Um dos grandes objetivos da Amplo, desde o começo da sua atuação em março de 2022, sempre foi o estabelecimento de diálogos para além da pista, conectando o contexto cultural underground nos mais diversos ambientes e formatos. A festa inclusive tem uma grande preocupação em fazer parte de eventos que podem promover essa conexão entre o underground com a cena artística da sua cidade base, Porto Alegre. Porém, frequentemente esbarram na resistência dos aparelhos culturais, que por sua vez justificam que a música eletrônica não é arte.
+++ Relembre o Storytelling sobre a ousadia da Amplo ao intensificar a cena porto-alegrense
“A Amplo nasceu da ideia constante de ‘ampliar a si mesmo’. E essa filosofia nos move a pensar sempre um pouco além das fronteiras. Nessa linha, a relação com a arte foi familiar desde o início, da nossa compreensão da comunicação da marca ao desenvolvimento narrativo das line-ups e dos sets. Além disso, nossa equipe sempre esteve em contato com artistas visuais, artistas performáticos, artistas plásticos e essa proximidade está inteiramente refletida no nosso core”, comentam os criativos que representam a Amplo.
Firmes no propósito de promover a educação de que sim, a música eletrônica também é arte e que existem diversos nomes por trás dessa subcultura criando e desenvolvendo não só música, como performance e incontáveis outros tipos de manifestações artísticas, a Amplo adquiriu força ao longo do seu primeiro ano de existência, completo em março deste ano, e recentemente recebeu o convite de fazer uma intervenção na Open Design Independente – uma feira de moda e design que une vários criadores independentes, e que vai realizar um evento nos dias 14, 15 e 16 de julho no Instituto Ling, na capital gaúcha. A festa vai levar todo o seu coro de artistas periféricos e LGBTQIAP+, mostrando sua cultura e o seu discurso em um dos maiores espaços de arte do Rio Grande do Sul.

A música vai ficar por conta de Caetany, artista porto-alegrense, que estuda discotecagem com foco em música eletrônica de pista desde 2018. Nesta primeira intervenção, House e Techno vão conduzir o mood, enquanto uma performance de um artista regional independente vai unir moda e design, em uma discussão contemporânea sobre consumo e logomania.
Em relação aos visuais, a proposta é uma performance artística de ateliê vivo. Mantendo o objetivo de conectar os propósitos da Amplo com a Open Design, o performer é Santiago Pooter, um artista visual, pesquisador, graduando em História da Arte pela UFRGS e produtor cultural, indicado ao Prêmio Açorianos de Artes Plásticas nos anos de 2021 e 2022. Completando as ações, para o bate papo, foram convocados Cássius Barcellos, Sinara da Rosa e Lucas Winck — todos membros ativos da Amplo —, e por fim, o DJ e instrumentista Barsotti fará uma oficina.
“Além de ser algo que buscamos desde a criação da Amplo, é também uma oportunidade de levar a cultura underground, sua história e particularidade para pessoas que não teríamos a oportunidade de dialogar se não estivéssemos em uma instituição de arte. Além disso, significa também mostrar que podemos estar presentes em outros tipos de eventos e ambientes que vão para além da pista e da noite, afinal, assim como toda arte, a música eletrônica sobrevive em todo e qualquer lugar. Pensando nisso, o nosso objetivo é juntar essa oportunidade com a nossa cultura, priorizando nomes que representam grupos que costumam ser apagados, mas que sempre tem muito a dizer e que, por vezes, são afastados desses ambientes assim como fomos lá no início em relação a alguns espaços artísticos da capital”, complementam os responsáveis pela festa.
A Amplo tem uma clara interpretação de que interações diversas entre visões de mundo são fundamentais para oxigenar a cena e impulsionar a cena alternativa para além do seu lugar imposto. Atualmente, a Amplo está em um momento de expansão de ideias, entendendo que a relação com artistas — DJs, produtores, performers — pode ir muito além da noite e criar um espaço de diálogo, político, artístico e social, buscando contar histórias em vários formatos, conectando artistas locais em realizações que promovem visibilidade.
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A música conecta.