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A música conecta

Portable assina o Alaplay 300 e fala com exclusividade sobre os desdobramentos de seu som

Por Alan Medeiros em Entrevistas 13.09.2017

Poucos artistas do cenário eletrônico executam um live act com tamanha beleza e desenvoltura quanto Alan Abrahams aka Portable. Sua música apresenta-se em constante movimento e muito disso tem ligação com a vida de Alan, nascido na África do Sul, mas com raízes fixadas em cidades como Londres, Berlim, Lisboa e mais recentemente Paris.

Em cada uma dessas cidades, Portable adquiriu elementos essenciais para o amadurecimento de sua música. Ao ampliar seus horizontes em busca de novas formas de impactar a cena com seus trabalhos, Abrahams lançou seu próprio selo, emplacou uma sequência de álbuns densos e mergulhou ainda mais em suas raízes africanas – hoje uma das marcas registradas de sua música.

Nos últimos anos, Alan continuou a empurrar os limites de sua música através de lançamentos em selos como K7 Records, Perlon, Live At Robert Johnson e colaborações com artistas do calibre de Deetron, Koze, L_cio e Efdemin. Celebrando a edição 300 do Alaplay Podcast, convidamos Portable para uma entrevista e podcast exclusivos. Ouça abaixo:

1 – Olá, Alan! É um grande prazer falar com você. África do Sul, Londres, Lisboa e agora Berlim. Como cada uma dessas cidades modificou a forma como você enxerga a música eletrônica e contribuiu para o seu desenvolvimento enquanto artista?

Bem, cada cidade definitivamente adicionou diferentes texturas na minha música. Fui criado na África do Sul e os ritmos africanos e ritmos polirrítmicos sempre estão comigo. Londres eu acho que adicionou um pouco de mais margem ao meu som. É um caldeirão de raças, mas também uma cidade muito difícil para sobreviver. Quando me mudei para Lisboa, foi totalmente o contrário: sol, calor, boas vibrações… essa sensação de otimismo penetrou completamente na minha música. Quando me mudei para Berlim, a minha música ganhou uma margem mais profunda, um pouco mais escura. Agora em Paris, estou muito contente e satisfeito e esse sentimento é absorvido no meu som também.

2 – Foi em Londres que você começou a trabalhar como Portable, inicialmente focado em texturas atmosféricas e experimentais. Desde a criação do projeto até agora, quais são as principais mudanças que você teve de fazer para seguir entregando algo fresh e interessante ao público?

Acho que a principal mudança foi a adição dos meus vocais, suponho que tenha começado com Find Me, mais tarde comecei a aprender o piano e isso também expandiu meus horizontes.

3 – Uma imagem que me marcou muito foi a sua participação no Boiler Room em 2013, aonde você usava a camiseta “In Russia, I can’t be gay”. Por que exatamente você vestia aquela mensagem? Você acredita que de uma forma geral, a cena eletrônica passou a ser um ambiente não tão convidativo para a comunidade gay ao redor do globo?

Não foi realmente uma declaração geral, mas algo que me afetou particularmente naquela época. No Facebook, eu era hostilizado por caras russos por ser gay e como vocês sabem, na Russia eles tem leis violentamente homofóbicas e eu só quis fazer minha parte trazendo aquilo a atenção do mundo.

4 – Você é um grande fã da cultura musical africana, certo? Quem são seus grandes ídolos dentro desse cenário? Na sua visão, a dance music contemporânea foi/é influenciada pelos ritmos do continente?

Bem, eu tirei várias inspirações de muitos músicos clássicos africanos, pessoas como Toumani Diabate, Fela Kuti, etc…

5 – Atualmente, você costuma separar seus trabalhos como Portable ou Bodycode ou as coisas já se fundiram?

As coisas estão mais ou menos fundidas agora.

6 – Artistas como você, possuem uma visão diferenciada da música enquanto arte. Nós a compreendemos como uma uma forma de conexão entre as pessoas. Como você a enxerga?

É exatamente assim que eu a vejo, também produzo todos os vídeos para meus lives, para atrair o público para essa paisagem de sonhos que é um live do Portable.

7 – Sobre sua relação com a Perlon: qual a importância da gravadora alemã na sua carreira internacional?

Acredito que a Perlon sempre estará no meu coração e sempre será como um amigo alemão – também estou sempre tocando live na Perlonized ao redor do globo.

8 – Você já gravou algumas vezes com o L_cio, grande produtor brasileiro. Como descobriu esse talento? Como funcionou o processo criativo em parceria com ele?

Na verdade, eu estava visitando São Paulo e L_cio se ofereceu para me mostrar a cidade, nós nos demos muito bem e decidimos fazer algumas collabs juntos. Surrender e alguns materiais para Perlon. Agora estamos trabalhando em um novo material.

9 – Para finalizar: planos, gigs, lançamentos… o que vem por aí?

Minhas gigs como Portable na Europa me mantém ocupado.Também comecei outro projeto chamando RANGER que é um projeto de afro jazz eletrônico e será lançado na label inglesa Waellas Choice em Outubro.

A música conecta as pessoas! 

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