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A música conecta

Minha Primeira Gig | Alex Kennon

Por Laura Marcon em Minha primeira gig 10.07.2020

Se você acompanha nossos conteúdos com frequência tem visto muitos artistas italianos como destaque por aqui. Não é pra menos. O país tem sido um terreno fértil dentro do cenário da música eletrônica há muitos anos e seus representantes vêm ganhando um belo espaço no mercado – isso sem contar aclamados nomes que já estão no time de highlights neste universo. Voltando aos promissores talentos, hoje é dia de conhecer um pouco mais sobre Alex Kennon.

Hoje estabelecido na Espanha, Kennon vem de uma precoce relação com a música, tocando violão espanhol desde criança. A disciplina em seu aprendizado e evolução técnica do instrumento – ele tocava no mínimo duas horas por dia! – aliado à maior influência musical de sua vida, seu pai, que o direcionou fortemente às sonoridades ligadas ao Rock e bandas que já misturavam o estilo com a música eletrônica, levou Alex até o italiano dos italianos dentro do nosso universo: Giorgo Moroder. Bastou misturar tudo isso de forma inteligente e criativa que Alex Kennon já estava discotecando e produzindo em um espectro amplo de muita qualidade.

Sua música passeia do House ao Techno, passando também por linhas voltadas ao Tech House e outras maravilhas sonoras. O artista já colocou seu trabalho em gravadoras como ViVa Music, Rebellion, Crosstown Rebels e Saved, além de desbravar mais de 20 países incluindo o Brasil no ano passado. Mas como tudo nesta árdua jornada artística tem um começo, Alex deu o start em sua carreira de forma relativamente despretensiosa e apostamos que muitos DJs se identificarão com a história de sua primeira gig. Vem ler!

Alex Kennon

Bem, meu primeiro show pago como DJ, até onde me lembro, aconteceu quando eu tinha talvez uns 18 anos. Foi em um clube de praia na minha cidade natal, Massawa, na Eritreia, Itália. Este era um lugar minúsculo, na beira do mar, onde todos íamos com frequência para celebrar boa música. Também era um lugar muito simples. Portanto, tocar lá não apenas envolvia você ter um conhecimento amplo quando se trata de música, mas também trazer todo o seu próprio equipamento: mixer, toca discos, alto falantes, até mesmo uma máquina de fumaça!

Antes de eu começar a tocar tive que carregar todo equipamento pela areia e montá-lo no escuro, na praia. Claro, sempre valeu a pena, especialmente porque era minha primeira vez. Eu estava tão empolgado com essa noite que definitivamente parecia uma enorme responsabilidade estar no controle da cabine. Inicialmente, pensei que o dono do bar talvez só tivesse me bookado porque eu parecia muito interessado e o incomodava, ou talvez porque eu conhecesse alguém com uma máquina de fumaça… [risos]!

Acho que quando comecei a ir às festas, antes mesmo de entrar na cabine de DJ, sempre tive um grande respeito pelo DJ pesquisador. É por isso que eu conhecia e compreendia a importância de levar a festa para uma jornada musical perfeita. Parecia uma tarefa enorme como um jovem DJ, tentando propor novos sons e levar as pessoas a uma nova direção. Eu definitivamente passei vários dias, até semanas, selecionando músicas para a festa, experimentando ritmos na minha cabeça e cantarolando pela cidade. Depois que eu montei tudo, meus amigos apareceram e se espaçaram na pista de dança, me apoiando dançando e sorrindo – embora eu me preocupasse que não haveria muito mais pessoas. Felizmente, a pista de dança logo se encheu quando eu comecei a tocar meu set, que foi lotado de músicas que eu havia passado semanas selecionando e pensando no arranjo cuidadosamente.

No final da noite o bar estava cheio! De alguma forma nossa festinha louca se espalhou por toda a praia com talvez 500 pessoas, muito acima da capacidade do espaço. Ninguém calçou os sapatos até o final da noite e todo mundo estava dançando com os pés na areia, amando a vibração. Ficaram até o sol nascer. Eu tive que arrastar a mim e minha máquina de fumaça de volta para casa….

A música conecta.

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