E então que Bruce Leroys decidiu inaugurar seu próprio selo e deste duo carioca já sabemos o que esperar: músicas elegantes de House, feitas para dançar e embaladas com um tempero brasileiro. Sob o nome Aureum, a gravadora vai se tornar um hub de conexão artística entre Bruce Leroys e outros talentos brasileiros, destes que, como sabemos, temos aos montes.
“A missão do selo é agregar mais felicidade na vida das pessoas utilizando a música dançante como principal combustível. Queremos mostrar que existem caminhos diferentes, uma das nossas missões é criar uma identidade sonora onde a língua portuguesa seja, cada vez mais, vista com naturalidade no cenário internacional. Nesta missão convocaremos vários artistas, nacionais e internacionais. Mas nem só de vocais em português viverá o selo, não gostamos de nos limitar e é exatamente pra isso que criamos a nossa plataforma. Fiquem ligados porque teremos lançamentos em todos os meses deste ano, o Bruce nunca esteve tão prolífico e confiante na sua visão e nas suas produções.”, afirma o duo.
O start dessa aventura já começou a se desenrolar, com o primeiríssimo lançamento contando com um remix suntuoso de Art of Tones. A faixa original é Tempo, do próprio Bruce Leroys em parceria com a cantora Helòra. Na versão de Art of Tones, vemos a estética sonora tradicional de House se dissipar diante de um arranjo minimalista, Deep e com alguns elementos orgânicos colocados na sutileza.
“O remix é um tributo ao clássico toque boogie disco dos anos 80, com um moderno sound twist: a guitarra, juno 106, e a combinação do minimoog bass com sons tropicais do final dos anos 70/início dos anos 80. Enquanto o beat inspirado na década de 70, com sons reais de bateria, eu tentei fazer soar mais ‘housy’. A progressão de acordes é diferente da versão original, então tive que mudar alguns trechos do vocal para adequá-lo aos novos acordes”, compartilha o artista.
Art of Tones, aliás, já não chega a ser um componente estranho no imaginário da cena eletrônica. Este é o projeto do DJ e produtor francês ludovic llorca, que já conta com umas boas décadas de presença nas pistas. Há uma quantidade absurda de ideias musicais concretizadas em seu catálogo de lançamentos, na casa das centenas, incluindo labels como Toy Tonics, Local Talk, Defected, Z Records, Frappé, entre outros. Além de, no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, ter sido artista do selo F Communications, do titã Francês Laurent Garnier, assinando sob o alias Llorca.
“Eu amo a música brasileira, mas eu conheço principalmente clássicos – ou seja, bossa nova. Tenho alguns discos do Gilberto Gil, do Tim Maia, do Sergio Mendes, do Jorge Ben… etc. Eu fui ao Brasil há alguns anos (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte), mas adoraria voltar e conhecer a região do nordeste. Gostei muito de remixar essa faixa porque a língua brasileira tem uma música própria, e foi divertido mexer nos vocais e fazer algo diferente”, conta.
A música conecta.