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A música conecta

14 anos depois de seu EP de estreia, Nina Kraviz segue sendo uma artista com enorme potencial de surpreender

Por Marllon Eduardo Gauche em Trend 13.02.2023

Em 2017, quando Nina Kraviz foi selecionada como DJ do Ano pela revista britânica Mixmag, ela disse, em entrevista: “Quando as pessoas esperam alguma coisa de mim, algo dentro de mim começa a se rebelar e querer fazer o exato oposto“. Isso resume perfeitamente o que é a persona artística dessa DJ e produtora da Sibéria que passou a conquistar o mundo ainda em 2009, quando lançou seu primeiro EP, First Time.

Seu álbum pela label Rekids, em 2012 – contendo o hit Ghetto Kraviz – pode até ter sido uma explosão que multiplicou suas oportunidades na dance music, mas, naquela época, não tinha ficado tão claro como hoje que, a cada ano, teríamos uma Nina Kraviz sempre mais estranha, mais destemida, mais “nem aí”. Só mesmo Nina Kraviz vai lançar, do nada, faixas como Hace Ejercicios, um “psytechno” latino bem loopado, com imagens dela puxando elástico na academia. 

Se a abordagem cativante de Nina diante das pistas vem desse comportamento imprevisível, o mesmo ocorre em sua curadoria do selo Trip, que lançou em 2014. Do Acid ao Electro, a label ficou conhecida por lançar faixas completamente fora da curva. Isso é uma extensão da mentalidade da head label, que conseguiu lançar desde Deep House com aura sensual até uns technos trevosos sem que o público espere dela alguma linearidade. 

Não é que Nina Kraviz queira criar tendências; ela não acompanha tudo isso deliberadamente, e às vezes se mete em controvérsias. É precisamente a sua espontaneidade que gera fatos novos e, de quebra, acaba gerando tendências. É o caso do momento em que Nina estava tocando no Kappa Futur, na Itália, jogou um clássico do trance psicodélico e inspirou muitos DJs do mundo a fazerem o mesmo. 

Quando o assunto é discotecagem, é difícil definir um set de Nina Kraviz, tampouco esperar o que vai rolar naquela noite. Até em suas passagens pelo Brasil, já pudemos conferir várias facetas sonoras diferentes da artista, algo que ela descobre ali mesmo, na hora de tocar, seja para 400 pessoas numa edição do 5uinto, em Brasília, ou para milhares pessoas no Time Warp São Paulo.

Nina Kraviz será headliner no Carnaval Surreal, no Surreal Park, no dia 18 de fevereiro. O palco será o famigerado Bells, que vai apresentar um lineup artístico 100% feminino. Junto a ela estarão BEC, GiGi e Nicc Huber. Todas elas, aliás, tem um quê de imprevisibilidade. Desta noite não esperamos nada, sabendo que vão entregar tudo.

Ingressos disponíveis via Blueticket: clique aqui. Nina Kraviz está no Instagram.

A música conecta.

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