A gravadora brasileira Me Gusta Records tem se tornado referência quando o assunto é versatilidade sonora, abrigando Minimal, Acid, House, Progressive, Breaks dentre outras vertentes. Com um time forte atuante na cena eletrônica, a label agora lança o EP de remixes de Gaya, track original de Flow & Zeo que já havia sido lançada na VA Cardume, em abril, e agora conta com remixes de peso que contam versões diferentes da mesma história.
A paixão pela pista de dança conecta-se à identidade musical inspiradora de cada um dos remixers como Rodrigo Ferrari, Beranger & T_Pazos, Gui Machado e Pedro Auguxt, lançando um EP que reflete muito bem a originalidade de sua assinatura. Os remixes são trabalhados através dos detalhes de modulação e vibe de cada artista, que conectam energias que vão do lounge ao Peak Time de uma pista. Confira cada detalhe do processo produtivo das faixas, descritas pelos próprios:
Flow & Zeo – Gaya (Original Mix) | Produzimos a Gaya no início deste ano. A ideia foi concebida e executada em 3 dias. A música é bastante dinâmica e explora bem os Grooves entre percussões, baixos e vocais. Os synths e a parte melódica deixam a música híbrida entre gêneros e ela funciona muito bem tanto em clubs como em open airs. O nome é uma homenagem à nossa mãe terra.
Rodrigo Ferrari Remix | Pode-se dizer que estava em um dia mais ácido e os vocais que estavam mais escondidos na faixa original me intrigaram. Então comecei por ali, adicionando beats que permeiam entre o deep tech e minimal aos 124 bpm dando o groove e andamento, acompanhados de um bassline que se movimenta durante toda a faixa, tornando-a mais hipnótica. Enjoy it loud!
Beranger & T_Pazos Remix | Nos encontramos para finalizar uma outra faixa juntos e, após a sessão, decidimos dar o start nesse remix. Nossas últimas collabs foram numa pegada de breakbeat mais “agressiva”, então quando surgiu a oportunidade de fazer a nossa versão para a Gaya, foi consenso que a linha que mais encaixaria seria menos intensa, mas sem perder a nossa identidade. O próximo passo foi selecionar os elementos da faixa original que seriam usados, e somados com o baixo bem grave, porém discreto que deixou a faixa com um swing e groove que nos agradou bastante além da bateria feita numa 808 da Roland virtual. Após o processo criativo, Pazos fez os retoques na mix, aquele peso na master, e assim nasceu o nosso remix pra essa música linda!
Gui Machado Remix | O meu remix demorou um tempo para se materializar. Eu fiz duas versões antes de chegar na final. Acabei optando por um swing bem grooveado na bateria analógica e no baixo com bastante distorção da minha mesa de som pra remeter ao house dos anos 90. Unindo isso aos sons ambientes da track original gerou uma pegada bem minimal house que tem funcionado muito bem nas pistas de NY e do Burning Man.
Pedro Auguxt Remix | Produzo desde 2015, apesar disso, Gaya é oficialmente o meu primeiro remix. Estou muito feliz com o convite, adorei o desafio, me diverti e aprendi muito! No meu processo criativo dou muito valor as fagulhas iniciais, as primeiras ideias. Foi assim na audição de Gaya, na minha mente ecoou o som do piano com características “dub”. Com esse elemento acabei definindo a harmonia e em seguida, gravei o órgão, toquei um riff complementar ao piano. Outro elemento que adoro é programar synth, fico horas construindo um Arp, busco as notas e região que cada uma vai atuar no sequencer. Prazer também em pilotar a evolução disso tudo, manuseando knobs de efeito. Encerrei a fase criativa abrindo uns VSTs. Selecionei alguns timbres e passei um tempo improvisando. Trechos interessantes edito e coloco em loop.
Normalmente é assim que nascem os meus temas, edição de algum trecho, procuro ir sempre pelo caminho melódico. Aproveitei alguns espaços na música para me inserir.
A música conecta.