O brasileiro Luiz Fernando Ribeiro aka LuizFribs é o nome por trás das performances e produções enérgicas e pesadas da cena nacional. Influenciado pelo Synthpop, Trance oldschool e Techno moderno, o produtor se apoia em melodias agressivas, kicks certeiros e um bassline poderoso em suas composições. Não à toa, o produtor tem sido aclamado e vem recebendo suportes pelos quatro cantos do mundo, como o do britânico Dax J, Cera Khin e Sara Landry, além de muitos outros nomes importantes da cena eletrônica mundial. Dentre todo peso de suas produções Luiz traz um contraponto em suas apresentações, seu violino, ao que o produtor chama carinhosamente de ‘velho companheiro” e que está presente em sua vida desde o início de seus dias.
Após lançamentos importantes por gravadoras ao redor do globo como Gomboc (ARG), Autektone (ITA) e Nin92wo (BRA), Luiz nos traz seu mais recente trabalho lançado pela gravadora polonesa The Meaning Of Rave, o EP Limitless com três faixas originais e quatro remixes de nomes como Nobody, Switchblade, Alex TB e FIMH777, apostando em composições cheias de texturas para uma sonoridade potente, com melodias e elementos vibrantes. LuizFribs nos conta mais no Faixa a Faixa de hoje.
Limitless | A faixa-título chega como a original mais energética do release, abusando de timbres rasgados que tem sido característica unânime no som raver da atualidade. O conceito por trás da track foi realmente trazer explosão, energia e ferocidade, convidando o espectador a dançar “sem limites” (limitless, em inglês). Aqui temos uma bateria que traz um bom groove, capitaneado principalmente pelos Toms com o auxílio dos pratos secundários. Um synth de fundo, criado utilizando FM, complementa o groove tocando nos contratempos dos Toms e ajuda a ditar a ambiência da faixa. Os timbres principais abusam de distorção e overdrive, e foram criados utilizando o u-he Diva (para o synth mais agudo) e a versão plug-in do Juno-106 (para os pads ricos em low-end). Este último é um clássico das faixas ravers, então não podia ficar de fora da produção. A brincadeira com o breakbeat durante o build-up vem trazendo um pouco mais de groove para a faixa.
Desirable | Para a “Desirable”, quis trazer uma sutil união de elementos mais observados no lado raw e hipnótico do Techno com a velocidade e a potência do Hard Techno. Apesar de não ir propriamente de encontro com a hipnose garantida no raw techno, a faixa possui uma ambiência mais complexa, utilizada através de uma combinação de sons, efeitos e send/returns, além da bateria mais groovada em detrimento às baterias rollings que são mais comuns no Hard Techno. Para o timbre principal, optei por uma síntese FM (utilizando o Operator, nativo do Live), o que nos permite criar com maior complexidade sons inarmônicos, que causam uma certa “estranheza” aos ouvidos mais puristas. Finalmente, quis trazer um synth mais característico do Hard Techno com o pad que toca exclusivamente durante o break da faixa, criado utilizando o Juno-106 e abusando das distorções (e, obviamente, do efeito chorus maravilhoso que o próprio Juno nos concede).
Love Lies | A “Love Lies” vem como a faixa mais leve do EP, tanto em energia como em velocidade, mas ainda sim com grande potencial para ferver as pistas. Na criação, optei por programar uma bateria mais rolling, mas ainda com presença de alguns pratos mais groovados em segundo plano. Os dois synths apresentados na introdução foram criados utilizando o clássico Yamaha DX7 e tocam durante toda a faixa como “pergunta e resposta”, trazendo à tona minha inspiração no Oldschool para a criação do EP. Finalmente, o elemento principal da track é a linha ácida criada no TB-303, que tem a missão de contrastar com os outros synths, um pouco mais sutis, e conduzir o espectador em um tipo de “transe” nas pistas.
Love Lies (Alex TB Remix) | O Alex TB é um dos heróis nacionais do Hard Techno, e tê-lo remixando uma faixa minha é indescritível! A roupagem mais oldschool, raver e pesada que ele deu à ‘Love Lies’ me conquistou desde que a ouvi pela primeira vez. Gostei bastante da forma como ele trabalhou os vocais, e o kick que ele utilizou é o famoso “incendiador de pistas” [risos].
Love Lies (Switchblade Remix) | O Leo Laker, nome por trás do projeto Switchblade, também é uma lenda do Hard Techno oldschool, e seu remix trouxe com maestria essa roupagem para a ‘Love Lies’: me senti ouvindo uma faixa vinda diretamente dos anos 1990 e achei isso sensacional!
Ao contrário do Alex, o Leo optou por utilizar a linha de TB-303 da faixa original em seu remix, e isso criou um contraste bem legal ao termos, no EP, dois remixes da mesma faixa, mas que focaram em elementos diferentes para protagonizar.
Desirable (Nobody Remix) | Adorei a forma como o Nobody trabalhou no remix da “Desirable”, adicionando uma linha de 303 que combinou tão bem com os demais elementos que parece até ser um elemento que já existia na original. Ele ainda deixou em destaque os vocais no break, que já existiam na faixa original, mas que por algum descuido meu na hora de exportar a mixdown, acabaram ficando muito baixos e bem de fundo, como uma textura. Acabei deixando assim mesmo [risos], mas achei bem legal que nesse remix eles apareceram bem.
Limitless (FIMH777 Remix) | O remix do duo FIMH777 se manteve fiel ao protagonismo do synth principal que usei na faixa. Gostei muito da levada mais “galopante” que trouxeram com o rolling bass, que também remete aos baixos característicos do Hard Trance.
A música conecta.