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A música conecta

Analu: energia de pista com espaço para sentimento

Por Elena Beatriz em Trend 30.05.2025

A cena da House Music brasileira vive em constante renovação. Entre os nomes que têm contribuído para essa transformação, Ana Luísa é um dos destaques. Mineira, 22 anos, DJ, produtora musical, compositora e vocalista, ela é uma artista de múltiplas camadas, que vem consolidando sua trajetória com consistência e identidade própria.

Antes da assinatura solo, Analu já carregava seis anos de estrada à frente do duo SPECT3R, projeto que soma lançamentos por selos como Nervous Records, In Rotation e Controversia. Foi nesse território que começou a lapidar a experiência de seu projeto, aprimorando técnica e repertório para além da função de DJ: ali, já estavam sendo desenvolvidos os primeiros elementos de uma artista multidimensional.

Em 2024, Analu assumiu um novo ciclo. Agora em jornada solo, mas acompanhada de toda a bagagem que construiu e acumulou ao longo dos anos, ela assume o protagonismo do que já vinha criando. Ana rompe a lógica do “novo talento promissor” e aponta para o lugar de quem sabe onde pisa, porque já conhece o processo.

Seu trabalho solo reflete essa construção cuidadosa: a House Music que Analu entrega é groovada, melódica e afetiva, com vocais que ela mesma compõe, grava e interpreta ao vivo nas apresentações. A presença de vocais femininos, aliás, longe de ser apenas um recurso, é uma marca registrada da House Music.

Desde o início do gênero, vozes como Robin S. e Crystal Waters ajudaram a moldar a identidade sonora das pistas, trazendo ainda mais emoção e conexão entre público, artista e criação. Ao cantar ao vivo, Analu interliga essa herança à atualidade e aproxima a cena de outras tradições performáticas, como Jazz, Soul, Live Pop, onde o elo entre entrega e sensibilidade continuam sendo pilares da experiência coletiva.

Um ponto de destaque na trajetória de Analu é como ela personifica um movimento cada vez mais visível na cena eletrônica: o de artistas que operam em múltiplas frentes criativas, ampliando o campo de expressão e fortalecendo a autonomia artística. Do estúdio ao palco, cada etapa passa por suas mãos, o que garante autenticidade e coesão ao que entrega. Suas produções têm energia de pista, mas também espaço para sentimento, encontrando formas próprias de expressar o que vive e sente. 

Lançamentos autorais como Feel The Groove e Lovin’ Arms já circulam em pistas e playlists, apresentando um recorte fiel do que ela propõe como artista: som envolvente, construção de clímax e entrega. O resultado dessa estética a levou ao casting da Entourage, renomada agência de artistas nacionais e internacionais, e já garantiu apresentações em palcos como Laroc, Green Valley e D-EDGE — pistas de enorme relevância para qualquer artista, especialmente para alguém que, aos 22 anos, já deixa claro que juventude e maturidade artística podem (e devem) caminhar juntas. 

É possível perceber o passo firme, de quem está construindo uma trajetória com clareza de propósito, sem perder o frescor de quem ainda está descobrindo o próprio alcance. Se o futuro da cena depende de artistas que se arriscam unindo técnica e a profundidade que essa entrega demanda, Analu já está com o microfone na mão para contar as próprias histórias. 

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