É certo que Leo Janeiro mantém uma carreira sólida há décadas e as razões são claras. Expoente apaixonado pela House Music, seu propósito tem como base encontrar o jeito brasileiro de se fazer música para pista. Nessa toada, o DJ e produtor utiliza tanto a sua própria música quanto sua função curatorial na label que fundou com Roland Leesker, a COCADA. Assim, o artista carioca pode levar aos ouvintes da Get Physical, label-mãe da COCADA, um pouquinho do gosto tropical para o House e para a Disco que são feitos por aqui.
Seu novo EP, Marambaia/Uncle Silva, reforça também seu poderio técnico nos estúdios. Trazendo beats saudosos de Disco em meio a uma roupagem cultural e percussiva, as duas faixas do projeto abrangem o relacionamento profundo de Leo Janeiro com a sua cidade, as suas vivências e a sua música. Aproveitando esta ocasião importante – o EP foi apoiado por nomes como DJ Sneak, Alinka, Dorfmeister e DJ Seinfeld – fomos atrás do artista para saber as inspirações e o processo de criação das duas faixas do projeto.
Marambaia | Marambaia tem uma forte influência dos anos 80 e 90, como a progressão de bateria, que tem muita inspiração em grupos como Midnight Star e The S.O.S Band. Além disso, tem esse toque brazuca, principalmente na onda dos synths, que me remete ao estilo de música que fez eu me tornar DJ. É uma música retrô, que tem todos esses elementos, mas super atual ao mesmo tempo.
Uncle Silva | Essa faixa tem uma particularidade muito bacana, já que é uma referência a minha adolescência e é dedicada a uma pessoa importante no meu desenvolvimento musical, que é o Tio Silva. Ele foi um cara que me ajudou muito a escutar música e que esteve junto ensinando a gostar de diferentes estilos. Era muito legal ver sua paixão pela música, então resolvi fazer esta homenagem.
Para Uncle Silva, eu trouxe alguns elementos que considero muito legais, como a construção da percussão e da bateria, os slices de House e Disco, além do vocal, que foi gravado por mim e é algo que tenho gostado muito de fazer, pois acho que dá um toque mais autoral e também me divirto mais. No geral, essa faixa tem um pouco de tudo e trabalha muito a percussão, indo do tribal ao acid, para criar este colorido diferente.
A música conecta.