Uma notícia que era aguardada por muitos produtores chegou em novembro do ano passado: o Ableton Live 11 seria lançado em 2021. Após três anos, a desenvolvedora de softwares para música está pronta para lançar a mais nova atualização do Live — e essa talvez seja a mais empolgante de todas até aqui.
Seguindo com as boas novas, no início do mês, a desenvolvedora anunciou que data de lançamento da mais nova versão do Live seria hoje (23) e pensando nesse evento tão aguardado, decidimos convidar a maior autoridade em solo nacional para comentar as novas funcionalidades implementadas na décima primeira versão do software.
Andre Salata é um profissional em contato com o Live desde suas primeiras versões e esse conhecimento acumulado o tornou um Certified Trainer pela Ableton, uma homologação concedida aos profissionais que dominam o software e que os capacitam a ensinar sobre a ferramenta. Um feito para poucos, sendo que no Brasil somente cinco profissionais possuem tal homologação. Em paralelo, Salata ministra seus mais variados cursos em uma plataforma digital desenvolvida por ele mesmo, além de também distribuir conteúdo gratuito através de seus canais no Youtube e Instagram.
Como se não bastasse, Andre Salata faz parte do time de DJs do club D-EDGE e tem suas produções lançadas em gravadoras como Get Physical, Noir, Transmit, Afro Acid Digital e Nin92wo.
Papel e caneta em mãos?
Andre Salata
Mantendo a já conhecida interface clean, o software traz diversos novos recursos que completam suas funcionalidades e deixam ele mais próximo de seus concorrentes, já consagrados em grandes estúdios.
Dentro da música eletrônica, é inegável que o Live domina o mercado de produção musical — e vários adeptos de outros gêneros já vêm adotando como sua principal DAW. Uma das novas funcionalidades é o Comping: agora você consegue gravar em loop, seja de uma voz, de uma guitarra, ou de uma base MIDI, vários takes. Na sequência você consegue escolher qual parte de qual take você vai utilizar, montando o take de gravação perfeito. Além disso, você consegue editar vários clips ao mesmo tempo de maneira linkada.
Uma outra novidade é o suporte a MPE (MIDI Polyphonic Expression). Com isso, agora você pode, além de usar controladores que possuem MPE, programar um clip MIDI com mensagens mais avançadas, como pitch bend / pressure / slide por nota, como um guitarrista pode fazer no braço de seu instrumento, por exemplo. Isso traz uma gama de novas possibilidades quando você vai programar sua música.
Ainda dentro da programação das notas de sua música, o Live 11 traz agora a possibilidade de deixar o grid apenas com as notas da Tonalidade/Escala escolhida, um prato cheio para ajudar quem ainda não domina teoria musical. Você consegue também adicionar um nível de aleatoriedade na programação de notas para deixar seu MIDI bastante dinâmico, como ocorre em drum machines consagradas como os equipamentos da Elektron.
Novos plugins nativos também surgiram, como o caso do Hybrid Reverb, que combina convolução e reverbs de algoritmo, com possibilidades bem ricas para se criar texturas e atmosferas em suas tracks. Outro novo plugin é o Spectral Resonator, que particiona o áudio que entra em diversos micro pedaços, podendo manipulá-los em duração, pitch e uma variedade de combinações. A nova versão do software também traz um novo delay (Spectral Time), traz o PitchLoop89 para criação de efeitos glitch e o Inspired by Nature, que é um conjunto de seis instrumentos criados em conjunto com Dillon Bastan, trazendo sons orgânicos.
Para quem se apresenta no formato de Live act, também tem novidades: agora é possível que o andamento do projeto seja determinado por alguma outra fonte sonora, como um CDJ ou até o sinal da bateria de uma banda. Para quem usa bastante Racks, agora é possível salvar snapshots da possível que seus controles estão e então restaurá-los a qualquer momento, além de cada rack ter agora um máximo de 16 knobs. Para quem gosta de Follow Action, agora ela está mais fácil de ser programada e pode ser incluída para disparar automaticamente até as cenas do projeto.
Juntando tudo isso, temos novas bibliotecas de instrumentos, novos presets e infinitas possibilidades de se fazer música autoral com mais personalidade, fugindo das fórmulas já batidas.
A música conecta.