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A música conecta

A cena em constante mutação: falamos com Rods Franchin sobre as mudanças do cenário no decorrer da última década

Por Redação Alataj em Trend 31.03.2023

“Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” pode até ter sido um filme vencedor do Oscar, mas poderia ser também, facilmente, o nome da biografia de Rods Franchin. DJ e produtor nascido e criado na Zona Leste de São Paulo, ele começou ainda em 1994 a viver a cena clubber e fazer seus próprios bailes de garagem.

De lá para cá, Rods Franchin passou pelo A.Lôca, Club Ice, Pacha São Paulo, D-Edge, Clash e Hot Hot, co-pilotou o club Subway, comandou a label party F.E.V.E.R.® e fez turnês na Europa, com passagens pela Polônia, França, Croácia, Irlanda, Londres, Itália e mais. Tudo isso foi antes de se mudar de vez para Barcelona e virar um regular nas cabines do Macarena, La Terrazza e Sideral Club. 

“Me lembro quando entrei a primeira vez na Toco. Fiquei impressionado! Som luzes, 3 mil adolescentes dançando aquelas músicas que para muitos era chamado de ‘tuntz tuntz’. Ali foi onde eu realmente descobri que a música eletrônica não era apenas aquela que eu escutava na rádio (e já gostava), tinha muito mais vertentes, garage, jungle, trip hop, house, techno…  Logo comecei a frequentar também a Sound Factory, onde descobri o lado mais underground de tudo isso. Para mim, tudo era descoberta e isso me encantava, além de conhecer e aprender sobre a música, já se formava uma cultura clubber, amizades com pessoas que todo fim de semana se encontravam nos mesmo clubs”, relembra com saudosismo.

Ele ainda desta que, quando começou a tocar, o acesso às músicas era muito mais difícil que hoje, claro, pois muitos vinis tinham edições limitadas. “Chegavam poucas cópias de discos no Brasil e com isso você podia trabalhar melhor as músicas, criando seus próprios hits, a música não era tão descartável. No começo eu não era um dj muito técnico, mas sempre tive o feeling e carisma que acredito que me proporcionou um certo destaque, e com o tempo aprimorei minha técnica de mixagens”, pontua.

São Paulo certamente moldou a persona artística de Rods Franchin e deu a ele muita base para atravessar as fronteiras e se sentir confiante para enfrentar a “concorrência” de um dos pólos mais agitados da dance music no mundo. Barcelona não veio fácil, porém; assim que Rods chegou no país, veio a pandemia e atrasou seus planos por dois anos. Hoje ele comanda a label party Hot Mess, criada em parceria com outro brasileiro que mora em Barcelona, o Gabo Oliveira. Desse modo, ele tem um espaço sob seu controle, onde pode testar muitas de suas produções; atualmente, Rods Franchin é produtor de Techno, com direito à entrada no Top 100 de Techno Raw e Techno Peak Time. 

Após absorver um conhecimento amplo da cena espanhola, ele também pontuou algumas diferenças entre a cena daqui e de lá: “A maior diferença que eu vejo é que a música eletrônica na Espanha tem muito mais aberturas, muito mais oportunidades para introduzi-la ao público, pois quase todos os bares tem apresentação de DJs. No Brasil, os bares dão espaço a outros estilos musicais. Em relação a clubs, tendo em consideração que o Brasil é quase do tamanho da Europa, a quantidade de clubs é muito pequena, com certeza só na Espanha se tem muito mais clubs voltado a música eletrônica que no Brasil. Na Espanha a grande maioria dos clubs só podem ficar abertos até as 06:00am, diferente de alguns lugares no Brasil, que podem estender até mais tarde”.

Mas todas essas décadas de experiência na música eletrônica não fizeram Rods Franchin esquecer de casa. Muito em breve, o DJ e produtor vem com o repertório afiado para o Brasil. Por enquanto, você já pode procurar pelo artista nas agendas do D.Edge, Guapísima,  Bar do Netão e Clube dos Lenhadores. Acompanhe seu Instagram para ficar por dentro. 

A música conecta.

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