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A música conecta

Iconic | Giorgio Moroder – Chase [Casablanca Records]

Por Ágatha Prado em Iconic 18.08.2022

Há algumas edições anteriores da Iconic, reverenciamos o sucesso de uma grande pérola da Disco Music mundial: I Feel Love. A faixa que traz o brilho fascinante da voz de Donna Summer – considerada a rainha da Disco Music -, teve ao longo de sua produção o toque de midas de um gênio à frente de seu tempo: Giorgio Moroder, o pai da “música do futuro”. Na Iconic de hoje, vamos destrinchar mais a fundo a mente fantástica desse produtor que revolucionou o mundo da música na década de 70, e permanece até hoje sendo uma referência unânime para o Pop e para música eletrônica. A escolhida da discografia de Moroder, é a icônica Chase, um verdadeiro hino da era de ouro do Space Disco.

Quando o assunto é Giorgio Moroder, é possível traçar uma linha do tempo do universo da música dividindo-se entre A.M e D.M, ou seja, antes de Moroder e depois de Moroder. Digo isso porque a revolução que ele instaurou, alterou o curso de tudo que viria pela frente. Podemos dizer em termos temporais, que o divisor de águas se deu na primeira metade da década de 70. Antes disso, era generalizado que para produzir uma música era necessário a junção de um ou mais músicos munidos de instrumentos como violão, piano, baixo, guitarra elétrica, bateria, voz, sopros e outros instrumentos físicos e orgânicos que pudessem agregar na construção do arranjo. 

Enquanto isso, em 1964, Robert Arthur Moog desenvolvia um equipamento eletrônico capaz de reproduzir o som de qualquer outro instrumento musical. Nascia então o primeiro sintetizador Moog modular, que despertou de imediato a atenção do jovem músico nerd italiano Giovanni Giorgio Moroder. Quando todo mundo desacreditou da potencialidade do sintetizador em seu primeiro momento, Moroder passou a destrinchá-lo ao máximo, procurando uma forma de criação de novos timbres que pudessem substituir o formato tradicional de acompanhamento no palco. 

Embora Moroder tenha sido apresentado ao Moog pela primeira vez em 1969, e usado o sequenciador em seu hit solo Son of My Father em 1972, foi no álbum de 1977 de Donna Summer, I Remember Yesterday, que o artista teve seu primeiro avanço popular com o instrumento. O trabalhou quebrou os paradigmas de forma brutal no mundo da música, revelando o chamado “som do futuro”, produzido com sons de um único equipamento e que poderiam ser modulados ao longo do arranjo. 

No mesmo ano fatídico de 77, Giorgio lançou um LP que reforçava o chamado futurista. From Here To Eternity foi uma ode espacial de oito faixas de narrativas conectadas, que levam o ouvinte tanto para as luzes glamurosas da discoteca, como também para dimensões do imaginário intergaláctico. O álbum foi um dos embriões da música eletrônica, junto ao clássico Autobahn de Kraftwerk

Então o ritmo produtivo do gênio Moroder, engatou a sexta marcha. Em 1978, ele foi convidado para compor a trilha sonora do filme Midnight Express, de Alan Parker. O diretor tinha se apaixonado por I Feel Love, e pediu ao produtor italiano que fizesse uma faixa nesse mesmo estilo. Foi então que nasceu Chase, uma composição instrumental comandada por sequenciadores que se encontram em diversas camadas de frequência, expressando a beleza e emoção de seus leads futuristas. A melodia principal da música foi composta em um sintetizador Roland SH-2000 , enquanto as linhas de baixo foram executadas através do clássico Minimoog.

Chase não somente foi um sucesso na Billboard e no UK Charts ocupando os primeiros lugares, como também venceu o Oscar de melhor trilha sonora em 1978, reforçando a grandeza espetacular da mente criativa de Giorgio Moroder, que até hoje, segue fazendo história no universo musical contemporâneo.

A música conecta.

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