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A música conecta

Review | Disclosure – Alchemy [Apollo Records]

Por Isabela Junqueira em Reviews 24.07.2023

Já são dois anos desde o último álbum da dupla britânica Disclosure. Embora sempre amparados pelo espectro de ritmos inerentes à música eletrônica alternativa, o duo passa por um momento que estreita ainda mais esses laços, mas a partir de abordagens completamente diferentes, como revela Alchemy, lançado através da Apollo Recs.

Produzido à distância com Howard e Guy Lawrence divididos entre Londres e Los Angeles, o álbum transita entre estilos, expressa referências e aprofunda ainda mais a relação dos irmãos com a música de pista. O trabalho marca uma fase de renovação e novo momento na carreira do duo, que retorna às raízes para trazer algo novo. Confira o review abaixo:

Looking For Love | Uma faixa energética e que funciona muito bem para abrir o álbum, apostando em uma abordagem bem diferente do que já foi praticado, a faixa abre precedente para o que parece ser mais um reencontro dos ingleses com a abordagem que realmente se desenvolve a partir dos ritmos da música eletrônica alternativa.

Simply Won’t Do | Banger!! É incrível como a faixa equilibra o foco no vocal e nas batidas. Aqui, a ambiência de pista brilha com um bassline que merece o destaque e é simplesmente infalível.

Higher Than Ever Before | Essa faixa em específico foi uma das melhores surpresas do álbum e não à toa é de longe a mais escutada… a dupla viaja pelo DnB e apresenta uma composição que traz a essência do gênero com uma pegada muito característica do Disclosure. Parece até uma espécie de transição para o desenrolar do álbum. 

A Little Bit | Na sequência, A Little Bit resgata a atmosfera da Eurodance dos anos 2000 com um pézinho no trance, em uma track que curiosamente também tem um embalar romântico.

Go The Distance | Sintetizadores, bateria, claps e vocal… check, check, check, check! Embora aqui seja notável a abertura ao electro, a impressão que deixa por aqui é que uma faixa de maior introspecção.

Someday… | Com seus 45 segundos, a faixa é um interlude de transição e entrega que estamos no meio do álbum — uma preparação para o momento mais acelerado que vem pela frente.

We Were In Love | Aqui mais uma vez a linha de baixo ganha o destaque, em uma faixa que brinca com a baixa frequência e ainda traz um momento posterior ao drop muito interessante com baterias que em primeira impressão parecem fora de compasso, mas que rapidamente cumprem sua função e entram em harmonia. Em seus últimos minutos, ela ainda consegue se desenrolar e seguir surpreendendo.

Sun Showers | Sun Showers mergulha no house em uma faixa que embora sem vocais cantados, traz recortes de samples e funciona como uma verdadeira arma na pista de dança. 

Purify | Purify e sua ambiência angelical funciona como mais um interlude para o álbum, que nos conduz ao seu momento final.

Brown Eyes | É impossível escutar a faixa e não lembrar instantaneamente do Daft Punk… é como se a dupla fizesse até uma referência direta à dupla francesa, mas que não sucede e fica confusa com as ambiências de telefones, ignição de carros e sintonia de rádio. 

Talk On The Phone | Talk On The Phone falha ao dar um desfecho digno ao álbum que se desenrola muito bem, mas não sustenta a boa euforia. A faixa é sem sal e sem açúcar, e a inclusão de um violão não colabora com o engrandecimento da faixa. Embora um belo e claro retorno do duo aos sons de pista, parece que algo ficou perdido pelo meio do caminho.

A música conecta.

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