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A música conecta

PREMIUM TIME – vinolimbo e sua relação familiar com a NAS

Por Alan Medeiros em Premiere 14.10.2015

Muita gente considera o lançamento do primeiro álbum o verdadeiro nascimento de um artista. Um trabalho dessa magnitude requer muito tempo de pesquisa e dedicação que acabam refletindo em um amadurecimento artístico singular. O produtor catarinense vinolimbo se prepara para dar esse importante passo em sua carreira, sempre ao lado do selo gaúcho NAS. A gravadora de Porto Alegre é uma das poucas do Brasil a não se limitar a gêneros. Eles lançam rap, future beats, bass e o que mais tiver a cara do selo. Além disso, a NAS trabalha com uma equipe praticamente fixa de artistas. Time esse que vinolimbo é uma das grandes apostas desde sempre.

Com o lançamento do álbum “Synistanai”, o jovem produtor amplia seus horizontes no cenário nacional. O disco traz 14 faixas que refletem a busca por uma “música contemporânea”, bandeira que a gravadora levanta desde seu surgimento. Aqui não há apenas uma fonte de influências e inspiração. São peças de um quebra-cabeça que vão se encaixando sutilmente, conforme os beats de vinolimbo vão preenchendo os espaços deixados pelos seus trabalhos que antecedem esse disco. The End Of What Never Happened [NAS007] e I Never Stepped On The Cracks ‘cause I Thought I’d Hurt My Mother [NAS012] já apresentaram um artista atento a novidades, “Synistanai” apenas confirma que vinolimbo é um ponto fora da curva. Ele pensa diferente, produz diferente e apresenta algo que nossos ouvidos não estão acostumados a ouvir.

Em parceria com a NAS, apresentamos a primeira premiere do disco em nossa coluna Premium Time. A faixa escolhida é a “Right now” que possui um sample de vocal delicioso inserido em uma levada continua, dona de uma versatilidade potente já que a música combina com um domingo de manhã chuvoso e com o happy hour da sexta-feira também. Além da premiere exclusiva da faixa, também convidamos Murilo para falar um pouco desse delicioso processo criativo que é produzir um álbum. Se liga aí no papo que ele nos mandou e aproveite para ouvir a faixa que é parte desse importante trabalho.

vinolimbo fala sobre o processo criativo:

Esse disco representa pra mim um período em que aos poucos fui me tornando menos vítima do acaso, pois nos trabalhos anteriores eu não tinha um compromisso em lapidar todos os elementos da música, logo não me interessava em aprender a fundos os processos, conhecia muito pouco da técnica e quem dera da teoria musical. Pra fazer esse disco eu me empenhei mais, pois diferentemente dos anteriores onde grande parte das melodias eram retiradas de samples, dessa vez ocorreu o inverso, criei todas as melodias e foram os samples que complementaram elas, além de fazer a mixagem e masterização, então sinto que percorrer todo esse processo me tornou mais independente e consequentemente seguro.

Acredito que seja perceptível em muitas das tracks uma junção entre instrumentos e timbres orgânicos com elementos característicos da música eletrônica como drops com 808’s, vocais retirados de acapellas, repetição, etc… Boa parte do disco vejo como algo bem digerível, exceto por uma ou duas tracks mais sombrias ou progressivas, embora quase todas respeitem uma “estrutura pop” de intro/verso/refrão/verso/refrão e melodias que pouco se alteram.
Abaixo segue uma lista de todos os discos que me vem à mente, que em alguma dimensão me influenciaram nesse disco, não que eu tenha criado algo perto da fluidez de “Swim”, “Nostalchic”, ou “Short Stories”, mas me inspiraram a buscar um pouco mais dela nas minhas músicas, estudei muito a mixagem de “Swim” por exemplo, “Flume” foi outro disco que serviu muito de referência, seja na produção quanto na mix e master.

Flume – Flume
Caribou – Swim
Siriusmo – Mosaik
Lapalux-Nostalchic
Jamie XX – Colour
Flying Lotus – You’re Dead
Sam Gellaitry – Short Stories

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