Você provavelmente já ouviu falar que as estrelas que contemplamos no céu já estão mortas. A astrofísica é incrível e nos ajuda a entender eventos que ocorrem a uma distância inimaginável do nosso planeta. E é observando os astros e fazendo essa reflexão que percebemos o quão pequenos somos perante a imensidão e a complexidade do universo.
Um fenômeno incrível e que raramente pode ser observado é o das supernovas — a morte de estrelas gigantescas (com massas maiores que as do Sol) que gera um brilho absurdamente intenso no espaço, cuja luminosidade pode perdurar por meses. É nada mais, nada menos que a maior explosão que ocorre no cosmos. A última vez que o fenômeno pôde ser visto a olho nu da Terra foi em 1604, quando sequer se tinha conhecimento sobre ele — o que só veio a acontecer nos anos 1930, ajudando a comprovar que o universo está em constante expansão e transformação. Na Via Láctea, estima-se que uma supernova ocorre três vezes a cada século.

Chega a ser poético. Depois de ciclos de bilhões de anos, essas estrelas colossais morrem brilhando mais do que nunca, e provocando efeitos variados — desde a formação de novas estrelas e até planetas, aos misteriosos buracos negros. Tamanhos, volumes, distâncias, potências e velocidades descomunais, quase inconcebíveis para nós, meros terráqueos.
Esses conceitos astronômicos podem vir a se refletir na arte, e encontram no Techno um campo vasto e apropriado — basta conhecer um pouco de Jeff Mills para entender. Há algo sobre a sua estética sisuda, tecnológica, futurista, reflexiva, intelectual e fechada que parece remeter ludicamente ao campo. No Brasil, dois DJs e produtores bateram toda essa imensidão poética com Techno Melódico num liquidificador de dez vezes o tamanho do Sol, e o resultado foi uma gravadora chamada Real Supernova Records.
Fundada em 2020 por Ortus (BR) e Diego Ruiz, entregou sete EPs naquele ano, produzidos pelo próprio Ortus, por Lorenzo Fasano, Juan Lenis, CRUXZ, Copini, Desthen e o alemão Marc Erberich — sempre transluzindo uma aura cósmica/espacial, reforçada pela identidade visual do selo, que é trabalhada por Ruiz.
Para 2021, os headlabels deram uma parada estratégica para voltarem mais fortes e mais organizados. A ideia é intensificar os lançamentos e criar novos satélites (casting de artistas, coleção de roupas e acessórios, eventos…), e para isso, contam com o reforço de CRUXZ ao time. Ainda sem uma data definida, o primeiro release da Real Supernova não deve tardar a chegar: uma compilação que ajudará ainda mais a projetar a marca e consolidar a sua identidade.
Telescópios em mãos para observar a formação de novas estrelas; um grande fenômeno está prestes a acontecer.
A música conecta.