A música em toda sua forma esconde os mistérios do sentir. Assim cada pessoa carrega consigo, uma percepção única do que foi apresentado e quais sensações conseguiu captar. Neste misto de emoções, entre um som Raw, Peak e Hard Techno, Rangel Coelho foca em exprimir seus sentimentos e deixar as produções com um toque especial. Trabalhando com as sutilezas do ritmo e harmonia, consegue criar contrastes e englobar diferentes elementos, sendo esta sua via de acesso ao mundo criativo.
Dedicado em seu home studio já teve constantes lançamentos este ano, sendo um expert no melhor hi-fi sonoro. Dessa maneira, conversamos com o artista sobre como deixar as tracks mais limpas e fluidas, enaltecendo todos os detalhes do som, com nitidez e sem perder a saturação/distorção.
Rangel Coelho
“Obrigado pelo convite para falar sobre o tema que eu mais gosto e domino! Eu não sou o melhor na questão de ser artista e engenheiro de áudio, mas estou na ativa desde 2018, então tenho muita informação para passar e, claro, algumas dicas pra compartilhar”.
Cuidado na seleção dos elementos
Primeiro de tudo, a mixagem começa no arranjo, então seja criterioso em escolher cada elemento, desde o kick até o hat. Não coloque qualquer coisa uma em cima da outra sem um motivo e sem razão. E, principalmente, preste atenção na afinação e altura das notas, isso facilita e muito nos processos seguintes. Esse conceito ouvi muito e com a prática vi que é o ideal em seguir para ter resultados.
Saturação e distorção
Saturação e distorção eu uso à gosto, visto que o charme do Techno é explorar isso, eu busco conhecer cada saturador, distorcedor e afins para tirar a melhor sonoridade. São ferramentas maravilhosas, mas mal usadas podem arruinar seus timbres e trabalho. Então use sempre com moderação e também processe o áudio de forma paralela por layer.
Ambiência
Algo que considero fundamental no Techno é a ambiência, visto que música eletrônica foge do conceito convencional. Eu uso reverb, delay e flanger em três etapas: a primeira no timbre, depois criar contraste e, por fim, nos grupos para criar um mesmo ambiente coletivo. Isso tanto no processo de criação até a mixagem final.
Saiba masterizar, mesmo terceirizando o serviço
Eu adoro masterizar desde da faculdade, pois eu aproveito para ouvir mais as sutilezas e também é onde eu escuto a música, o mais próximo de um ouvinte comum. Porém, eu ainda tenho condições de potencializar essa faixa. Eu aconselho: saiba masterizar mesmo que ainda terá um profissional melhor para fazer esse serviço depois.
Busque sempre o melhor
Master eu considero o mais fácil e também onde eu gasto menos tempo na criação de um fonograma. Porém, eu como masterizador, nessa etapa procuro defeito de arranjo, imperfeição na mixagem e preparo a track final. Caso tenha defeito de arranjo e imperfeição na mixagem, eu abro o projeto e melhoro, pois eu quero entregar o melhor. Caso eu não tenha o projeto, busco melhorar dentro possível na master mesmo através de edições e automações.
Masterizar como aprendi, basicamente é saber ouvir e procurar melhorar o fonograma. Sendo assim, tenho que já saber como usar cada ferramenta, pois no momento do trabalho tenho que chegar o mais breve no resultado final.
A música conecta.