Qual a força que o ambiente familiar pode exercer sobra formação musical de um artista? No caso do paulistano Benjamim Sallum – ou Benja, como ele é conhecido pelos amigos – podemos dizer que o local de sua criação foi de sua importância para ele ter se tornado o artista que é hoje.
Benjamim é filho da promoter Claudia Pinheiro e no auge de seus 16 anos é dono de uma personalidade musical impactante. Ele se apresenta no formato de live e além de seu projeto solo faz parte da banda Teto Preto, ao lado de nomes como L_cio e Zopelar.
Como todo bom entusiasta musical, Benja é engajado com a forte cena underground de São Paulo e possui relação próxima com outros nomes que já passaram pela Troally. Hoje, é a vez dele de mostrar seu talento por aqui. Confira abaixo um bate-papo exclusivo com Benjamim Sallum, além de um live exclusivo. Música de verdade por gente que faz a diferença!
1 – Você foi criado em uma família que respira música, certo? Como esse ambiente familiar influenciou sua formação musical?
Opa Alan, tudo ótimo! Primeiramente gostaria de agradecer o convite de vocês, mó honra participar aqui da Troally! Então, eu fui criado numa família que respira música [risos]. Apesar de não ser DJ nem musicista, minha mãe sempre esteve muito envolvida nesse meio. Desde muito novo estou em contato com DJs, festas e músicas diversas, e acredito que isso preenche boa parte da minha formação não só como produtor, mas como pessoa também.
2 – Você faz parte de uma geração muito talentosa que trabalha com lives. A arte da discotecagem nunca te chamou a atenção? O que mais te encanta nas apresentações em formato live?
Bom, a discotecagem foi minha porta de entrada pra esse mundo que é a música eletrônica. Comecei a tocar com um projeto chamado Office Boys, num duo formado por mim e pelo João Alves. Na época fazíamos b2b em lugares como o Lamour e Mini Bar. Hoje em dia temos um live juntos. O que mais me encanta nas apresentações live é a improvisação, mesmo com um projeto fechado, com as minhas tracks feitas, adoro fazer solos de drum machine, improvisar nas transições e até mesmo tocar minhas faixas de jeitos diferentes. Gosto não só de surpreender a galera na pista, mas de me surpreender também!
3 – O cenário underground de São Paulo cresceu muito nos últimos anos por conta do bom trabalho de festas e núcleos. Como é pra você fazer parte dessa cena?
É Muito bom! [risos] Eu sou muito grato ao coletivo MAMBA NEGRA, em especial a Laura e a Cashu por me acolherem e apoiarem. É por isso que hoje eu estou tocando, produzindo, trabalhando e fazendo parte desta cena incrível que esta acontecendo.
4 – Fale um pouco sobre suas principais referências dentro da música e o que você costuma ouvir fora da música eletrônica.
Sou viciado em gêneros como shoegaze, post-punk, “folk emo” [risos]. Boa parte da minha influência vem de bandas como Attic Abasement, Elvis Depressedly e Crywank. Amo essa estética triste, depressiva, solitária. Não é difícil de encontrar referencias disso nos meus sets.
5 – Atualmente, qual setup você utiliza nas apresentações e o que você ainda deseja incorporar?
Hoje em dia uso um Macbook pro, um Vírus ti snow de placa, a apc 40 mk2 e a MFB-522 de drum machine. Me sinto confortável com esse setup, desejo talvez usar a tr-8 em vez da mfb mas nada muito mais além, é difícil carregar essa parafernália toda na mochila.
6 – Para encerrar, uma pergunta pessoal. O que a música representa na sua vida?
Música pra mim é sensação: ação e reação.