Cá nos encontramos novamente em uma não tão bela – pelo menos aqui em Curitiba – quinta-feira de Iconic. Digo que não tão bela, pois um dia lindo para mim é regado a toneladas de céu azul e calor insuportável, muito diferente do teto insosso e cinzento que faz hoje por aqui. Pode ser que agora você esteja me chamando de maluco por preferir um dia onde todos soam o bigode, mas para mim, um Lovelee Dae é na base de muito sol e calor.
Sacou o spoiler, né? Pois então, já que o dia está longe de ter o clima ideal, vou usar dos meus dotes musicais para dar uma forcinha extra nesse mar de cinza, assim as coisas fluem de forma mais leve, tanto porque música é igual macarrão instantâneo em vídeo aleatório do Facebook, um santo remédio que conserta qualquer coisa, inclusive um dia de clima deprê como o de hoje.
Eu poderia falar de Klubhead, Black Rascals ou Elements Of Life, projetos que Josh Milan e Kevin Hedge criaram ou estão envolvidos, mas pra falar dessa dupla dinâmica, obrigatoriamente preciso falar de Blaze, que sem dúvidas foi o nome que mais proliferou pelas mãos de Kevin e Josh. Sim, são infinitos hits que vieram de Blaze, mas como essa maravilhosa coluna se chama Iconic, hoje vamos traçar o caminho percorrido por Lovelee Dae, tá ok?
Assim como acontece com várias músicas atemporais, Lovelee Dae foi lançada originalmente no ano de 1996 através da nova iorquina Simplex Records. Trans-Jazz EP é um disco composto por cinco faixas que mesclam o Jazz, Latin e Soul com a House Music, algo muito comum para a época e que hoje temos como a roupagem mais clássica do estilo.
Lovelee Dae não foi pensada como protagonista para esse trabalho, já que uma das faixas do EP, Times Marches On, é uma reinterpretação da faixa homônima de Marshall Jefferson e Harry Dennis aka Jungle Wonz que foi um hit absoluto e originalmente lançada pela Traxx Records em 1987.
Mas logo após o lançamento de Trans-Jazz EP, a zebra foi certeira, todos voltaram seus focos para Lovelee Dae, música que tem a energia perfeita para pista de dança, seja pelo ritmo e harmonia ou pelo vocal sutil mas que tem uma mensagem marcante. Não demorou muito para que a música fosse tratada como protagonista e através da Classic,gravadora criada por Derrick L. Carter e Luke Solomon, ela foi relançada como single em 1997. O single é composto pela versão original, uma versão feita pelo duo Freaks aka Justin Harris e Luke Solomon e duas versões feitas por Jon Marsh da banda The Beloved, que para mim é o responsável pela melhor versão de Lovelee Dae já feita.
E foi através da Classic que Lovelee Dae se mostrou ser um hit absoluto, inundando cases e pistas afora em uma velocidade sem igual. Obviamente que, com tamanho sucesso, uma chuva de remixes por artistas como Isolée, Roman Fluegel, Carl Craig, Losoul, Funk D’Vold – é sério, a lista é imensa – surgiu explorando ainda mais o potencial da faixa. Aí você me pergunta: e o remix do 20:20 Vision? Eu não me esqueci dele e com certeza, esse é o remix mais importante que foi feito de Lovelee Dae, se tornando a versão oficial – ou a que todos lembram -, algo que também já presenciamos com outras músicas aqui no Iconic, a exemplo de Love Story do Layo & Bushwacka!
Depois de ouvir a versão de 20:20 Vision fica até difícil de falar algo mais, afinal de contas, muitas lembranças ressurgem ouvindo essa versão e eu realmente poderia gastar mais um parágrafo falando sobre essas tais lembranças, mas assim que a música começou a tocar, o Sol resolveu aparecer lá fora. Iconic!
Um Lovelee Dae a todos vocês!
A música conecta.