Afinal, o que difere um artista comum de um artista autêntico? A resposta está longe de ser algo sólido e definitivo, mas quando a arte corre no sangue intrínseca em suas veias é possível vê-la nos pequenos detalhes da essência. Talvez esteja impresso no DNA ou algo que, como mágica, te toca e transforma de dentro para fora, mas uma coisa é fato: se torna mais natural do que respirar. Um artista autêntico está longe de ser aquele que expressa a arte de maneira simples e sem esforço algum, mas é aquele que está em uma constante busca de se tornar melhor, de mostrar verdade e acima de tudo, manifestar sentimento.
Parece um conceito um pouco viajado, mas você vai entender melhor quando conhecer Renan Veloci, ou melhor, LON. Este artista paulistano vem se destacando como uma das principais apostas da nova geração do groove brasileiro, e com uma autenticidade tão transparente e verdadeira tem impressionado. Mas, mesmo sendo um nome aparentemente novo, sua história com a música não é de hoje, e essa paixão é antiga e tão latente em seu coração que já não tem uma parte de seu corpo que não pulse por ela.
Nascido na década de 90, Renan encontrou na música um espaço confortável e aconchegante onde podia se expressar e manifestar sua verdade, dar asas à imaginação e deixar a criatividade tomar conta. E essa conexão tem rendido bons frutos que o tornaram produtor musical, multi-instrumentista, DJ e compositor.
“Chega até ser um clichê, mas meus primeiros passos na música começaram assim que saí da barriga da minha mãe (risos). Pulando essa parte, aprendi meu primeiro instrumento aos 8 anos de idade. Aos 13 participei das bandinhas de cover no colégio. Foi nessa fase de ensaios e apresentações que percebi que meu compromisso com a música era maior do que a dos meus colegas de banda. Eu estava decepcionado pois não conseguia achar novos parceiros para formar novas bandas, até que em 2012 fui introduzido a arte da música eletrônica por um amigo DJ. Depois que descobri que eu poderia fazer shows, compor e produzir minhas próprias músicas sem depender de terceiros, decidi que esse era o caminho que queria seguir”, conta.
Antes de dar início ao projeto LON, Veloci se envolveu em diferentes ramos artísticos. A carreira começou em 2013, e durante esses quase dez anos, se mostrou um profissional multifacetado, carregando em seu currículo trabalhos com diferentes gêneros e artistas, turnês pelo Brasil, dois projetos pessoais e até apresentações em Ibiza. “Em 2013 aprendi a tocar nos CDJs e, logo de início, já comecei a fazer DJ sets pela noite. No ano seguinte comecei a produzir e em 2016 formei uma dupla chamada Cool Keedz. Rodamos o país, fizemos muitos shows e algumas músicas deram muito certo! Em 2019, pouco antes da pandemia, já não estava mais na onda de tocar os sons que tocava no antigo projeto. Foi aí que decidi me trancar no estúdio e produzir tudo que vinha à minha cabeça. Nessa época eu tive a experiência de produzir outros artistas e trabalhar com gêneros que eu jamais imaginei. Foi uma extensa fase de testes até chegar no som que eu me encontrei. Afinal, a minha premissa com o LON sempre foi traduzir a minha verdade através de música e arte”, fato é que sua constante dedicação sempre o levou a altos voos, e através de suas composições, remixes e performances surpreende por tamanho potencial.
Renan é um artista que podemos chamar de excêntrico, mas no melhor dos sentidos. Com um humor refinado e carisma contagiante, ele comprova que quando o assunto é arte, nada precisa ser líquido, afinal, o vintage e o contemporâneo andam lado a lado e juntos se tornam a mais poderosa das combinações. E dessa forma, através de LON, tem construído uma identidade artística singular e pessoal, que transparece toda a expertise e bagagem acumulada em anos de experiência na indústria musical.
Com uma sonoridade que viaja entre o Disco, Indie, House, Brasilidades e Pop, LON inicia uma nova fase em sua carreira, que promete tornar seu nome um dos maiores quando o assunto é groove, e principalmente, mostra que o título de “artista comum” não se encaixa em seu parametros. A autenticidade aqui já se apresenta desde que os primeiros acordes de suor e sal começam a soar.
A faixa é o single de estreia de LON, que chegou às plataformas no meio de novembro. Para este lançamento, foi preciso de um ano de preparação, onde o artista se encarregou de toda a produção e arranjos. Mas toda a dedicação valeu a pena para iniciar esta nova etapa da carreira com o pé direito. Suor e sal é uma aposta certeira para o verão ao trazer a valorização da MPB em uma melodia marcada por linhas de baixo, percussão e um vocal encantador de Daniel Tatit.
“Conheci o Tatit em uma festa na casa de uma amiga. Lá rolou uma roda de samba e logo de cara pude conhecer o talento dele. Depois de nos esbarramos em outras ocasiões, sugeri que fizéssemos algo juntos. Como eu já estava buscando em trazer algo mais brasileiro pro projeto, achei a pessoa certa pra isso. Fizemos uma primeira sessão que não resultou em muito, mas como rolou muita sinergia, continuamos insistindo. Algumas semanas depois ele me apresentou o esboço do que seria a ‘Suor e sal’. Na hora me apaixonei e demos início a composição juntos. O processo foi bem natural. Gravamos tudo no meu estúdio. Para fechar o arranjo com chave de ouro, decidimos adicionar um sax. Foi aí que o Buga (Racionais MC’s, Emicida) entrou na jogada entregando um solo maravilhoso. ‘Suor e sal” não foi a primeira música que produzi como LON, mas decidi que ela seria o single de estreia por ser marcante e atemporal“.
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