Na semana passada o Warung anunciou o lineup completo das duas noites que celebram seus 17 anos de história. Cada vez mais perto da expressiva marca de duas décadas de atividade, o club catarinense tem eu seu DNA algo bastante impressionante: capacidade de fidelizar o público, desejo dos principais artistas do Brasil e do mundo de estarem lá e poder de renovação em momentos chaves – esse parece ser um deles.
Inegavelmente o Warung nasceu com uma conexão muito forte com o progressive house e a maior prova disso é a conexão surreal do público da casa com artistas como Hernan Cattaneo e Sasha. Ao longo de sua trajetória o club abraçou outras tribos, ajudou a formar a história de grandes nomes do techno no Brasil, como Maceo Plex e Dubfire, foi protagonista em um momento de expansão do deep house agora se prepara para um novo ciclo.
Esse ciclo não está diretamente ligado a um determinado gênero musical, mas sim há maturidade que envolve o perfil sonoro da casa. Se você gosta de techno, é fato que terá algumas boas noite para dançar em todas as temporadas. Se sua preferência é house, pode esperar alguns medalhões do estilo daqui pra frente. Se curte progressive house, sabe muito bem que isso é parte da história do club, como citado acima. Em um breve resumo: diferentes tribos continuarão se encontrando no Garden e Inside.
Essa maturidade também aparece de forma mais clara frente ao público. É preciso lembrar que o club tem duas grandes pistas que juntas comportam cerca de 4 mil pessoas quando cheias. Não tem como agradar todo mundo que frequenta a casa em uma única noite. A solução está no equilíbrio. Se o público estiver disposto a consumir algo mais profundo, isso refletirá diretamente na escolha dos line ups.
Noites com uma abordagem mais comercial sempre existirão, mais do que isso, são necessárias para uma marca que se comunica com tanta gente e ajudam na renovação do público. Em meio a isso bons nomes como Deep Dish e Kolombo constroem suas histórias de forma justa e merecida, o que não tira o brilho de outros artistas, nem mesmo a necessidade de novidades na curadoria, como as que foram apresentadas para este aniversário.
Peggy Gou, Honey Dijon e Khen farão suas estreias a peso de ouro. O trio de novidades se junta aos já idolatrados Richie Hawtin e Solomun, além do também estreante Lee Jo Life — um timaço de artistas nacionais, como de costume, completa o lineup. Que este novo ciclo do Warung se inicie com grandes noites, inovação e consistência e que o club tenha forças para lutar contra a especulação imobiliária que tanto assombra a club culture global.
A música conecta.