Não é comum ver um artista brasileiro emergente romper as fronteiras do minimal e do deep tech com tamanha velocidade como foi no caso de Balanka, mas seu avanço dentro da cena underground não pode ser explicado apenas pelos números — embora eles ajudem a dimensionar o momento. Com 200 mil ouvintes mensais no Spotify, o projeto de Gabriel Veiga surgiu de forma “despretensiosa” e, em pouquíssimo tempo, já chamou atenção de muita gente importante.
Seu nome passou a circular nos cases de gigantes como Michael Bibi, Jamie Jones, Marco Carola, Dennis Cruz, Vintage Culture e Mau P, que tocaram suas faixas em sets em algumas das pistas mais exigentes da cena global. Real Smooth, lançada em junho pela Shout Label, ultrapassou 1,2 milhões de streams e atingiu o Top 4 do Beatport em Minimal/Deep Tech, permanecendo por meses no Top 10. Um feito incomum para um artista com tão pouco tempo de carreira.
A partir desse ponto de inflexão, a discografia de Balanka ganhou ritmo e personalidade. Bad B…, estreia pela icônica Repopulate Mars, chegou com grooves densos, vocal incisivo e uma bassline distorcida. Shut Up, pela Collecting Dots, trouxe uma atmosfera mais elétrica, enquanto Bouncin’ Off Walls, em collab com Duarte pela Take Notes, figurou em charts e recebeu suporte de nomes como Jamie Jones. Em novembro, cravou seu nome na DIRTYBIRD colaborando com Ribguga em Talkin’ Too Much, e ainda vale mencionar Psychedelic People, um dos primeiros lançamentos do artista, de 2024, tocada por Vintage Culture no Music On Festival e no Zamna.
Balanka “define” suas músicas como “psychedelic bass-driven”, ou seja, faixas com bastante impacto que colocam o grave como protagonista e trazem junto um toque elegante de psicodelia com vocais que funcionam como complementos, não como a parte central de suas produções. Seu DNA também carrega influência do rock n’ roll, do blues e do jazz, sonoridades que não aparecem como referência explícita, mas sim de forma sutil e abstrata, afinal, entregar o óbvio definitivamente não combina com ele.
Agora, Balanka entra em um ciclo decisivo. Com a expansão internacional já em curso, novos lançamentos estrategicamente posicionados e uma identidade visual em lapidação, o artista dá início a uma fase mais madura e amplificada, aos poucos deixando de ser um nome promissor para alguém que já está influenciando outros artistas e circulando em alguns hotspots da cena eletrônica brasileira e global.