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A música conecta

Pont Neuf Records e sua eminente contribuição à renovação da House Music francesa

Por Isabela Junqueira em Storytelling 25.07.2022

Alguns países foram fundamentais para o desenvolvimento da música eletrônica ao que vemos e vivemos hoje. Entre eles, sem dúvida nenhuma a França. Basta mencionar o nome do país e alguns nomes históricos vêm à mente. Isso porque a relação do país com os sintetizadores e seus sons é bem longa. Começa no final dos anos 20, quando Maurice Martenot inventa o Ondes Martenot, um dos instrumentos musicais eletrônicos iniciais — originalmente muito semelhante ao teremim. E parece que desde então, o “toque francês” na música eletrônica veio para ficar.

Bob Sinclar, Daft Punk, David Guetta, Etienne de Crecy, Miss Kittin, e claro, o maestro dos maestros, Laurent Garnier. Sem exageros, a Dance Music deve muito aos franceses e seus olhares peculiares à ela. Muito se sabe sobre o passado e presente da cena francesa, mas e o futuro? Quais os nomes atuais que brilham, fomentam e, consequentemente, renovam a cena? Muitas são as perguntas e no Storytelling de hoje, vamos te ajudar a respondê-las mergulhando no eminente trabalho da Pont Neuf Records e sua atuação em meio à essa dinâmica.

Baseada na cidade-luz, Paris, a Pont Neuf foi fundada em 2016. De forma independente, a marca avançou tendo como missão incentivar a florescente comunidade eletrônica francesa, auxiliando no desenvolvimento da carreira de diversos artistas: Fasme, Madcat, Mira Lo, Tour-Maubourg, Vitess — entre diversos outros. “Nós realmente tentamos acompanhar nossos artistas nos diferentes formatos de lançamento que eles querem promover, desenvolvendo seus projetos da melhor forma possível. Com este círculo de artistas com quem trabalhamos desde o início do selo”, conta Thomas Prunier, fundador da gravadora.

+++ Relembre a passagem de Vitess por nosso Lab em Curitiba

Na sua origem, um grupo de organizadores de festas se reuniu para lançar um primeiro compilado de jovens produtores franceses, incluindo Folamour e Sweely. Este lançamento abriu as portas do Rex Club para a primeira festa de Pont Neuf, que seguiu como residente ao longo de dois anos em um dos mais famosos clubes parisienses. “Lancei a Pont Neuf em 2016, depois de organizar festas por 2 anos em Paris durante as quais conheci a maioria dos artistas que hoje fazem parte da gravadora. É realmente um projeto entre amigos que evoluiu ao longo dos últimos 6 anos, com a ideia e missão de impulsionar artistas que agora fazem parte da nova cena de House francesa”, narra Thomas.

Ali, as portas estavam mais que abertas para o label triunfar e ganhar o título de “um dos rótulos mais essenciais da cena francesa” pela Mixmag. ​​E a gravadora honra já tendo executado mais de trinta lançamentos entre EPs, compilações, edições de remixes e álbuns. “Como eu disse, é acima de tudo uma história de amigos. Em 6 anos já nos conhecemos de cor. Hoje, os artistas trabalham juntos no estúdio, discutimos seus projetos quase diariamente, é realmente uma atmosfera criativa maravilhosa que tentamos propor na música. Todas as pessoas que dirigem jovens selos independentes de música eletrônica sabem que nem sempre é fácil do ponto de vista econômico. É realmente o aspecto humano que tem precedência e é isso que nos dá o desejo de continuar a fazer viver esta paixão”, reforça ainda o head.

E essa atmosfera da label chegou até alguns dos principais pioneiros franceses da Dance Music: Laurent Garnier é um grande fã e até gravou uma entrevista para lançar a nova compilação, Hexagonal Club Vol. 3, com o fundador da gravadora Thomas para falar sobre a importância da Pont Neuf na renovação da cena na França. Etienne de Crecy gravou um ano passado para o Volume 2 — e ambos você pode conferir acima. “A ideia desta compilação é congelar essa cena em um momento, celebrá-la marcando-a no tempo e deixando esses artistas expressarem suas histórias na música”, reflete Prunier que segue executando um belo trabalho com a Pont Neuf.

A música conecta.

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