Se você é amante da música moderna de pista, tenho plena certeza que já ouviu as faixas produzidas por Floating Points como Nuits Sonores ou Ratio, mas você já ouviu falar em Pharoah Sanders?
Pharoah Sanders é um dos sax-tenorista mais importantes que nós temos nos dias atuais, vindo da safra dos anos 60 juntamente com John Coltrane, o qual dividiram muitos palcos também naquela década. Pharoah Sanders é conhecido por ter desenvolvido novas abordagens aos metais como a Sheets of Sound, em parceria com Coltrane, e também sua técnica incomparável de Overblowing, que consiste basicamente soprar mais do que o necessário em um instrumento de sopro para que a nota mude, sem utilizar as válvulas para isso. Como você pode imaginar, é algo extremamente complexo de se executar até mesmo para os mais experientes.
É em cima desta montanha de conhecimento e música que Floating Points se junta a Pharoah Sanders e não menos importante, a LSO – London Symphony Orchestra – para apresentar um um álbum rico em harmonia, emoção e sentimentos transcritos em nove movimentos, intitulado Promises.
Fugindo do formato que o lhe causou grande reconhecimento, Floating Points apresenta um lado inusitado para música orquestrada. Como de se esperar, uma orquestra sinfônica funciona como um DJ Set, onde todos os atos estão interligados e tem coesão de uma passagem para outra, assim como um DJ faz sua mixagem. Promises é um trabalho de extrema qualidade, super bem executado e com momentos que arrepiam como o movimento #6, um dos clímax que Promises apresenta.
A música conecta.