Cour T. é um daqueles artistas que viu sua carreira decolar em pouquíssimo tempo, muito por conta de sua identidade sonora fora da curva, apresentando um estilo de som que não se via com frequência na cena. Seu álbum de estreia, Brain Deals, pela DIRTYBIRD em 2023, é um ótimo exemplo disso e resume toda a experiência que o artista adquiriu desde o início de sua jornada, uma obra que retrata de forma excepcional seu amadurecimento ao longo dos anos. Essa experiência também lhe rendeu alguns convites importantes recentemente, como tocar no Surreal Park e no Warung Beach Club pela primeira vez, na pista Garden, onde ele já tem um retorno agendado no dia 26 de julho, desta vez no Inside.
+++ Cour T.: a ascensão até a Dirtybird
O DNA autêntico de Cour T. é bem perceptível na pista de dança. Quem já pôde vê-lo de perto, ao vivo, consegue entender e perceber bem as nuances diferenciadas do seu som, sempre com um toque funky/ghetto, sua marca registrada. Isso também se reflete no seu trabalho de estúdio, que já rendeu a ele suportes de Jamie Jones, Adam Ten, Damian Lazarus, Seth Troxler, Mason Collective, The Martinez Brothers e Claptone, revelando ao mundo mais um artista extremamente criativo e exótico vindo do Brasil.
Em 2021, ele resolveu usar sua força e influência na criação da própria label, a COLAPSO, por onde tem soltado alguns de seus releases e ajudado vários outros artistas a ganharem mais destaque, sempre em busca daquilo que mais valoriza em uma track: autenticidade e funcionalidade. Essas características também estão impressas no seu novo release pela label, Solafab, que marca seu retorno após mais de 1 ano desde sua última aparição por lá, em janeiro de 2023. A faixa é uma combinação de Jackin House, Ghetto, Funky no melhor estilo Cour T. de ser, com notas de baixo gordurosas, uma bateria ardente e orgânica ao lado de alguns cortes vocais descontraídos. Mas se você quer mais detalhes, é só mergulhar com a gente nos tópicos abaixo:
A ideia
Solafab foi uma daquelas produções que saem muito rápido, foi totalmente no feeling, não tenho uma história grande por trás dela. Ela tem uma pegada mais Disco/Jackin’, algo que reflete muito o que tenho ouvido ultimamente e tentado trazer para minhas produções, buscando fazer algo atemporal, clássico, que funcionaria anos atrás e que ainda vai perdurar no futuro. Os vocais/vox são cómicos, risadas, conversas, soa até um pouco “weird” em primeiro momento. Ela me traz a vibe de resenha numa roda de amigos durante o rolê.
A escolha da gravadora
Já faz algum tempo desde a última vez que estive na COLAPSO. Por ser uma track mais fresh/descontraída, me senti à vontade em fazer esse lançamento por lá, tendo uma folha em branco onde pude trabalhar desde a cover art, audiovisual, até a estratégia do release, etc. Essa é uma das melhores partes de administrar um label, a liberdade de poder fazer exatamente o que deseja para extrair o máximo possível do lançamento, sem filtros.
A grande influência
Eu vou citar alguns fatos recentes. A minha aproximação com o Kolombo e o Fran Bortolossi, dividi algumas pistas com eles, como no Warung (Garden) e no Park Art. Essas experiências me trouxeram alguns insights de versatilidade e autenticidade. Tendo públicos distintos em mãos e como lidar com isso, aí que a experiência e maturidade entram em jogo.
Como conseguir tocar um som alinhado com a proposta da noite, e ser autêntico ao mesmo tempo? Tracks atemporais são uma das chaves para isso, uma levada mais old school/disco/funky tem funcionado muito bem pra mim. Solafab detém um pouco dessa influência, sem dúvidas.
O significado
Solafab é o primeiro release do nosso planejamento: Cour T. x Colapso. Pretendo aumentar minha frequência de releases na label, tenho muita coisa nova para mostrar, e na Colapso, como dito antes, tenho a liberdade de trabalhar todos os pontos necessários.
A pista dos sonhos
Um long set na madrugada do festival Day Zero.
A música conecta.