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A música conecta

Bernardo Campos compartilha o Lado B dos seus discos favoritos

Por Louise Lamin em Trend 24.10.2022

Ao longo de seus 16 anos de carreira, o DJ e produtor musical Bernardo Campos foi construindo uma identidade sonora que passeia fluída entre o House e o Disco, com passos de dança ajustados nos ritmos brasileiros. Carioca, o artista carrega em suas referências as lembranças da infância e adolescência, embaladas por estilos como Miami Bass e os clássicos das matinês na Cidade Maravilhosa. Assim, trilhou uma jornada de prestígio, espalhando suas sonoridades efervescentes por palcos como Rock in Rio, Meca Inhotim, D-Edge, Moo, Festival Xama

Bernardo Campos é um artista que mergulha no House em todas as suas formas. Dos timbres clássicos de Chicago, passando por Acid, Minimal, Afro até a mistura de samba, disco-funk e soul com uma pitada de boogie que cria ao lado de Fábio Santanna, como metade do duo Nu Azeite. Diante disso tudo, o que não faltou foi curiosidade para espiar suas melhores inspirações, e por esse motivo é que o convidamos hoje para compartilhar o Lado B de seus discos favoritos com a gente. Confira! 

DEPECHE MODE – Black Celebration | Fala galera, como sempre é um prazer estar aqui com vocês. Não poderia começar essa série sem ser com minha banda favorita, Depeche Mode. Difícil foi escolher o lado B pois eu amo quase tudo. Depois de peneirar resolvi ir de Here is the House. Lançada em 1986 no álbum “Black Celebration”. Tem aquela vibe do Depeche de bater a dúvida se a música é feliz ou triste e muitas vezes são ambas as coisas mesmo! Depeche representa a dor e delícia de viver como poucas bandas 🙂.

Azymuth – Crazy Rhythm | Seguindo vamos para minha banda favorita brasileira, um patrimônio cultural chamado Azymuth. Essa faixa é um lado B do disco “Crazy Rhythm” e se chama Hobalalá. Além de ser uma das músicas mais lindas do mundo, foi composta por ninguém menos que João Gilberto, outro patrimônio cultural nacional. Tem participação do Joe Pass e foi lançada em 1988. História legal: comprei esse disco em um show do Azymuth esse ano, tinha uma pequena feira de Vinyl na entrada do show e consegui o único disco que tinha deles. No final do show meu amigo DJ Nepal conseguiu me infiltrar no backstage e pedi um autógrafo na capa do disco pro Ivan Conti Mamão, lenda e baterista da banda. 

Egberto Gismonti – Sonho 70 | Não podia faltar uma do gênio Egberto Gismonti. Minha escolha foi Mercado de Serpentes do disco “Sonho 70” de 1970. Mistura de jazz, música clássica, brasilidades tudo em uma só canção. Esse álbum inteiro é lindo, uma viagem sonora do início ao fim. Comprei por uma bagatela de 10,00 reais numa feira de disco, aqueles achados que você nem acredita ter acontecido. 

Kiko Dinucci – Na Boca dos Outros | Esse lado B é de um artista que é considerado da nova geração mas tem bagagem suficiente para ser respeitado como um dos grandes. Kiko Dinucci é baixista da banda Metá Metá e tem vários trabalhos solos legais. O disco que eu tenho é o “Na Boca dos Outros” de 2009 e o lado B que escolhi foi Forró do Homem Bomba que tem a participação de Marcelo Pretto. Uma mistura de Forró, Mangue Beat, Jazz e mais. Coisa linda, produto brasileiro da melhor qualidade.

Silvia Machete – Rhonda | Para finalizar uma artista que descobri há apenas algumas semanas, Silvia Machete. Eu estava comprando um disco em um site e vi a recomendação do “Rhonda” da Silvia, dei uma ouvida no Spotify e me encantei com o talento da moça, tive que levar o disco. Escolhi o lado B Carrousel mas o LP inteiro é lindo! Depois fui descobrir que a Silvia é carioca como eu. Estou mega ansioso para vê-la ao vivo. 

“Essas foram minhas escolhas, fora o Depeche, tudo produto nacional da melhor qualidade, fugindo do mainstream. Vamos dar valor a música brasileira, somos muito bons!”, finaliza Bernardo. 

A música conecta.

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