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A música conecta

Vitrola | Como Água Viva, de 1978, transformou pra sempre a carreira de Gal Costa

Por Alan Medeiros em Vitrola 05.10.2018

Em 1978, Gal Costa já estava em um patamar de carreira consolidado e vinha de alguns trabalhos de sucesso. Após o lançamento de discos que ofereceram a cantora brasileira um posicionamento diferente no mercado entre os anos de 74 e 77, Gal deu oficialmente adeus a posição de vanguarda com o lançamento do álbum Água Viva no mesmo ano em que a Copa do Mundo foi hospedada pelos nossos hermanos. O disco a desvincula do Tropicalismo sem deixar suas raízes de lado.

Produzido em 1978 por Perinho de Albuquerque, este trabalho foi concebido durante os primeiros anos de abertura política após o regime militar. O AI5 havia sido finalmente extinto e todas essas mudanças, claro, também refletiram na música de Gal. Diversas músicas produzidas nos anos anteriores foram finalmente liberadas e seguindo o sucesso de Roberto Carlos e Maria Bethânia, Gal Costa alcançou seu primeiro disco de ouro com Água Viva.

Um dos destaques do lançamento foram as aparições de grandes músicos da época. Wagner Tiso, Toninho Horta e Sivuca participaram ativamente do processo criativo e ajudaram a transformar o perfil artístico de Gal Costa que estava enraizado em outras atmosferas musicais. Ao adentrar em Água Viva decidida a fazer diferente, Gal traz de volta o samba-exaltação e outros ritmos de origem genuinamente brasileira para suas canções e assim excursiona pela primeira vez no universo de grandes compositores como Chico Buarque, autor da faixa Folhetim, um do destaques do lançamento.

Outros compositores que colaboraram com a cantora brasileira neste lançamento são Gilberto Gil, através de uma mistura alegre e nordestina com a faixa De Onde Vem o Baião; Dorival Caymmi com O Bem do Mar, que rima perfeitamente com a voz de Gal Costa; Caetano Veloso e a faixa Mãe, que revela uma interpretação muito especial de Gal Costa; Milton Nascimento na desconstrutora e romântica Cadê e Gonzaga Jr na pedrada fantástica O Gosto do Amor, uma linda faixa que faz alusão aos bailes do interior nordestino.

Com 33 anos na época, Gal Costa vivia o auge de sua sensualidade e ao romper em definitivo com a estrutura agressiva do Tropicalismo, ela obtêm uma grande inserção popular alinhando música de caráter inovador à sua imagem. Foi a partir de Água Viva que ela começou a ser escalada como uma cantora para grandes públicos. O disco a posicionou como uma das principais intérpretes da MPB e alguns anos mais tarde Gal levaria o título de maior cantora do Brasil.

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