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A música conecta

Bybit e Tomorrowland somam forças em parceria que tem como objetivo aproximar a cripto da vida cotidiana

Por Marllon Eduardo Gauche em Xpress 30.05.2025

No Brasil, a adoção de criptomoedas ainda parece, para muitos, um assunto distante. Seja por desinformação, pela falta de aplicações reais que dialoguem com a vida cotidiana ou pela realidade macroeconômica do país, o universo cripto ainda carrega um imaginário técnico, financeiro e, em certa medida, elitista. Por isso, quando uma das maiores corretoras do mundo — a Bybit — anuncia uma parceria de dois anos com o Tomorrowland Brasil, o movimento chama atenção por buscar justamente o oposto: inserir o universo cripto em um ambiente mais popular e cultural.

Para isso, a ideia inicial é oferecer um cashback real de até 30% na compra de ingressos para o festival através do cartão Bybit — um cartão internacional, 100% gratuito, sem anuidade, que permite transações com criptomoedas de forma simples, como qualquer outro cartão. Mas o que está por trás dessa ação é mais interessante que a ação em si: a tentativa de inserir a tecnologia blockchain e o uso de criptoativos em um espaço onde a experiência do usuário é a parte central. E esse espaço é a música.

Embora o termo “criptomoeda” abarque dezenas de ativos digitais, é o bitcoin que ainda ocupa o papel de símbolo dessa revolução — sendo o mais conhecido, utilizado e, para muitos, a porta de entrada para o universo cripto. Com o cartão Bybit, por exemplo, o usuário pode gastar seus bitcoins como se estivesse usando qualquer moeda convencional, convertendo seus ativos diretamente em transações cotidianas, de forma prática e segura. É essa familiaridade que pode ajudar a mudar a percepção de que o cripto pertence apenas a um mundo técnico e distante.

Portanto, trazer isso para festivais como o Tomorrowland é algo muito relevante. Eventos como esse são experiências que envolvem um forte senso de comunidade e valores compartilhados e o que a Bybit enxerga é que há espaço dentro desse ecossistema para uma conversa mais prática sobre tecnologia. Se o universo cripto quer fazer parte do cotidiano, ele precisa sair dos fóruns e das plataformas de investimento e chegar onde as pessoas estão. Na pista. No site de ingressos. No bar.

A própria empresa reconhece que o maior desafio do universo cripto é o de percepção. Com exclusividade para o Alataj, a Bybit afirmou: “Nosso papel é mostrar que o uso pode (e deve) ser simples, seguro e vantajoso, e que a cripto está cada vez mais integrada ao cotidiano”. Isso ajuda a explicar por que a música eletrônica — com seu espírito de comunidade e seu histórico de estar sempre um passo à frente — foi escolhida para esse tipo de iniciativa.

Descomplicar o uso de cripto em contextos culturais é um desafio, mas também uma oportunidade. A ação da Bybit indica que há espaço para que essa tecnologia avance, desde que acompanhada de experiência do usuário, educação, transparência e diálogo com o público. Pensando em longo prazo, ativações estão previstas para acontecer antes, durante e depois do festival, e a comunicação da marca foca em acessibilidade e experiência — não apenas em tecnologia.

É cedo para dizer se a ação será um divisor de águas. Mas ela levanta uma discussão interessante: se queremos democratizar o acesso à cultura e, ao mesmo tempo, explorar o potencial das novas tecnologias, precisamos encontrar interfaces onde esses dois mundos se comuniquem com respeito, simplicidade e propósito. A pista pode ser um bom começo. Mas o caminho passa também por educação, regulação e, principalmente, compromisso com quem realmente sustenta essa indústria: o público.

Cripto não vai transformar o entretenimento, mas pode ajudar a reconstruí-lo com mais liberdade, autonomia e inovação.

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