Aos 22 anos, o paulistano Gabriel de Barros Soutello Ide, ou simplesmente Gabriel Ide, vem dando seus primeiros passos como produtor musical. Imerso na música desde criança, passou por diversos estilos e projetos — e chegou a sonhar em ser astro do Rock antes de descobrir a música eletrônica, em que derradeiramente acabou se encontrando.
“Eu sempre usei a música como um escape para os meus problemas pessoais e diários. As músicas têm esse poder terapêutico sobre mim e, quando fui no rolê pela primeira vez, senti isso muito forte. Com o tempo, se tornou muito presente na minha vida. A partir daí, não era mais ‘música eletrônica’; era música, como as outras”, conta o jovem.
Gabriel começou a brincar com a discotecagem há dois anos e, a produzir música, há um. Trata-se, portanto, de um projeto ainda em desenvolvimento e autodescobrimento sobre sua persona artística. Apesar de não ter construído uma assinatura sonora particular, vem caracterizando-se por uma combinação da atmosfera do Deep Tech com a estética mais suja da lo-fi House.
Foi em março que saiu seu primeiro lançamento oficial: um remix bem Deep Tech para a faixa Dystopia, do EP homônimo produzido por Lautert, que saiu via Subliminar Records. Foi pelo mesmo selo que Ide trouxe em maio seu segundo release: o EP Broken Tapes, de quatro faixas originais que trafegam entre Deep Tech e Deep House. E é neste mês de junho que o produtor está chegando com mais um EP: Network, pela catarinense Neuter Records, que surgiu no final de 2020.
Na pegada Minimal/Deep Tech, que reflete mais precisamente a identidade da gravadora, o novo disco — que chegará oficialmente às plataformas no dia 26, mas está disponível no Bandcamp desde o dia 04 — traz duas faixas originais e um remix da faixa-título feito por Arthus. É curioso como o EP diz respeito ao terceiro lançamento oficial tanto do artista quanto do selo. Não menos intrigante é o fato de que Gabriel inspirou-se e batizou a obra a partir dos novos laços que vem formando.
“O EP Network foi feito em uma época em que eu estava conhecendo algumas pessoas que compartilham de objetivos em comum. Nesse tempo eu criei novos laços e essa foi a minha inspiração”, explica, mostrando todo o simbolismo que existe por trás do trabalho: colaboração, influxo coletivo; produtor musical e label ajudando-se mutuamente a crescer em conjunto.
Inspirado por sons que vão do Italo Disco ao Rock, Ide revela que os dois artistas que mais vem escutando são o criativo francês Sweely e o sueco Tobias Bernstrup, também conhecido como artista performático no meio da música eletrônica. “Acho que eles me influenciam desde o começo”, pontua.
Sem grandes planos e preocupações em definir uma identidade mais concreta neste primeiro momento, Gabriel Ide vai construindo, pedra sobre pedra, sua trajetória artística. Tudo o que sabemos sobre o seu futuro é que, depois do lançamento oficial de Network, ele assinará uma collab com ninguém menos que L_cio pela irreverente dsrptv records.
A música conecta.