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A música conecta

Freak Market apresenta: O nome do som da moda

Por Redação Alataj em Entrevistas 11.12.2017

Por Freak Market

Mais de 20 anos assinando trilhas para desfiles de moda permitem a Eduardo Corelli falar com autoridade sobre o assunto. O primeiro DJ da consagrada Casa de Criadores sabe melhor do que ninguém quais são os melhores sons pra se ouvir na passarela, e quais tendências estão sendo seguidas por aí. “Vou polemizar. Hoje o stylist manda mais que muitos estilistas e muito DJs se submetem a isso!”, lamenta.

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Indo contra essa maré, Corelli não vê limites no universo musical da moda, e apresenta sempre sons variadíssimos, indo do rock ao eletrônico, da valsa ao forró, ou misturando disco music com música celta. “Combinar é uma palavra que não combina com moda. Moda é liberdade de você criar algo que brilhe nos 4 cantos dos olhos do mundo e faça as pessoas desejarem.”

Trocamos uma ideia com Corelli sobre sua carreira, momentos impactantes e o que ainda está por vir na vida do DJ residente dos desfiles de moda e das festas mais iradas de São Paulo, como a Toilette do Club Jerome, Freak Chic do D-Edge, Pilantragi e Ursound. Se liga:

Como você entrou no mundo da moda?

Meu desejo por moda começou no Caderno D (encarte aos domingos da Folha de SP, século passado), onde madame Costanza Pascolato descrevia e eu lendo “viajava” nos desfiles de Paris. Tinham apenas 3 fotos na matéria (desfile de Comme des Garçons, com roupas pretas descosturadas poidas, Jean Paul Gaultier com freira de cinta liga e sutiãs com bojos, e Thierry Mugler com coleção cowboy que originou o clip Too Funk de George Michael). Li no domingo e na segunda eu fui pro Faculdade com calça xxxxlarge preta toda rasgada e camisa descolorida no alvejante,  motivo de ser expulso da sala naquela segunda fria de um outono. Naquele período fui para Paris assinar uma trilha para meu mestre Ocimar Versolato, que infelizmente faleceu semana passada. Ele me fez acreditar que moda é eterna quando bem feita e a dele ficou pra sempre!

Um Senhor hiato de 10 anos e fui convidado a tocar no desfile de sapatos de Alexandre Delela que minha musa e única mulher que dei beijo na vida, Tatiana Gótica, uma filha de baiana de cabelo vermelho e olhos azuis. Ela parecia modelo. A festa foi no Cais, club under vintage num porão da Praça Franklin Roosevelt.

Outro hiato de 9 anos e fui convidado a assinar para a Cavalera, através de Thais Losso, uma trilha toda em patchwork com hits de discoteca. A marca desfilava na Semana de Moda, evento de André Hidalgo que hoje chama Casa de Criadores. Daí pra frente foi pacto com zíper, alfinetes, strass, minimalismo, oversized, cores, identidade visual e todo o encanto de construir a música de sonhos e de inspiração de coleção do estilista .

Que estilo de música você acha que combina mais com esse universo? Existe uma segmentação e uma maneira certa de montar uma playlist pros desfiles?

Tudo o que combina não é para combinar. Combinar é uma palavra que não combina com moda. Moda é liberdade de você criar algo que brilhe nos 4 cantos dos olhos do mundo e faça pessoas desejarem. Mesmo o preto por preto tem tons diferente, então não existe um estilo, um segmento… você pode usar rock com eletrônico, valsa com forró, disco music com música celta… existe sim um bom senso de tentar chegar no desejo que o estilista pensou enquanto desenhava a coleção e, claro, saber alinhavar sons, batidas, estilos, timbres para não ficar cafona ou agressivo aos ouvidos.

// Quero ler mais sobre moda no Alataj! 

O que mais te impressionou nestes anos na profissão?

Sorry, mas de meus 21 anos que assinei trilha posso polemizar nesta resposta. Duas coisas: hoje o stylist manda mais que muitos estilistas e muito DJs se submetem a isso, deixando a trilha a cara do stylist, sem sequer parecer que o DJ ou produtor criou algo – me julguem [risos]

O que você tem feito hoje?

Hoje ganhei na mega-sena. Só toco o que quero, onde quero, com quem quero, por quanto quero ganhar e na hora que quero – se isso não é mega-sena não sei o que é [risos]

Sou DJ residente semanal junto com meu padrinho da house music, Felipe Venancio, na festa Toilette, todas as quartas- feiras no Club Jerome. Sou DJ residente mensal na festa Freak Chic do D-EDGE , as sextas feiras. Sou DJ residente anual na festa Pilantragi do DJ Rodrigo Bento e sou DJ convidado mensal na Festa Ursound dos DJs Daniel Martins e Eduardo Viola.

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Este conteúdo foi produzido pelo Freak Market, marketplace underground das novas tendências urbanas. Conheça mais sobre o Freak Makket aqui.

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