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A música conecta

Vitrola Review | Fafá de Belém – Tamba-Tajá

Por Caio Stanccione em Vitrola 23.07.2021

A Vitrola chegou, a Vitrola vem aí e vem cheia de cores e sabores que somente a nossa zona amazônica é capaz de ter. Partimos para Belém da década de 70, mais precisamente 1976, ano em que nosso talento indiscutível Fafá de Belém lançava seu álbum de estreia, Tamba-Tajá, uma obra toda dedicada ao maestro Waldemar Henrique, um artista símbolo para nossos conterrâneos paraenses, onde sua trajetória é marcada por peças orquestrais e trilhas para novelas. 

Maria de Fátima Palha de Figueiredo ou como todos nós a conhecemos, Fafá de Belém, é nativa da capital paraense. Vinda de uma família com base portuguesa e indígena, Fafá sempre teve o canto presente em sua vida, mesmo nos primeiros anos de vida, onde impressionava seus familiares com sua voz afinada. Na adolescência estudou piano e violão, fazendo com que seu dote musical aflorasse ainda mais, não demorando muito para que ela passasse a se apresentar pelas casas noturnas de Belém. 

Em 1975, após uma breve passagem pelo teatro e já residindo no Rio de Janeiro, Fafá grava Filho da Bahia, música de Walter Queiroz feita exclusivamente para um clássico da teledramaturgia brasileira, Gabriela. Sim, a primeira gravação de Fafá fez um sucesso estrondoso, tocando incessantemente nas rádios de todo o país, fazendo com que a Polydor oficializasse um contrato com a artista.

No ano seguinte, Tamba-Tajá ganha vida também através da Polydor, álbum esse que mostra uma Fafá de Belém intimamente ligada com a cultura e raízes nortistas apesar de ter um repertório eclético. Forró, Modinha e Carimbó são os pilares do repertório de Tamba-Tajá. Músicas como Xamego e Fracasso merecem destaque nessa obra, apesar de ser tarefa árdua escolher uma faixa favorita no disco. Na época de lançamento o álbum foi um enorme sucesso entre público, rádios e críticos, fazendo com que recebesse elogios de José Ramos Tinhorão, crítico de música e colunista do Jornal do Brasil, que a apontou como uma das melhores cantoras daquela geração. 

Depois de Tamba-Tajá, Fafá de Belém gravou mais 23 álbuns de estúdio, participou de momentos marcantes dentro da televisão brasileira como o Mulher 80, onde artistas como Gal Costa, Elis Regina, Rita Lee e tantas outras se reuniram em um show especial em comemoração ao para o papel da mulher dentro da sociedade da época. 

Fafá, sendo uma pessoa politicamente ativa, sempre se posicionou contra a ditadura e participou dos 32 atos do movimento Diretas-Já. Hoje, ela é dona de uma carreira com mais de quatro décadas de existência, shows por todo planeta além de ter grande expressão em Portugal, tida como a embaixadora da Música Brasileira no país. 

A música conecta. 

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