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A música conecta

New Dance Order: um olhar atento do RiR sobre a música eletrônica

Por Ágatha Prado em Storytelling 06.09.2022

Um dos maiores festivais de música do planeta, chega em sua décima temporada aqui no Brasil. O Rock in Rio é daqueles projetos que fazem história a cada edição, e que chega a tremer os corações até dos artistas mais consagrados da indústria musical mundial. Idealizado pelo brasileiro Roberto Medina, temos a honra de dizer que esse é um feito brazuca que conquistou o mundo, cruzando as fronteiras de seu país de origem ao abraçar Lisboa, Madrid e Las Vegas, refletindo sua imponência icônica desde sua primeira edição em 1985. 

Hoje, 37 anos após sua estreia, o Rock in Rio virou sinônimo de diversidade cultural e musical. No Rio de Janeiro, a Cidade do Rock abraça o Rock, o Metal, o Pop, o Hip Hop, o Rap, o Funk, a MPB, o Axé, o Indie e claro, a Música Eletrônica, a qual vem recebendo um cuidado especial a cada edição. O palco New Dance Order é o reflexo que a música eletrônica ganhou uma força extraordinária nos últimos anos no Brasil, tornando não só um cartão de visitas de altíssima qualidade para um público que ainda não conhece a e-music, como também um espaço de valorização de artistas nacionais a nível global. 

Me lembro quando fui ao RiR na edição de 2011, a princípio para ver Metallica, e no passeio pela Cidade do Rock acabei me deparando com uma tenda onde estava tocando ninguém menos que Boys Noize. Ali havia por volta de 20% do público dos outros palcos, era um espaço tímido, porém fervoroso. Nove anos se passaram, até que a edição de 2019 criasse um palco à altura da força que a eletrônica ganhava no país. O New Dance Order veio com uma estrutura totalmente reformulada e tecnológica, com um palco de 65 metros de extensão, 24 metros de altura, 560 metros quadrados de LED screen, além de um sistema de som que não deixa a desejar em comparação com os palcos principais. 

O espaço trouxe 64 grandes nomes da Dance Music nacional e internacional, seja do underground ou do mainstream, refletindo em grande impacto no público de massa. Quando eu digo público de massa, quero dizer especialmente o público que não é da música eletrônica. O Rock in Rio abraça mais de 700 mil pessoas em cada edição, das mais diversas partes do país com os mais diversos gostos musicais. Ter um espaço de impacto voltado especialmente à dance music é mais do que um teste de conquista para um novo público, é a certeza de que a música eletrônica venceu aqui no Brasil.

Uma forte aliada dessa conquista, é o poder das transmissões ao vivo das apresentações do New Dance Order, no canal BIS. Quem iria imaginar, uma década atrás, que poderíamos assistir um set de Steve Bicknell ao vivo num canal de televisão? Estamos falando de um artista do Techno underground, um veterano do oldschool britânico, não de um artista mainstream que já possui uma via de acesso maior ao grande público. Para termos um exemplo, minha mãe me ligou durante a apresentação do b2b do Diogo Aciolly e Renato Ratier nesta edição, dizendo: “falei pra sua tia ligar na TV também para conhecer esse negócio de ‘Techno’”. É sobre isso que quero dizer, o destaque que a música eletrônica vem ganhando com o público amplo a cada edição do RiR, é algo sem precedentes aqui no nosso país. 

Nesta edição, o festival agracia à gregos e troianos com a curadoria do line-up: nomes como Bhaskar, Carola, Groove Delight, Chemical Surf, Lost Frequencies, Paranormal Attack, Kaskade, para quem curte o mainstream; e nomes como Adriatique, Ben Bohmer, ANNA, Gabe, Gui Boratto, ZAC, Eli Iwasa, Ella De Vuono, Leo Janeiro, Marta Supernova, Valentina Luz, Ananda, Renato Ratier, Diogo Aciolly, Steve Bicknell, Binaryh, e muito maispara quem curte House, Techno, Progressive e Melodic underground. 

O destaque ainda mais interessante dessa edição de 2022 do RiR, vem com o cuidado para a diversidade de curadoria no line-up. A exemplo disso, no próximo domingo do evento (11), o New Dance Order será comandado pelas gigantes do underground nacional e internacional: ANNA, Eli Iwasa, Blond:Ish, Ella De Vuono, Anabel Englund, Aline Rocha e Mary Olivetti. Ainda que distante do ideal, é nítido que esse apelo vem sendo considerado nessas últimas edições não só do New Dance Order, como dos demais palcos do festival. 

Fique por dentro do line-up dos próximos dias do festival!

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