Neutron Dance, lançada oito anos após a estreia do produtor, chegou a algumas rádios britânicas e ganhou muita força ao ser tocada de forma incessante nos principais festivais de música ao redor do mundo. Além de expor as façanhas de Krystal Klear, a faixa abriu precedentes para que um público maior pudesse entender e se aprofundar no trabalho musical do produtor irlandês.
Instigado por uma variedade de movimentos sonoros, a partir de 2010 Declan Lennon assumiu o alias de Krystal Klear e deu início a um projeto tão dinâmico quanto suas influências. Entre as suas maiores inspirações estão Prince, Michael Jackson, Stevie Wonder e Quincy Jones, incluindo movimentos como a disco music dos anos 70, a house music de Chicago e Detroit, o funk e o soul dos anos 80 e a música eletrônica dos anos 90.
A força motriz do produtor se concentra no indie dance, mas ele vai muito além introduzindo em seu som um espectro que abraça desde o progressive house até o trance e house e techno melódico — como em seus últimos lançamentos. Disco, italo, tech house e electro pop também não ficam de fora da genialidade de Krystal. Atualmente, além de reconhecido como um exímio produtor, ele também é celebrado como um talentoso DJ, prolífico colaborador (criando uma rede de colaborações que inclusive ajudou a expandir seu som e sua audiência) e um remixer de mão cheia, já tendo remixado a eterna Rita Lee e Roberto de Carvalho, Donna Summer, Disclosure, Hot Chip e mais recentemente Sven Väth.
A habilidade em samplear e reinserir elementos de diferentes gêneros musicais em suas produções é certamente algo que elevou suas faixas a outros níveis. Um excelente exemplo, sem dúvidas, é a faixa Krystal Waters — basta o play pra sacar a referência e entender o quão bom o irlandês é nessa arte.
E embora sua paisagem sonora seja extensa, Krystal Klear foi precisamente engenhoso ao construir um senso de identidade muito forte, o que não o faz parecer perdido ou desconexo ao transitar por tantos estilos musicais. Muito pelo contrário, características como essas foram fundamentais para que ele se estabelecesse no radar, se mantendo relevante há mais de uma década. Uma forma fácil de entender tamanho domínio artístico é observando os selos aos quais suas produções são abrigadas: Exploited, Kompakt, Nervous Records, Ninja Tune, Universal Music, Warner Records, XL Recordings — alguns dos maiores selos do nicho da música eletrônica alternativa e também da indústria fonográfica.
Além de tocar seu próprio selo, o Cold Tonic, Krystal tem um relacionamento muito interessante com a excelente Running Back, gravadora chefiada por Gerd Janson e que detém a maior parte dos seus lançamentos. Atualmente baseado em Nova Iorque, o produtor segue expandindo suas fronteiras musicais e se consolidando entre os grandes titãs da música eletrônica.
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