É fato incontestável que a música é uma das maiores invenções que o homem criou. Ela se faz presente em todos os momentos da nossa vida, e é como uma língua universal que possibilita qualquer ser que habita este planeta se comunicar com outro. Já parou pra pensar que o celular nos acorda com uma música? E o elevador que nos avisa através de um acorde que chegou no andar solicitado? Até mesmo o caminhão que vendia gás te avisava que estava passando pela sua porta através de uma música – música essa que eu aposto que passou a tocar dentro da sua mente após ler esse parágrafo.
Pois é, a música é uma forma de se expressar indispensável desde o sua fundação e para aqueles que são aficionados por ela existem milhares de rituais por trás do ato de se ouvi-la. Claro que dentro do universo da música eletrônica, o disco de vinil ainda reina de forma soberana como uma das formas mais interessantes e bonitas de se apreciar música. Aposto que você, amante de pista e da vida noturna, já se pegou prestando mais atenção no DJ que discotecava somente com vinil – que sem sombra de dúvidas causa mais impacto em termos de performance. Afinal de contas como em pleno 2019 – já que 2020 não existiu – um DJ consegue tocar músicas novas em um formato que até pouco tempo atrás era dado como obsoleto em um consenso geral, não é mesmo?
É simples, o vinil nunca morreu – e nunca morrerá -, e apesar de que sua produção tenha diminuído muito nos anos 2000, hoje vivemos tempos diferentes onde essa cultura por apreciar música de forma analógica está trilhando para um caminho parecido de quando o formato teve seu auge. Eu, como um aficionado por música e acumulador de discos de vinil desde 2005, resolvi listar as 5 principais formas de como conseguir aquele disco que tem a sua música predileta, seja você um DJ que decidiu peitar os toca-discos há pouco tempo ou seja você um mero apreciador de música que decidiu ter alguns álbuns em casa, que além de você os escutar, servirão como peça decorativa.
Seus amigos/Outros DJs
Essa é a forma mais rápida e barata de se conseguir garimpar discos em qualquer lugar do mundo. Como em qualquer colecionismo, o mercado de revenda entre os vinyl junkies – ou viciados em discos – é algo super comum e ativo, eu mesmo compro muitos discos de outros colegas de profissão, afinal de contas o que pra um deixou de ser interessante, para o outro passa a ser a mais nova paixão. Tem um amigo DJ? Pergunte a ele se ele tem algo a vender.
Discogs
Discogs é nome da plataforma onde qualquer apaixonado pelos 12″ se encontra. É um misto de rede social, fórum e marketplace. O Discogs é detentor da maior base de dados do mundo quando o assunto é vinil, a grande maioria dos DJs e colecionadores catalogam seu acervo no Discogs que, por sua vez, te possibilita organizar sua coleção das mais diversas formas, como ano, gravadora ou estilo. Além da possibilidade de rastrear a origem do disco, músicos envolvidos e proporcionar uma organização adequada para sua coleção, a plataforma também conta com uma área dedicada a vendas e trocas de discos que beira a insanidade, é possível encontrar qualquer disco já lançado através do marketplace do Discogs. Mas como nem tudo são flores, na maioria das vezes os preços são hiper faturados pelos vendedores ou como nós os chamamos, sharks. A dica é achar um vendedor e ouvir disco por disco que ele tem a venda, muitas músicas que marcaram minhas apresentações vieram de discos que paguei 5 euros ou menos. Faça a sua pesquisa.
Lojas físicas
Para mim, essa é a melhor forma de se garimpar discos. É exatamente através das lojas físicas que consigo encontrar verdadeiras preciosidades para meu acervo e os fatores para eu preferir ir a uma loja física são muitos. Primeiro, é muito mais rápido você ouvir um disco de forma “ao vivo” do que pela internet, basta separar alguns discos colocar agulha nele e pronto, você saberá se ele é pra você ou não. Segundo, depois de certo tempo frequentando as lojas, os donos começam a entender quais são os seus gostos e passam a te indicar discos que possam te agradar, isso não é possível através do Discogs, que mesmo possuindo um algoritmo de sugestões, não chega aos pés de alguém experiente como um dono de loja de discos. E por fim, comprar discos em uma loja física é um ato de amor pela música e por esses profissionais que literalmente se doam para manter seu negócio vivo, já que no Brasil, esse tipo de estabelecimento não possui nenhuma isenção fiscal e depende 99% de importações, Portanto, valorize a loja de discos da sua cidade.

Lojas online
É através das lojas online como, Redeye, Juno, Decks e Technique que você garante os lançamentos do seu artista favorito por um preço justo. Todas as gravadoras e distribuidoras utilizam lojas online como as citadas acima para disponibilizar seus catálogos a venda. Minha dica com as lojas online é que você faça o cadastro e ative todos os alertas para as novidades que vão chegando dentro do estilo, gravadora ou artista que você acompanha. Aconselho também que você crie o hábito de abrir o sites dessas lojas diariamente e ouça tudo que foi posto à venda, você vai se impressionar – e consequentemente falir – com a quantidade de discos que você nem imaginaria que pudesse gostar.
Sebos
Por último, a opção mais radical e que beira o extremismo quando o assunto é achar discos. O sebo, diferente das quatro opções acima, normalmente possui uma organização precária, então o ato de se garimpar acaba se tornando uma verdadeira aventura. Outro fator que torna os sebos desafiadores é que você precisa conhecer muito de música, já que você só encontrará discos bem antigos e que quase sempre estarão com a capa desgastada ou rótulo raspado. E se você tem alergia a pó ou ácaro, recomendo que você procure seus discos através das opções acima, já que uma ida ao sebo só rende após respirar quilos de partículas e literalmente sujar as mãos. O lado bom dos sebos é que os preços são infinitamente mais baixos que as outras opções, já que todos os discos estão longe de serem lançamentos ou possuir integridade igual ao um disco novo. Fui capaz de encontrar preciosidades em sebos de São Paulo, onde vivo.

Comprar discos requer uma dedicação imensa, muito espaço e também dinheiro, mas garanto a você que o gostinho de se conseguir aquele disco tão desejado é algo inexplicável e eu se fosse você, terminando de ler esse texto, iria agora mesmo começar a garimpar suas preciosidades, ou como nós vinyl junkies costumamos dizer, happy digging!
A música conecta.