOL, a Rose Avenue Records. Como aconteceu esse encontro entre vocês?
Tudo começou com a gente tocando no incrível Fluffy Cloud Art Project, no Burning Man. Foi incrível saber, quando voltamos para casa, que o RÜFUS fez parte do público naquela noite e que eles adoraram nosso show. Nós amamos a música deles e foi uma grande honra para nós tê-los dançando nosso set. Nós nos conectamos pelas redes sociais e alguns meses depois estávamos no ADE em um de seus shows, onde também nos encontramos pessoalmente pela primeira vez. Algum tempo depois, eles nos perguntaram se gostaríamos de fazer algo em sua gravadora.
Vocês seguem uma linha sonora melódica e, ao mesmo tempo, bem imponente. Esse estilo foi moldado ao longo dos anos ou vocês já tinham em mente qual linha gostariam de seguir desde o início do projeto?
Com certeza temos uma certa identidade em nosso som. Mas para ser honesto, é apenas a música que amamos fazer. Desenvolver-se como pessoa e artista está conectado em nossa opinião. Um cresce através do outro e vice-versa. Então, é claro que ela se formou e ainda está se formando ao longo dos anos. Mas não com uma certa linha a seguir. Sempre tentamos dar o nosso melhor no momento e construir em cima disso. Especialmente se você está inclinado ao perfeccionismo, é mais saudável com essa abordagem, em nossa opinião.
Estamos finalizando 2020 e ainda vivemos muitas incertezas em relação ao coronavírus, que certamente afetou muito todos os profissionais da música no mundo todo. Como vocês tem passado por esse momento? Algum palpite sobre o futuro do nosso cenário pós pandemia?
Realmente tem sido uma montanha-russa emocional para todos. Como mencionamos antes, estávamos muito animados para nossa primeira turnê pelos Estados Unidos, que envolveu muito trabalho prévio, apenas para ter tudo cancelado alguns dias antes de nossa partida. Mas estamos cientes de que é um privilégio fazer o que fazemos para viver e que certas coisas são mais importantes na vida. Nosso coração se dilacera ao ver as pessoas divididas por diferenças desnecessárias. É claro que também estamos muito desapontados por não podermos fazer shows atualmente. As gerações anteriores passaram por tempos muito mais difíceis do que os que vivemos agora. Recomendamos ser pacientes e dar amor aos outros tanto quanto você puder. Tudo isso provavelmente será transportado para este novo ano. Para tudo o mais relacionado à pandemia, por favor, não dê ouvidos. Ouça a ciência!
Teremos mais lançamentos e novidades para os próximos meses?
O lançamento de Mosaik foi o nosso último para 2020. Mas já estamos no meio de nossas primeiras produções para 2021. Esperançosamente, também teremos a oportunidade de fazer os shows que tivemos de adiar para 2021 por enquanto.
Para finalizar, uma pergunta tradicional do Alataj: o que a música representa em suas vidas?
Música é tudo! Não poderíamos imaginar uma vida sem ela.
A música conecta.