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A música conecta

Alataj entrevista Waltervelt

Por Lau Ferreira em Entrevistas 13.09.2021

Fundado em 2016, o projeto Waltervelt — voo solo do DJ e produtor brasileiro James Rodrigo — mudou de patamar em 2019, quando foi descoberto e abraçado por sua maior referência, Maceo Plex, a partir da música Lunar Operation. Plex soltou em suas redes sociais um vídeo tocando a faixa e dizendo que estava à procura do seu autor e tinha interesse em lançá-la pela sua gravadora, Ellum. E assim foi feito.

Com duas faixas, o EP Lunar Operation foi lançado em novembro daquele ano. Em 2021, Waltervelt trouxe outros dois releases pela Ellum, além de também ter assinado com selos como Lost On You e EXE Audio. Suas músicas recentes, que vieram dentro da categoria Indie Dance, do Beatport, o levaram a alcançar posições importantes nos charts do gênero, ocupando, no momento desta publicação, o 48º lugar do ranking segundo o Beatstats (o primeiro dentre os brasileiros).

No último dia 10, o catarinense de Joinville fez sua estreia pela Diynamic, de Solomun. A relação com o expoente bósnio começou com o envio de Blood Blue, faixa tocada por ele, mas que acabou saindo por outra label, a Crow, na reta final do último ano — e que chegou ao terceiro lugar no mesmo chart de Indie Dance do Beatport. Agora, com o francês Kiko (a quem recentemente remixara), trouxe ao mundo Violent Location, pelo 20º volume do famoso V.A. Four To The Floor, iniciado pela Diynamic em 2014.

Para saber mais sobre essas e outras conquistas, conversamos com ele.

Alataj: James, seu projeto passou a atrair olhares globais desde que foi abraçado pela Ellum de Maceo Plex. Agora, você está prestes a lançar pela Diynamic, de Solomun. Como foi que rolou esse contato com ele? Acredita que devem vir outros lançamentos pela gravadora, como aconteceu com a Ellum?

Waltervelt: Eu passei alguns anos da minha vida sonhando alto em lançar por esses dois selos, e finalmente consegui. Simplesmente fui enviando como todo artista, no e-mail de demos do selo, até que um dia no trabalho recebi a resposta elogiando muito a Violent Location e perguntando se ainda estava disponível para lançamento.

Antes de aceitar uma faixa sua para a Diynamic, o Solomun já vinha tocando algumas de suas músicas, não é mesmo?

Sim, primeiro tocou a faixa Lunar Operation e depois Blood Blue.

Seu release anterior foi justamente um remix para Kiko, o DJ e produtor francês que assina a collab com você. Como foi que vocês se conheceram e decidiram fazer essa parceria? Essa é apenas a sua segunda collab, não é mesmo?

Kiko é uma referência para mim, seus vários lançamentos com Citizen Kain me chamaram a atenção há alguns anos. Quando eu recebi sua mensagem dizendo que queria trabalhar comigo, fiquei muito feliz, e logo começamos a trabalhar na Violent Location. Eu disse para ele: “Vamos enviar isso para Diynamic”, e ele aceitou na mesma hora.

Esta é a segunda colaboração com um artista, e creio que combinou bastante essa fusão entre o meu som e o dele.

Então foi o Kiko que acabou estabelecendo esse primeiro contato com você? E aí, antes de fazerem juntos a collab, veio o remix para Cycle?

Sim, ele entrou em contato comigo querendo colaborar em algum trabalho, e logo veio o convite para remixar Cycle e fazer o collab Violent Location.

Imagino que essas oportunidades tenham aparecido pra você graças a Maceo Plex. Você consegue mensurar o impacto que lançar pela Ellum e ganhar o suporte do americano trouxe pra sua carreira?

Isso com certeza fez com que a minha carreira ganhasse fama no mundo inteiro. O nome Waltervelt se tornou referência para vários produtores que são também apaixonados pelo som de Maceo Plex. Tudo cresceu muito rápido desde o lançamento pelo Ellum Audio, o que também abriu várias portas.

Obviamente não foi coincidência o fato de sua principal referência ter se atraído pelo seu som. Como você acha que conseguiu se basear majoritariamente no Maceo Plex mas, ao mesmo tempo, sendo original o suficiente para despertar sua atenção?

Eu sempre fui apaixonado por um tipo de som mais dramático e romântico, algo relacionado com cinema, e isso é o que ele possuía. Tudo o que eu sempre fui tocar ou procurar foi uma linha de som mais escura, e até mesmo mais alegre às vezes.

Foi a partir daquele lançamento que você consolidou sua identidade artística nessa mistura bem peculiar de Techno, Space Disco e Electro, não foi? Tenho a impressão de que você vinha testando facetas diferentes, e ao ver que essa explodiu, seguiu nela. Como você chegou a essa sonoridade em particular? 

Sim, eu testei várias facetas até chegar na linha de som que faço hoje, e a primeira track que tive a real certeza de que era aquilo que eu iria produzir foi Circular Love, que lancei em free download no meu SoundCloud. Foi a partir dali que as coisas aconteceram. A faixa foi elogiada por Odd Oswald, ex-integrante do projeto Odd Parents (Ellum).

E como tem sido sua relação com Maceo Plex desde então?

Minha relação com Eric é apenas profissional. Eu mantenho mais contato com o seu manager para falar de outros assuntos, mas sempre envio faixas para ele no e-mail, às vezes até algumas que ainda não foram totalmente finalizadas.

Com o Solomun tem sido da mesma maneira?

Sim, mantenho contato apenas com o label manager até o momento.

Quase tudo o que vemos sobre você na internet diz respeito a sua música. Mas você começou como DJ muitos anos antes de se lançar como produtor, não é mesmo? Conta pra gente melhor como foi essa sua trajetória na música, por favor. Chegou a ter grandes gigs, além daquela no Warung com o próprio Maceo Plex?

Desde 2009 como DJ, já toquei em vários lugares bem legais antes do Waltervelt ser criado. Há uma festa chamada Symetria, adorei o público nesse dia, e foi uma das melhores pistas que já pilotei.

Fechamos com a clássica do Alataj: o que a música significa na sua vida?

A música é tudo pra mim. Ela me mantém alegre, me dá esperança. Meus melhores amigos vieram através da música, minhas melhores experiências vieram através da música, eu respiro música, durmo e acordo ouvindo música, e não há nenhum dia sem que a ela esteja em minha vida. Ela é o meu melhor remédio para dias ruins e sem ela eu não saberia viver neste planeta.

A música conecta.

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