Skip to content
A música conecta

Alataj entrevista Felipe Johann

Por Alan Medeiros em Notícias 07.12.2018

Se em 2017 a Levels cresceu e se firmou como uma das principais festas do país, o que falar sobre 2018? Superando dificuldades geográficas, culturais e até mesmo a greve dos caminhoneiros, a Levels intensificou suas ações, recebeu uma super leva de nomes nacionais e internacionais, e firmou-se como uma referência brasileira em curadoria e produção.

Nesse processo, Carol Campos e Felipe Johann, casal que comanda o projeto desde o seu princípio, foram decisivos. Isso por quê eles tem conseguido entregar um trabalho que transborda paixão e possui uma atmosfera totalmente verdeira que até mesmo o público é capaz de sentir e vibrar junto com isso. Ambos também comandam a Ismo, um estúdio especializado em design que assina toda a belíssima comunicação da Levels.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé, óculos de sol e atividades ao ar livre

Há cerca de 2 anos, um de seus principais parceiros é a BURN, reconhecida internacionalmente como uma das grandes responsáveis por apoiar a dance music underground ao redor do globo. Celebrando o fim de ano, Levels e BURN somam forças para uma parceria inédita na Marina Navegantes São João. O BURN Residency Showcase Porto Alegre apresentará Matthias Meyer, Alex Nigemann, Eli Iwasa e um timaço de talentos nacionais no próximo dia 15. Antes disso, Felipe Johann falou um pouco mais sobre essa edição e o ano da Levels:

Alataj: Olá, Felipe! Tudo bem? De que maneira sua formação em design gráfico ajudou no começo da história da Levels? Ainda hoje você está envolvido na criação dos materiais?

Felipe Johann: Oi Alan, tudo certo sim. Com certeza a minha formação em design ajudou muito no começo da história da Levels e sem dúvida ainda ajuda bastante. O conhecimento nesta área foi aplicado desde o início, partindo da criação da identidade visual da marca e de toda comunicação, como também no projeto do evento, pensando em questões como o layout, fluxo do público e decoração. Atualmente ainda estamos 100% envolvidos na criação dos materiais, toda comunicação da Levels é feita pela Ismo, nosso estúdio de design.

Em Maio, após a greve dos caminhoneiros, vocês receberam uma belíssima prova de fidelidade do público com uma festa cheia em meio ao país parado. Pessoalmente, o que exatamente esse momento representou para vocês?

Sem dúvida esse momento foi muito importante para nós, pois a partir daí conseguimos perceber de forma mais clara a fidelidade e carinho que o nosso público possuí pela marca. Dificuldades no meio do caminho sempre irão existir, o importante é ter determinação para enfrentá-las. Quando somos colocados a prova dessa forma e conseguimos superar, a confiança para seguir só aumenta e a credibilidade com o público também. Percebemos claramente que todos que estavam presentes ficaram super surpresos com o quão incrível a festa foi, pois foram com o intuito de apoiar, mas esperando o pior diante da situação extrema que o país se encontrava.

Em termos de curadoria, para quais caminhos a Levels está sendo direcionada em 2018? Na sua opinião, qual dos artistas que já passaram pela festa representa com propriedade o espírito da Levels?

Acredito que a Levels a cada edição tenta se desprender mais de gêneros específicos como house ou techno, buscamos ir atrás de artistas com música com sentimento, que toque quem está na pista e que crie momentos marcantes.

Quanto ao artista, acho que seria difícil mencionar um que represente o espirito da Levels, porque acredito que a Levels se traduza pela composição de diferente fatores, além da música, o clima, o ambiente e as pessoas que formam o todo e criam a atmosfera incrível que conhecemos. Mas se fosse citar alguns desses momentos especiais, esses 3 foram os mais marcantes para mim: a estréia do Barem em 2015, a tarde de domingo com Rodriguez Jr e a primeira edição do mini-festival com Andhim.

A imagem pode conter: céu, nuvem e atividades ao ar livre

Sabemos que vocês possuem uma importante parceria com a BURN aí em Porto Alegre. Como exatamente isso tem se desenvolvido? Quais ações já foram desenvolvidas em conjunto com a marca?

Com certeza a parceria da Levels com a BURN foi muito importante para tornar a marca ainda mais conhecida e somos muito gratos por isso, pois foi a primeira marca de grande porte a acreditar na Levels e hoje esse parceria já se estende por mais de dois anos. Além disso acredito que existe uma sinergia muito forte entre as duas marcas, a BURN é uma das maiores incentivadoras da música eletrônica no mundo, o que acaba indo diretamente de encontro ao nosso propósito: espalhar música por onde passamos.

Entre os artistas que vocês ainda não conseguiram trazer para a Levels, há algum que está no topo da lista? Além disso, como vocês tem buscado montar lineups criativos com as moedas estrangeiras em alta?

Temos alguns nomes guardados no topo da nossa lista que gostaríamos muito de trazer e tenho certeza que com o tempo vamos conseguir, mas eu costumo sempre dizer que não é tão simples quanto parece montar um lineup e principalmente trazer artistas internacionais de destaque, ainda mais com a valorização do dólar. Muitas vezes as pessoas perguntam, por que vocês não trazem aquele ou esse artista? Mas na verdade não é uma lista que compras que você simplesmente pode escolher quem quiser. Os artistas costumam vir uma ou duas vezes no ano para o Brasil e já existem vários clubs ou eventos que também querem trazer esses artistas, então a dificuldade principal é conseguir entrar nesse circuito para ter acesso a esses artistas. Além disso, é muito caro trazer um artista para tocar somente em um evento, por isso é preciso conseguir montar uma tour com no mínimo duas ou mais datas na semana. Mas com certeza tenho muito orgulho dos nomes que já conseguimos trazer para Porto Alegre, hoje talvez pareça mais normal artistas desse porte por aqui, mas quando começamos não era tão comum assim, contanto que a maioria dos artistas internacionais que trouxemos fizeram sua estreia em Porto Alegre tocando na Levels.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, multidão e área interna

Na sua opinião, quão importante é o envolvimento de marcas como a BURN no desenvolvimento da cena eletrônica undeground a nível global?

Acredito que seja fundamental! A BURN hoje é uma incentivadora em todas as partes do sistema que formam a cena eletrônica. Ela atua desde o descobrimento e incentivo de novos artistas através do BURN Residency, a disseminação de informação e cultura com seus embaixadores, apoia eventos que estão alinhados com o mesmo propósito e para completar proporciona experiências para o público, como o BURN Residency Showcase que irá ocorrer aqui em Porto Alegre dia 15 de dezembro.

Quais são os planos da Levels em relação a atuação fora de Porto Alegre? Obrigado pelo bate-papo!

Para 2019 estamos com o objetivo de levar a Levels para outras cidades do RS através de um showcase, ou algo do tipo, e ainda estamos firmando possíveis parcerias que podem levar a Levels para fora do estado também. Isso ainda está em fase de desenvolvimento, mas entendemos como uma passo importante para tornar a marca mais conhecida e também ser um primeiro contato para pessoas que estão distantes e não podem comparecer na festa aqui em POA.

A MÚSICA CONECTA.

A MÚSICA CONECTA 2012 2024