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A música conecta

Alataj entrevista Alexkid

Por Alan Medeiros em Entrevistas 15.02.2019

Alexis Mauri é um DJ e produtor francês, baseado na Alemanha, e conhecido no cenário internacional como Alexkid. Seu currículo no que diz respeito a lançamentos é algo bastante expressivo e conta com remixes e colaborações com nomes do calibre de Nina Kraviz, Enzo Siragusa e Renato Ratier. Além disso, vale destacar que suas produções já foram entregues a labels como Fuse London, Rekids, Rawax, F Communications e Not For Us.

A NFU, label brasileiro comandado por Rods Novaes, foi a responsável pelo trabalho assinado por Alexis que teve uma conexão mais profunda com a cena nacional até aqui – justamente o remix para Renato Ratier na faixa Ground. Logo após o lançamento, o DJ e produtor francês veio ao Brasil para uma turnê e após um pequeno hiato, ele retorna ao país para tocar em São Paulo, em evento da Serialism, e também em Cuiabá no showcase da Not For Us. Aproveitamos seu retorno para entrevistá-lo de forma exclusiva. Confira:

Alataj: Olá, Alexis! Tudo bem? Obrigado por falar conosco. Com mais de 20 anos de carreira somados, o que você tira de mais proveitoso de sua jornada na música até aqui?

Olá, Alan! Estou bem, obrigado! Acho que a melhor coisa é que continuo fazendo e amando isso. O que eu mais gosto é o fato de ser uma jornada com seus desafios. Me sinto privilegiado por conseguir viver do que eu gosto e ter a chance de viajar… e voltar ao Brasil!

Ao que tudo indica, você me parece um cara apaixonado por máquinas e pela magia dos sintetizadores. Ao longo de sua vida, quais foram os equipamentos que realmente marcaram sua evolução na música?

Definitivamente o Sampler. Hoje em dia, é um instrumento muito comum e que você pode achar em qualquer software, mas quando eu comecei não havia nenhum jeito de gravar o áudio no computador, então o sampler foi uma espécie de revolução. Sou apaixonado pelas diferentes máquinas e todas tem seu próprio som e características, algumas têm até uma certa magia.

Quais instrumentos musicais você possui uma maior afinidade? Dominar alguns foi primordial para sua evolução na produção musical?

Meu instrumento original é a guitarra. Também toco baixo, e sei o básico dos outros, mas para ser sincero, não sou bom em nenhum… Dedico todo o meu tempo as máquinas, entendo as máquinas rapidamente.

Você entregou um lindo remix para a faixa Ground do Renato Ratier que foi lançada pela Not For Us. Desde então, como seu relacionamento com a cena brasileira tem se desenvolvido? Qual a sua impressão sobre o nosso mercado?

Já faz um bom tempo desde a última vez que estive no Brasil, estou feliz por voltar e tocar para a Not for Us e Serialism. Não consigo falar muito bem, já que estive um pouco desconectado. Devo dizer que adoraria vir com mais frequência e ter mais conexão com a cena brasileira, como eu amo este país. Brasil tem conexões profundas com a música, provavelmente mais do que a maioria dos países sul-americanos. Os brasileiros até conseguiram transformar o português em algo mais musical… eu acho que está no sangue.

Seu catálogo é formado por releases em diferentes selos da comunidade internacional. Na sua opinião, estabelecer um relacionamento longo e duradouro com gravadoras ainda é uma parte essencial na carreira de artistas da música eletrônica?

Eu acho que é. Sempre gostei da ideia de um crew e uma amizade pela música e pelos interesses em comum. Mas há tantos selos hoje em dia que tudo fica moderado e, portanto, mais complicado para os selos se conectarem aos artistas e vice-versa. Também existe um fator financeiro, se tornou muito difícil, na música eletrônica underground, viver da venda de discos, portanto, como os selos não podem garantir a estabilidade financeira dos artistas, todo mundo está procurando um pouco em toda parte. A maioria dos donos de selos fazem isso simplesmente porque amam a música…

Na sua opinião, quão importante é a criatividade na carreira de um DJ e produtor? Inspiração ou transpiração: o que é mais importante?

Transpiração, com certeza! Você pode ser talentoso, mas se você não se esforçar, não vai chegar a lugar nenhum. A inspiração também é necessária, mas sem trabalho, não é nada. Pode-se argumentar que o oposto também se aplica, mas em minha opinião, é uma relação de 30/70. Ter uma ideia é bom, mas ser capaz de executá-la é outra coisa.

Para finalizar, uma pergunta pessoal. O que a música representa em sua vida?

Simplesmente tudo. É quase uma terapia…

A música conecta. 

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